Insegurança alimentar e exportações de alimentos crescem na América Latina

Fonte: Wikimedia Commons

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27 Outubro 2023

Embora a América Latina seja o maior exportador de alimentos, o número de pessoas que sofrem insegurança alimentar na região aumentou, afirmou Sergio René Araujo, economista da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

A reportagem é de Clara Zepeda, publicada por La Jornada, 26-10-2023. A tradução é do Cepat.

Durante a apresentação do estudo: Perspectivas Agrícolas 2023-2032, elaborado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a FAO, o especialista garantiu que a região está se consolidando como o maior exportador de produtos agrícolas, em especial os básicos.

No entanto, no México, em 2022, cerca de 35 milhões de pessoas sofriam insegurança alimentar de moderada a grave, 4,2 milhões a mais do que em 2016, de acordo com o relatório da FAO: O Estado da Insegurança Alimentar e Nutrição no Mundo - 2023.

Em toda a região, os organismos estimam que as famílias dedicam em média cerca de 16% do gasto total em alimentos. Isto indica que o atual ciclo de preços altos dos alimentos, combinado com a inflação alta e o crescimento mais lento da renda a curto prazo, em grande medida, poderá afetar a segurança alimentar durante a próxima década.

Por sua vez, Mario López, representante da OCDE no México, explicou que as guerras entre a Ucrânia e a Rússia e entre Israel e o Hamas, bem como a violência, o crime organizado, a mudança climática e as secas prolongadas representam um grande risco para o setor agrícola.

Existe um risco crescente de que a variabilidade meteorológica, as doenças dos animais e as plantas, as alterações nos preços dos insumos, a evolução macroeconômica e outros aspectos incertos em matéria de políticas públicas provoquem desvios nos resultados dos mercados em relação às projeções atuais.

A OCDE e a FAO destacaram que os custos persistentemente altos das dietas saudáveis e as restrições de acessibilidade entre aqueles que têm rendas mais baixas afetam tanto a qualidade quanto a quantidade da ingestão de alimentos, apesar do impacto positivo de iniciativas como programas de alimentação escolar, que se estima que beneficiarão até 37% dos membros mais pobres da população.

O relatório, que fornece uma avaliação consensual das perspectivas para 10 anos dos mercados de produtos básicos agrícolas e pesqueiros a nível nacional, regional e global, ressaltou que o aumento dos custos dos fertilizantes pode levar ao aumento dos preços dos alimentos.

O consumo mundial aumentará 1,3% ao ano

Os organismos preveem que para cada aumento de 1% nos custos dos fertilizantes, os preços dos produtos agrícolas podem aumentar 0,2%. Prevê-se que o consumo mundial de alimentos cresça 1,3% ao ano, durante o período de projeção, um ritmo mais lento do que na década anterior por causa da prevista desaceleração do crescimento da população e o aumento da renda per capita.

Durante a apresentação do relatório, Hubertus Gay, especialista da divisão de comércio agroalimentar da OCDE, afirmou que a mudança nos preços dos produtos básicos agrícolas se deu em razão do aumento de 25% nos preços dos fertilizantes.

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