20 Abril 2023
A ONU instituiu o período de 2022 a 2032 como a Década Internacional das Línguas Indígenas. O ato pretende incentivar a compreensão e ações concretas para preservar as línguas originárias.
A reportagem é de Elaíze Farias, publicada por Amazônia Real, 19-04-2023.
A brutalidade contra os povos indígenas do Brasil em mais de 500 anos promoveu não apenas a perda de seus territórios, mas também extinguiu muitas línguas originárias. Eram mais de mil línguas nativas na época da chegada dos invasores europeus. Hoje são pouco mais de 200, segundo o IBGE. Com a revisão do Censo em 2022, acredita-se que o número aumente.
Em alguns casos, há um número baixo de falantes, com uma ou duas pessoas que mantêm o idioma nativo. E as que sobreviveram? Há muitas maneiras de recuperar, revitalizar e resgatar idiomas dos povos originários. Até mesmo as línguas consideradas extintas podem ser recuperadas. Como? Pelos rituais e contatos com os ancestrais. Assim, elas são “ressuscitadas”. São as línguas espíritos.
É com este pensamento que a professora e pesquisadora Altaci Rubim assumiu um papel proeminente na chamada Década Internacional das Línguas Indígenas, uma mobilização global iniciada em 2022 e que vai até 2032, proclamada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Altaci é a representante da América Latina e do Caribe da Unesco no GT (Grupo de Trabalho) Mundial da Década das Línguas Indígenas.
Segundo a Unesco, existem mais de 7 mil línguas faladas no planeta. Dessas, mais de 6 mil são indígenas, mas 3 mil correm risco de desaparecer. Daí a emergência em tomar medidas para evitar a extinção da riqueza cultural e das línguas desses povos.
Muitas línguas desapareceram por diferentes motivos – mortes de seus falantes, proibição de colonizadores e missionários, espoliação territorial, racismo, discriminação, etc. Em 2022, morreu o indígena Tanaru, conhecido como ‘índio do buraco’, e com ele se foi um tesouro linguístico.
As que estão sendo “ressuscitadas” são mais frequentes do que se imagina. Muitos povos têm o interesse despertado para resgatar sua identidade, e isso inclui a recuperação da língua. Um exemplo acontece com o povo Pataxó, na Bahia, que resgatou a língua Patxohã.
“Havia dois lembradores. Então, eles foram para os rituais. A partir dos sonhos e dos rituais, eles criaram novos léxicos. A língua foi atualizada. Hoje a língua está em pleno processo de revitalização”, diz a professora.
Altaci Rubim pertence ao povo Kokama, da região do município de São Antônio do Içá, no Alto Solimões, no Amazonas. Ela é pesquisadora, ativista, mestra em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), mestranda em Linguística e Línguas Indígenas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutora em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB). Seu nome na língua é Tataiya Kokama.
Em Manaus, onde morou e compartilhou grande parte de sua trajetória pessoal e profissional, Altaci desenvolveu durante vários anos atividades de revitalização da língua de seu povo em comunidades de contexto urbano. Ela se descreve como uma linguista de “profissão e de coração”, que dialoga com a antropologia e com todas as outras ciências.
Nesta terça-feira (18), Altaci foi nomeada na Coordenação-Geral de Articulação de Políticas Educacionais Indígenas, no Departamento de Línguas e Memórias Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas.
Em entrevista concedida à Amazônia Real, ela fala sobre o esforço para preservar línguas em risco de desaparecer e lembra os embates com outros linguistas, todos não indígenas, que pesquisaram o tema.
Altaci Kokama. (Foto: Marizilda Cruppe | Amazônia Real)
O que é a Década Internacional da Língua Indígena?
A década surge em 2019, na Bolívia, durante uma luta em torno do fortalecimento das línguas indígenas. Nesse movimento, também na Bolívia, foi criado o Ano Internacional das Línguas Indígenas. A partir dessa iniciativa, em 2019 os povos levaram para discutir o que precisavam para fortalecer. A Unesco fez então uma chamada para as instituições dialogarem com os povos indígenas. Depois [foi feita] direto para as organizações prepararem um plano de ação com os povos indígenas das sete regiões do planeta: América Latina e Caribe, as Américas, África, etc. Na América Latina e Caribe tiveram vários candidatos. Logo no primeiro momento fui escolhida nessa eleição, feita online, no período da pandemia.
Por que foi preciso criar uma década para as línguas indígenas?
O primeiro ponto é porque o planeta corre risco de extinção. A Unesco sabe que as línguas indígenas guardam saberes, preservam a floresta, combatem os problemas ocasionados pelas queimadas, pela poluição dos rios. As questões climáticas são minimizadas a partir dos saberes tradicionais que estão contidos nas línguas indígenas. Evidentemente há muitas ações realizadas para evitar o desaparecimento do planeta. Mas línguas indígenas representam uma das possibilidades para combater. Para isso, os líderes, os governantes, estão sendo chamados para criarem políticas de valorização, de manutenção, de retomada, do fortalecimento das línguas indígenas.
O que será feito nesta década? Que ações concretas estão sendo planejadas?
Nós fomos chamados junto com outros povos para elaborar com a Unesco e parceiros um plano de ação mundial para a década. A partir desse plano, começamos a nos organizar. Eu me candidatei pela Associação dos Indígenas Kokama Residentes em Manaus. Começamos a discutir de que forma o Brasil, dentro desse plano, iria se organizar para a década. Estamos criando uma autonomia dentro do Brasil para que a gente possa andar com nossas próprias pernas. Que esse movimento vá para além da década. Praticamente somos modelo para outros continentes, que não estão conseguindo começar ainda essa mobilização da década. O continente africano, na nossa reunião, fala: “Nos ajudem na mobilização”. Peru e Colômbia estão adiantados nessa mobilização. No Brasil ainda não tínhamos acordado. Quem falava por nós? Eram os linguistas, os linguistas não indígenas.
O que será feito para fortalecer línguas em risco?
Mexer com a língua é conflituoso. Mas se não nos aliarmos nesse momento, podemos não ter oportunidade de fortalecer as línguas que estão “fracas”. Tem povo querendo retomar, mas falta política pública para isso. Antes, pesquisadores que tinham seus nichos de pesquisa para determinada língua não abriam para ninguém. Nem mesmo para o próprio povo [pesquisado]. No primeiro momento foi isso que aconteceu.
Como é composta a organização das línguas indígenas nesse campo de recuperação e proteção?
Nós temos GT (Grupos de Trabalho) Nacional: Língua de Sinais Indígenas, Línguas Indígenas e do Português Indígena. Há uma rede que quem está à frente é a professora Samela Ramos, indígena do Tapajós, da Universidade Federal do Amapá, juntamente com a pesquisadora Anari Pataxó. São indígenas que trabalham com resgate, com revitalização. São pesquisadores que estão nesse grupo compartilhando material, solicitando oficinas etc. Começa a se pensar a década a partir dessa rede. E foi de lá que surgiram esses três GTs para fazer mapeamento de quantas línguas indígenas há nob. Isso feito pelos próprios indígenas. Com isso convidamos pesquisadores, linguistas, antropólogos, quem chegar até nós. Tem o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) ajudando e dando suporte. Para melhor fazer um mapeamento que já começou.
O que tem de extraordinário até agora, com este mapeamento inicial?
O que chamou atenção foi a língua de sinais indígenas. Porque é algo que sempre teve entre os povos indígenas, como eles se comunicam. Hoje a gente tem a língua de sinais brasileira desrespeitando o que os próprios povos têm. Não significa que não se deva aprender [a língua de sinais não indígena]. Mas que não sejam desvalorizados os sinais que eles [os indígenas] utilizam nas aldeias. Alguns pesquisadores também trabalharam com a temática do português indígena. É uma pauta importante para nós, mas não encontrávamos uma forma dos indígenas se manifestarem sobre isso, que é a exigência de se falar apenas o português oficial em detrimento do português com influência da língua indígena, das memórias.
Fale mais sobre o que é português indígena?
Um exemplo é o português falado pelos Tikuna (povo da região do Alto Solimões), mas com influência deles. Português falado pelos Kokama. São 370 formas de falar o português. Porque cada povo vai falar conforme a sua língua. Por que estamos trazendo essa discussão? Porque todas as políticas de formação de professores precisam levar em consideração os que são falantes de língua indígena e os que falam português como segunda língua. É outra forma de se pensar a formação.
Você comentou antes da entrevista sobre um conceito denominado “trégua da água”. O que ele é e qual a relação com as línguas indígenas?
Sabemos que antes dessas discussões, antes de terem indígenas formados, as instituições que detinham o controle dos indígenas eram os que faziam pesquisas. Muitos devolviam o estudo para os povos, outros não. Por exemplo, pesquisas que foram feitas sobre meu povo não foram devolvidas. Aquilo que foi gravado é um tesouro para nós. Devagar estamos socializando. Colocando essa questão em pauta para que as pesquisas voltem para outros povos. Queremos a nossa língua porque é nossa vida. O conhecimento e o saber são o espírito do povo. Não estamos criminalizando [os pesquisadores], pois era um tipo de pensamento da época. Mas hoje estamos dialogando e colocando na “trégua da água”, que tem significado importante. Significa que precisamos parar de nos digladiar, precisamos quebrar o muro e dizer que todos precisamos tomar água, todos nós precisamos das línguas indígenas. É uma metáfora referente ao tempo que vivemos hoje.
Como se analisa hoje as línguas indígenas, por que é importante preservá-las?
As línguas indígenas sempre foram classificadas por linguistas não indígenas. Eles pegaram a organização europeia, eurocêntrica, que classifica as línguas neolatinas, por exemplo, para classificar línguas indígenas também. Que é outra perspectiva. Mas até então se tinha apenas esse tipo de classificação. Hoje, nós povos indígenas à frente dessa discussão, temos outra forma de ver isso. Segundo a classificação de Aryon Rodrigues [linguista brasileiro, morto em 2014], são 180 línguas hoje no Brasil. Eram 1.100 no início da chegada do colonizador. O que isso tem a ver com nós, povos indígenas? Isso, esses números, não alteram em nada.
Qual a diferença entre a concepção de línguas à luz de pesquisadores clássicos, como Saussure [linguista suíço e referência da linguística estrutural] e conhecedores e pesquisadores indígenas?
Se for pra Saussure, vamos ter a língua como sistema. Na concepção de Noam Chomsky, a concepção de língua é dada na gramática universal. É outra forma de pensar. Na nossa concepção de língua, também temos a língua espírito. Os nossos espíritos só falam na língua de cada povo. Sabendo que existe a língua espírito, então nessa concepção é que ela não morre, não pode ser considerada sempre extinta.
Onde a língua espírito está presente?
Elas são retomadas em sonhos, pelo espírito. Muitos povos têm na memória ou em outro lugar guardado, como em museu. As que não tem, elas são acordadas nesses rituais.
Quais são outras categorias de línguas que passam por esse processo de resgate?
Temos as línguas em revitalização. São línguas que sofreram uma interrupção intergeracional. Ou seja, foram faladas até a década de 50. Vem as décadas de 60, 70, 80, 90 e ninguém falou. Mas ela volta no século 21. Essa língua tem gramática registrada, tem tudo. Tem os anciões vivos. Essa retomada é possível pelos anciões e em tudo que está retomado. Então, nós temos línguas em revitalização, línguas adormecidas e línguas em manutenção. As línguas em revitalização não são faladas no cotidiano, mas tem anciões falantes. Toda uma base para ser retomada. Revitalização é dar força à dinâmica da existência, que ocorre a partir dos cantos, dos rituais. Ou seja, é para ter força novamente. Por exemplo, uma língua em revitalização é a Patxohã, dos Pataxó, na Bahia. Eles decidiram coletivamente que iriam falar a língua. Só que o léxico da língua que eles tinham era pouco. Havia dois lembradores. Então, eles foram para os rituais. A partir dos sonhos e dos rituais, eles criaram novos léxicos. A língua foi atualizada. Hoje a língua está em pleno processo de revitalização. As línguas em manutenção são, por exemplo, como a dos Tikuna. Tem comunidades que não estão mais falando. Por isso é preciso política de manutenção. Já há casos de comunidades onde ela está enfraquecida.
Como resgatar uma língua que, no entendimento padrão, foi considerada extinta?
Uma das mais importantes são as línguas adormecidas. Elas não foram extintas. Por exemplo, a língua dos Manaós (povo indígena nativo do que hoje é a capital do Amazonas, Manaus). Elas podem ser acordadas em rituais. A partir do momento que alguém reivindicar a identidade, pode querer sua língua de volta. Pode entrar em contato com os espíritos. Essa é a nossa perspectiva de discussão da década. Por que estamos fazendo tudo isso? Sabemos que quando se diz que uma língua é extinta, um povo é extinto, acabou a terra dele. Essa pessoa vai ser considerada mentirosa. Vão dizer que essa língua não existe. Mas nós sabemos que os povos da Amazônia ou de qualquer lugar do Brasil são povos que independem do tempo. O tempo para os povos indígenas é o tempo presente. As memórias, tudo que guarda na memória, é essa ancestralidade que você pode acordar coletivamente com seu povo e seu grupo.
Como podemos compreender a língua espírito sem tornar essa categoria uma peça exótica à luz dos não indígenas?
Fiz uma palestra sobre línguas indígenas no Pará recentemente justamente para falar da língua espírito. Quando se fala de espírito supõe-se que está se falando de religiosidade. Mas o que estamos falando é na concepção dos povos originários. O espírito vai ter um significado, mas pela espiritualidade de cada povo.
Você pode dar um exemplo de um povo que pode resgatar sua língua através dos rituais?
No Brasil há várias retomadas. Por exemplo, a língua dos Kariri Xocó, no Nordeste. Foi por meio de rituais de sonhos que eles resgataram. Todo o Nordeste é por meio de rituais e sonhos. Eles têm todo ano, durante um mês eles ficam reclusos na mata. E nessa reclusão, só se fala a língua.
Como está a programação da década das línguas indígenas para 2023?
Em agosto teremos o 1º Encontro Nacional das Línguas Indígenas, em Manaus. Isso é um chamado dos ancestrais. Eles estão mediando. E nós somos mensageiros. Teve um evento no Pará que quando cheguei no hotel fui recepcionada por uma garça (ave da Amazônia). Quando vi, pensei: “Entre meu povo, uma garça não pode nem se aproximar”. Ela me seguiu, veio novamente. Foi quando uma parente falou: “Parente, senti que tenho que fazer um grafismo em você”. Ela fez o grafismo da garça. No meu povo, a garça é mensageira dos nossos ancestrais. Como mensageira, eu não fui eleita por acaso. Nossa fala tem sido ouvida.
O que já foi feito e o que está sendo planejado nas atividades da Década entre os povos indígenas do Brasil?
No Amazonas, temos o GT. Foi o primeiro estado a se mobilizar. Tem o plano de ação organizado por territórios etnoeducacionais. Como a gente estava no governo Bolsonaro, não foi feito nada. Agora, com novos tempos a nosso favor, a gente vai fazer esse evento em Manaus. O GT está todo mobilizado para que o máximo de representantes dos povos indígenas esteja presente. Queremos mapear as iniciativas feitas pelos povos indígenas. A gente está pautando para que no Ministério dos Povos Indígenas tenha uma abertura para a política linguística das línguas indígenas, porque a escola indígena não revitaliza a língua, não retoma. Ela tem muitas outras necessidades. Tem 50 minutos e o diretor ainda tira esse tempo do currículo e troca por outros estudos. A gente vai abrir um núcleo em cada estado para também pensar essas políticas e somar com a escola esse processo de fortalecimento.
Por que as línguas indígenas desapareceram e por que precisam ser revitalizadas?
Na América Latina e no Caribe tem em torno de 58,2 milhões de indígenas que falam aproximadamente 550 línguas originárias. No Brasil, no início da colonização eram mais de mil línguas. Foi um conjunto de ação: a igreja, a própria política de estado de dominação. Tudo se resume em retirar a terra dos povos indígenas. Todas essas políticas foram feitas para acabar com a vida dos povos originários. Mas os colonizadores sabiam que um dia íamos acordar, saber quem somos, o valor das nossas línguas. Por isso que precisavam acabar com nossa memória e resistência. A primeira ferramenta usada foi pela língua através do silenciamento. Teve políticas de extermínio, doenças, escravidão, massacres. Outra coisa foi diminuir a demarcação até não ter mais ninguém. Isso tudo foi pensado. Mas eles não contavam com nossa ancestralidade, que é maior.
Durante muitas décadas as línguas indígenas eram exclusivamente estudadas e sisematizadas por não indígenas. Muitos linguistas eram religiosos, missionários, que também detinham esse conhecimento com intenções de catequizar, evangelizar. Você é uma das pioneiras como linguista indígena, dentro da academia ocidental. Como foi seu ingresso neste campo?
A Altaci Kokama é uma linguista de profissão e de coração. Que dialoga com a antropologia e com todas as outras ciências. Porque tudo está envolvido. Eu trabalho na UnB como professora de Letras. Neste curso trabalho com três estrangeiros e indígenas. Minha entrada na universidade faz com que meus alunos tenham outro olhar. Também defendo projeto com indígenas Warao, ensinando a eles o português como segunda língua, em uma parceria com a Cáritas. Também oriento estudantes do Pibic (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica). Como professora falo da minha realidade. Sou uma professora indígena. Falo de aspectos interculturais, dos povos. Faço mestrado em Letras e Línguas Indígenas atualmente. Preferi um segundo mestrado em vez de fazer um Pós-Doc. Isso abriu meus olhos sobre a forma que lido com línguas indígenas. Eu tinha outra formação que não focava especificamente em línguas indígenas. Participo de bancas, apesar de não estar na pós-graduação [como docente] por opção minha. Continuo no projeto Nova Cartografia Social da Amazônia [grupo de pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas].
Em Manaus, a população do povo Kokama é muito forte e numerosa. Como é o trabalho com o grupo Kokama que vive na capital do Amazonas?
Tenho essa luta desde 2000. Mas nessa caminhada toda, a gente teve que se desconstruir no processo. Tirar o espírito colonizador que a gente aprendeu. As pessoas não acreditavam que eu falava minha língua. Não ouviam eu falar. Então, é preciso desmistificar isso. Entender os processos linguísticos foi importante para dizer: “Eu falo Kokama e ensino Kokama”. Enquanto eu não entendi isso, enquanto não passei por uma formação que possibilitou isso, continuava como muitos outros, sem entender e falar. Com o grupo Kokama fazíamos oficinas de formação. Depois veio a pandemia e isso trouxe muitos desafios. Mas continuo mantendo o curso de formação, que vai ser repensado agora.
Como é a língua do seu povo, Kokama?
Nós, Kokama, fizemos uma assembleia e decidimos ficar com a língua oficial falada no Peru, que levou 25 anos para oficializar. Entre nosso grupo Kokama, do qual faço parte, a gente mantém esse acordo. É essa língua comum que falamos.
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‘As línguas indígenas estão adormecidas, não foram extintas’, diz linguista Kokama - Instituto Humanitas Unisinos - IHU