07 Novembro 2023
Nos dias 6 e 7 de novembro, na capital dos Emirados Árabes Unidos, ocorrerá o Global Faith Summit on Climate Action, que reunirá representantes de diversas religiões com especialistas em clima e ativistas no compromisso comum pela justiça climática. Uma cúpula hospedada pelo xeque Mohamed bin Zayed Al Nahyan, presidente dos Emirados, e organizada pelo Conselho Muçulmano dos Anciãos em colaboração com a Santa Sé, que prevê a assinatura de uma declaração comum.
A reportagem é publicada por Vatican News, 04-11-2023.
Um encontro que reúne em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, de 6 a 7 de novembro, numerosos representantes e líderes de diversas religiões em preparação para a cúpula climática Cop28, programada para o início de dezembro em Dubai, também nos Emirados. Trata-se do Global Faith Summit on Climate Action, evento cujo anfitrião é o xeque Mohamed bin Zayed Al Nahyan, presidente dos Emirados Árabes Unidos: um evento que visa destacar o papel central das comunidades e instituições religiosas no enfrentamento da crise climática. Líderes religiosos e representantes de mais de 30 religiões, juntamente com especialistas, jovens, líderes femininas e comunidades indígenas, colaboraram para produzir uma declaração comum das religiões sobre a ação climática. A declaração será assinada durante a cúpula e deve aproveitar a influência coletiva das comunidades e instituições religiosas para inspirar a justiça climática global.
Reconhecendo que mais de 84% da população mundial se identifica com uma religião, a declaração das religiões busca unir representantes religiosos, comunidades e instituições para promover a ação climática. O encontro de dois dias é organizado pelo Conselho Muçulmano dos Anciãos em colaboração com a Santa Sé, a presidência da Cop28 e o Programa Ambiental das Nações Unidas (Unep). Em um comunicado à imprensa, Sultan Al Jaber, presidente da Cop28, enfatizou a abordagem inclusiva da presidência da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. "Comunidades e organizações baseadas na fé desempenham um papel crucial em ajudar o mundo a lidar com a mudança climática", disse Al Jaber. "Nosso objetivo é garantir que a Cop28 amplifique o apelo à ação dos líderes religiosos globais para envolver muitas comunidades em todo o mundo na ação climática".
O secretário-geral do Conselho Muçulmano dos Anciãos, o juiz egípcio Mohamed Abdelsalam, expressou suas esperanças para o evento e destacou a importância da colaboração entre a fé e a ciência para combater as mudanças climáticas e garantir uma transição energética justa. O cardeal Miguel Ángel Ayuso, prefeito do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso e participante do cúpula, enfatizou que os participantes, de diferentes contextos religiosos, reconhecem seu dever moral e religioso de proteger nosso planeta. "Todos nós, participantes que representam diferentes religiões e origens, reconhecemos a responsabilidade moral e religiosa de moldar uma ética de cuidado com a Terra, nossa casa comum", explicou o cardeal. "Este cúpula, que reúne tanto as lideranças quanto a base, é um apelo a toda a humanidade para preservar a natureza".
A cúpula antecede a 28ª Conferência das Partes da UNFCCC, a Cop28, que ocorrerá em Dubai de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023. Durante a conferência, o Conselho Muçulmano dos Anciãos, em colaboração com a presidência da Cop28, o UNEP, a Santa Sé e uma coalizão de parceiros religiosos, sediará o Pavilhão da Fé. Será o primeiro pavilhão desse tipo em um evento da Cop, que servirá como um centro de colaboração e engajamento inter-religioso, com o objetivo final de estimular uma ação climática eficaz e ambiciosa. A Cop28 reunirá mais de 70 mil participantes, incluindo chefes de Estado, autoridades governamentais, líderes industriais, representantes do setor privado, acadêmicos, especialistas, jovens e atores não estatais.
Conforme o mandato do Acordo de Paris sobre o clima de 2015, a Cop28 nos Emirados Árabes Unidos fornecerá o primeiro Global Stocktake, uma avaliação abrangente do progresso em relação às metas climáticas. Da Conferência de Dubai, deve sair um roteiro claro para acelerar a transição energética global e adotar uma abordagem inclusiva para a ação climática, sem deixar ninguém para trás.
