19 Outubro 2024
Finapop intermediou 109 financiamentos, que juntos somam R$ 70,2 milhões; cerca de 25 mil famílias foram impactadas diretamente pela iniciativa.
A reportagem é de Camila Bezerra, publicada por Jornal GGN, 17-10-2024.
Criado em 2020, o Financiamento Popular para Produção de Alimentos Saudáveis (Finapop) abre, pela primeira vez, a possibilidade de que pessoas físicas invistam quantias a partir de R$ 100, com remuneração pré-fixada de 11% ao ano, e ainda ajudem a financiar a agricultura familiar, a reforma agrária e a produção de alimentos saudáveis.
“Ao viabilizar financiamentos justos e sustentáveis, a plataforma constrói novas relações no mercado financeiro, fundamentadas na preocupação com a humanidade e com a natureza, solidificando-se como uma ferramenta essencial para a transformação da agricultura e da economia no Brasil”, destaca o diretor executivo do Finapop, Luis Costa.
Nos últimos quatro anos, a plataforma intermediou 109 financiamentos, que juntos somam R$ 70,2 milhões. O montante foi dividido entre 61 cooperativas e associações das áreas de reforma agrária e impactaram, diretamente, 25 mil famílias.
Entre as premissas do Finapop estão os investimentos com propósito, que almejam ainda formas de enfrentar a crise climática, que já demonstra impactos ambientais, sociais e econômicos.
Outra contribuição da plataforma é facilitar o acesso ao crédito para famílias assentadas, que não têm acesso ao mercado financeiro tradicional.
Atualmente, a plataforma oferece três tipos de financiamento. O primeiro deles voltado para as agroindústrias e financiamento de instalações e maquinários. Os assentados podem receber ainda empréstimos para capital de giro. Por fim, o Capital Semente pode ser requerido para o financiamento de novas associações e cooperativas.
A Associação de Cooperação Agrícola do Nordeste (Acanor), que reúne 20 famílias assentadas em Caruaru, em Pernambuco, cuja produção orgânica é comercializada para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), distribuída em escolas da rede pública.
Com o investimento, a associação comprou matéria-prima das famílias assentadas e pode investir em beneficiamento do milho para comercializá-lo em forma de flocos para cuscuz.
Gaúchos do assentamento Filhos de Sepé, que cultivam arroz agroecológico desde 2000, também recebeu empréstimos empregados como capital de giro para melhorar as técnicas e expandir a área de produção.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Cooperativas criam plataforma de financiamento da reforma agrária e agricultura familiar - Instituto Humanitas Unisinos - IHU