Morre o médico cujos nove filhos foram mortos por Israel em um ataque a Gaza

Hamdi al-Najjar | Foto: Reprodução/Redes Sociais

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02 Junho 2025

O Dr. Hamdi al-Najjar ficou gravemente ferido quando um míssil israelense atingiu sua casa.

A reportagem é publicada por El Diario, 01-06-2025.

O Dr. Hamdi al-Najjar, ferido em um ataque de míssil israelense contra sua casa — que matou nove de seus dez filhos — em 24 de maio no sul de Gaza, morreu no domingo após não resistir aos ferimentos, informaram fontes médicas.

A mãe das dez crianças, a pediatra Alaa, recebeu os corpos de seus próprios filhos enquanto trabalhava no Hospital Nasser, em Gaza, em Khan Yunis.

O pequeno Adam, de 11 anos, é o único sobrevivente e continua hospitalizado em estado grave. A criança sofreu ferimentos no peito e múltiplas fraturas por todo o corpo.

O Centro Legal Gisha para a Liberdade de Movimento, uma ONG israelense, apelou há dias para que Adam e seu pai recebessem atendimento médico urgente no exterior, observando que ambos ainda sofrem de ferimentos com risco de vida. A criança será eventualmente transferida para a Itália.

Segundo a ONG, Adam sofreu danos neurológicos e múltiplas lesões por todo o corpo, necessitando de cirurgias que incluíram enxertos de nervo radial e restauração do tecido nervoso danificado.

Desde o início da guerra em Gaza, Israel não permite que nenhum morador de Gaza receba tratamento em hospitais na Cisjordânia ocupada ou em Israel, forçando-os a solicitar autorizações de viagem complicadas e atrasando evacuações de emergência.

"Toda essa burocracia é outra forma de violência que acompanha os ataques", disse Shai Grunberg, da ONG Ghisa, à EFE. A maioria dos hospitais em Gaza foi atacada diversas vezes durante a ofensiva de 19 meses, muitos estão fora de serviço e todos sofrem com a escassez de suprimentos básicos e medicamentos.

"A família Al Najjar poderia e deveria ter sido evacuada imediatamente pelas travessias de fronteira — sob total controle israelense, com coordenação urgente do Cogat — e transportada em uma hora de ambulância para um hospital na Cisjordânia ou em Israel", explica Grunberg, referindo-se a uma opção impossível para os moradores de Gaza.

O processo atual exige uma solicitação formal da Organização Mundial da Saúde (OMS) ao Cogat, o órgão responsável pelos assuntos civis nos territórios palestinos ocupados. Mas também a identificação de um terceiro país disposto a receber o paciente, processamento do visto, arranjos de viagem e coordenação final com o Cogat e o Exército israelense.

"Como este caso demonstra claramente, na prática, esta não é uma solução real; ela não pode atender às necessidades médicas urgentes que o próprio Israel está criando em Gaza", acrescenta Grunberg.

O número de mortos por tiros perto de um ponto de distribuição de ajuda em Gaza sobe para 31

Pelo menos 31 pessoas foram mortas e mais de 100 ficaram feridas por tiros perto de um ponto de distribuição de ajuda da Fundação Humanitária de Gaza (GHF) no sul da Faixa de Gaza, informou o Ministério da Saúde de Gaza no domingo.

A fundação, apoiada por Israel e pelos Estados Unidos, afirmou em um comunicado que os "rumores" sobre mortes e feridos no local de distribuição são falsos e acusou o grupo islâmico Hamas, que governa o enclave, de espalhá-los.

"Vemos esforços coordenados todos os dias para instigar narrativas falsas e distorcer a cobertura da mídia sobre as operações de nossos pontos de distribuição", disse o grupo em um comunicado.

O exército israelense, por sua vez, disse não ter registro de "ferimentos causados ​​por fogo das IDF (Forças de Defesa de Israel) dentro do ponto de distribuição da Fundação Humanitária de Gaza". “O assunto está sendo investigado”, acrescentaram as forças.

Segundo o ministério, o falecido tinha um único ferimento de bala na cabeça ou no peito. Enquanto isso, o Hamas denunciou em um comunicado o que chamou de "massacre horrível" de civis.

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