Instituição de caridade católica condena a abordagem militar israelense em relação à ajuda a Gaza

Foto: Anadolu Ajansi

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28 Junho 2025

Uma agência humanitária católica britânica condena a abordagem de Israel na entrega de ajuda na Faixa de Gaza, onde o exército israelense está conduzindo uma guerra contra o grupo militante Hamas.

A reportagem é de Charles Collins, publicada por Crux Now, 27-05-2025.

A Cafod (Agência Católica para o Desenvolvimento Ultramarino), agência de ajuda da Igreja Católica na Inglaterra e no País de Gales, afirma que a situação humanitária é "catastrófica e piora a cada dia" e pede acesso imediato e irrestrito de ajuda aos civis em Gaza.

A guerra em Gaza eclodiu após um ataque surpresa de militantes do Hamas em 07-10-2023, que deixou 1.200 israelenses mortos e mais de 250 feitos reféns. Dos cerca de 100 reféns que permanecem em Gaza, acredita-se que um terço esteja morto, segundo as Forças de Defesa de Israel.

Israel imediatamente lançou uma ofensiva de retaliação em Gaza para expulsar o Hamas da liderança, com o conflito subsequente resultando na morte de mais de 70 mil pessoas em Gaza, de acordo com estimativas palestinas.

Um acordo de paz feito no início deste ano fracassou, e Israel aumentou seus ataques a Gaza.

A ONU informou na terça-feira que mais de 400 palestinos foram mortos pelos militares israelenses enquanto tentavam coletar alimentos de centros de ajuda controversos (GHF) em Gaza desde que eles começaram a operar há um mês, com relatos de que os números aumentaram nos últimos dois dias.

O porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU, Thameen Al-Keetan, declarou que “a transformação de alimentos para civis em armas, além de restringir ou impedir seu acesso a serviços de suporte à vida, constitui um crime de guerra”.

Elizabeth Funnell, representante da Cafod para o Oriente Médio, disse que o grande número de pessoas mortas tentando obter ajuda humanitária no último mês "é inaceitável".

“Isto não é ajuda — é uma armadilha mortal”, disse ela.

“Os relatos de centenas de pessoas baleadas, feridas e mortas enquanto tentavam obter assistência humanitária de locais de distribuição altamente militarizados, administrados por EUA e Israel, são assustadores. A Cafod condena essa abordagem à entrega de ajuda, pois ela desafia os princípios humanitários e pode violar o Direito Internacional”, continuou Funnell.

“Precisamos de acesso imediato e irrestrito à ajuda, em larga escala. Nossa demanda é clara: reabra canais seguros e comprovados agora. Há ajuda na fronteira, pronta para ser enviada – esse sofrimento é totalmente evitável. O governo do Reino Unido deve usar urgentemente toda a influência diplomática para garantir a entrada da ajuda”, continuou ela.

“A situação humanitária está se deteriorando a cada dia. Os parceiros da Cafod continuam a fornecer ajuda vital e estão prontos para ampliar a ajuda o mais rápido possível para chegar aos necessitados”, disse ela.

Enquanto isso, a Caritas Jerusalém emitiu um comunicado dizendo que as pessoas em Gaza continuam tendo acesso negado a serviços essenciais e "estão sofrendo de fome e estão em desespero, enfrentando a escolha cruel de morrer de fome ou arriscar serem mortas enquanto tentam obter comida".

“O bloqueio ilegal do acesso de uma grande maioria de organizações humanitárias profissionais e a militarização da ajuda criaram uma situação humanitária calamitosa, desesperadora e inaceitável”, disse o comunicado.

“Palavras de condenação por si só não bastam para salvar vidas ou alimentar pessoas que morrem de fome. As pessoas precisam de mais do que apenas retórica e promessas vazias”, continuou a Caritas Jerusalém.

“Nossas equipes estão treinadas, preparadas e comprometidas — reagindo sob pressão, mas cheias de determinação. Continuaremos nos adaptando, respondendo e servindo. Porque somos a Caritas. Porque o amor nunca falha”, dizia o comunicado.

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