04 Abril 2011
Antes mesmo das 7 horas da manhã, horário marcado para a realização da assembléia, a fileira de ônibus já era grande diante do portão 1 da usina Santo Antônio, em Porto Velho, capital de Rondônia. Por volta das 8h, cerca de 5 mil trabalhadores se reuniram para votar a proposta selada entre a direção da Central Única dos Trabalhadores e representantes da Odebrecht, no último dia 31, em Brasília.
A reportagem é de Luiz Carvalho e publicada pelo portal da CUT, 04-04-2011.
Secretário de Administração e Finanças da CUT e dirigente destacado pela entidade para mediar os conflitos no estado, Vagner Freitas, iniciou sua participação citando a regra essencial do encontro. "Vou repetir a máxima que digo desde a primeira vez que estive aqui: vocês é que mandam, vocês são os patrões aqui."
A seguir, ao lado da direção do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Rondônia (Sticcero) e de Cláudio Gomes, da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira Construção Civil, Madeira e Cerâmica (Conticom), ele explicou aos operários os seis pontos que compõem a pauta:
Chamados a votar, a maioria dos trabalhadores do turno da manhã optaram pelo fim da greve, que se estendia desde o dia 25 de março. Diante da decisão, os operários retomaram as atividades imediatamente.
"Iniciamos agora um estado de greve e daremos continuidade à campanha salarial que tem data-base em 1º. de maio. Caso o patrão não responda às reivindicações que apontarmos, iremos cruzar os braços novamente", disse Raimundo Soares da Costa, o Toco, presidente do Sticcero.
Duas outras assembléias ocorrem às 19h e às 22h para dialogar com os trabalhadores do turno da noite. Caso as propostas sejam aprovadas, a usina voltará ao pleno funiconamento.
Encontro com o governador
Ainda no período da manhã, o secretário representou a CUT em um encontro com os parlamentares da comissão de Meio-Ambiente, Fiscalização e Controle, do Senado, com o governador de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB), e com o prefeito de Porto Velho, Roberto Eduardo Sobinho.
No dia anterior, o grupo já havia se reunido com representantes dos trabalhadores envolvidos nas obras do complexo hildrelétrido do Rio Madeira e visitado a usina de Santo Antônio. Na tarde desta segunda (4) será a vez de Jirau.
"Eles solicitaram que fizesse um relato de todo o processo de negociação que a CUT construiu e aproveitamos para apontar os problemas de condição de trabalho. Destacamos que em Jirau não há greve, a usina está fechada por solicitação da Justiça, que em Santo Antônio é uma questão salarial e apontamos o encaminhamento da assembleia de hoje. Falamos ainda que em Jirau são necessárias condições mínimas de trabalho, já que a destruição é grande e o Ministério do Trabalho e o Ministério Público só devem liberar a hidrelétrica se houver estrutura para isso."
Vagner Freitas acrescenta que a precipitação pode causar novo retrocesso. "Corremos o risco de ver os trabalhadores paralisem as atividades após o retorno." Para ele, é necessário ainda haver uma compensação salarial, no mínimo, em patamar semelhante àquela que foi aprovada hoje em Santo Antônio, .
Negociação com Camargo Correa
No final da tarde desta terça-feira, CUT, Conticom e Sticcero se reúnem novamente com a empreiteira responsável pela construção de Jirau para discutir um acordo a ser levado aos operários.
Em conversa na última sexta-feira (1), a empresa deu sinal de que deve aceitar um conjunto de reivindicações semelhante ao aprovado nesta manhã em Santo Antônio.
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Assembleia aprova volta ao trabalho em Santo Antônio. Jirau permanece paralisada - Instituto Humanitas Unisinos - IHU