29 Novembro 2017
O cardeal arcebispo de Westminster, Vincent Nichols, está preocupado em que os católicos LGBT recebam um cuidado pastoral adequado. Tanto que escreveu a todos os sacerdotes da diocese para aconselhá-los a usarem os recursos da organização Quest (‘Busca’), organização que defende no seu sítio a plena “aceitação das relações homossexuais por parte da Igreja católica”.
A reportagem é de Cameron Doody, publicada por Religión Digital, 28-11-2017. A tradução é de André Langer.
Em 11 de novembro passado, o cardeal inglês enviou uma carta aos seus sacerdotes, na qual lamentou, já no primeiro parágrafo, que “entre as questões sensíveis e pastorais que se sentem hoje está a situação daqueles que vivem com uma atração por pessoas do mesmo sexo e que muitas vezes estão muito ansiosas sobre o seu caminho para Deus e seu relacionamento com a Igreja”.
O cardeal continuou a informar seus sacerdotes sobre três iniciativas presentes na arquidiocese “que procuram responder às tensões que muitas vezes se sentem nesta questão”. Por um lado, a LGBT Catholic Westminster – uma instituição que participou dos desfiles de orgulho gay em Londres – e, por outro lado, a Quest: organização que o presidente dos bispos da Inglaterra e do País de Gales descreve como “uma organização nacional que apoia católicos LGBT, seus amigos e suas famílias”.
Mas a Quest não afirma apenas no seu sítio que deseja ver “a aceitação das relações homossexuais pela Igreja”. Também declara, até em sua constituição, que seu “objetivo e finalidade” é “a reconciliação da fé católica com a plena expressão de nossas naturezas homossexuais”.
Do mesmo modo, cabe recordar que em pleno debate que aconteceu no Reino Unido sobre o reconhecimento legal do matrimônio homossexual em 2012, a Quest emitiu um comunicado no qual afirmou, entre outras coisas, que o “amor e a fidelidade” homossexuais “encontram seu fundamento último em Deus” e que “a atração entre pessoas do mesmo sexo é uma variante perfeitamente natural... no mundo das preferências sexuais humanas”.
Ao apoiar tão abertamente a Quest, o cardeal Nichols põe fim a um ostracismo de 19 anos que a organização sofreu em Westminster, desde que o cardeal Basil Hume a removeu do diretório arquidiocesano em 1999. O então arcebispo argumentou, naquela época, que a Igreja não pode “aceitar” que uma parte explícita do propósito da Quest fosse a de “encorajar e reconhecer os relacionamentos do mesmo sexo”.
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Cardeal inglês acolhe uma organização que trabalha pela “aceitação das relações homossexuais” na Igreja - Instituto Humanitas Unisinos - IHU