15 Setembro 2022
A declaração na véspera da confirmação do acordo para a nomeação de bispos - Não haverá nenhum encontro e nenhum contato direto entre o presidente chinês Xi e o Papa Francisco em solo cazaque, mesmo que os sinais enviados de longe pela China e pelo Vaticano – aproveitando os meios de comunicação de massa - sejam diferentes. Esta manhã de Pequim, foi a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, quem disse que as palavras de "benevolência e cordialidade" proferidas pelo Papa no avião ao chegar ao Cazaquistão foram apreciadas. Falando com alguns repórteres, ele disse que estava pronto para ir para a China.
Às vésperas da confirmação do acordo para a nomeação de bispos, assinado e em experimentação há alguns anos para conseguir a normalização da situação da Igreja chinesa - dividida desde a década de 1950 -, o cardeal Pietro Parolin, entrevistado à margem da conferência das religiões em andamento na capital cazaque, explica que se o Vaticano tiver os sinais, está pronto para transferir o escritório de Hong Kong para Pequim.
A entrevista é de Franca Giansoldati, publicada por Il Messaggero, 14-09-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
Eis a entrevista.
Vocês terão algum tipo de contato com Xi nesses dias, visto que ele é esperado em Nursultan para uma importante visita de Estado, a primeira que efetua desde a pandemia. O Papa e Xi estarão a uma curta distância um do outro.
Uma coincidência. Sabemos, sim, que o presidente está aqui em Nursultan agora. Mas ele não está presente neste congresso. Em todo o caso, não houve contatos prévios para tal visita e nem estão previstos.
Estão prontos para transferir o escritório de Hong Kong para Pequim?
Não me parece que seja uma ideia nova, sempre a tivemos presente. Estamos à espera de um sinal de Pequim que, contudo, ainda não chegou.
E quanto à questão de Taiwan, onde vocês têm uma nunciatura e relações diplomáticas plenas. Estão prontos para fechá-la ou reduzir sua importância como a China está pedindo?
Por enquanto tudo permanece como está.
Leia mais
- O Papa aos jornalistas em voo: "Estou pronto para ir à China"
- Papa Francisco: "Chegou a hora de acordar desse fundamentalismo que contamina e corrói todos os credos"
- No Cazaquistão, o Papa Francisco relança seu multilateralismo
- Cazaquistão, o enviado do patriarca russo: "Um encontro entre Kirill e o Papa é possível, mas deve ser preparado"
- Samarcanda, iniciada a cúpula dos Grandes do "outro mundo". Aguardando o encontro entre Xi e Putin
- A vida de Xi Jinping e as escolhas da China
- O acordo da Santa Sé com Rússia e China: o legado da Ostpolitik e a “mudança de época”. Artigo de Massimo Faggioli
- Acordo entre Santa Sé e China: uma virada histórica, mas ainda mantida em segredo
- Em entrevista a jornal chinês, cardeal Parolin fala dos primeiros frutos do acordo entre Santa Sé e China
- Vaticano/China. Padre Peter Stilwell defende aproximação, com política de “longo prazo”
- Rússia, Patriarca Kirill contra governos da OTAN: "Suas escolhas levarão à destruição"
- O que é o Congresso dos Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais cuja 7ª edição (14-15 de setembro) receberá o Papa Francisco?
- Nomeação dos bispos, o Vaticano renova o acordo com a China. Protestos dos EUA: "Assim, a Santa Sé põe em risco a sua autoridade moral"
- A viagem do Papa ao Cazaquistão à sombra da guerra na Ucrânia e da crise entre o Ocidente e a China
- O cardeal Muller ao Papa: ”O Cardeal Zen será processado pela China, o Vaticano não pode sacrificá-lo à razão de Estado”
- O Papa espera que o Acordo Provisório com a China seja renovado em breve
- Com o Papa retorna o diálogo sereno sobre China e direitos
- Papa Francisco e China: um mistério vaticano e uma proposta
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Papa e Xi Jinping, mensagens à distância: enquanto o cardeal Parolin pensa em fechar o escritório de Hong Kong - Instituto Humanitas Unisinos - IHU