Ser cristão na Igreja Católica: notas à margem. Artigo de Giuseppe Avallone

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03 Dezembro 2021

 

Neste artigo, Giuseppe Avallone propõe uma reflexão sobre a crise da Igreja Católica em tempos de pandemia e de Papa Francisco, relatando os debates ocorridos no 20º Colóquio “Oggi la Parola”, realizado em Camaldoli, Itália, há algumas semanas.

 

Avallone é consultor em desenvolvimento local e políticas sociais e colaborador das revistas Il Tetto e Adista.

 

O artigo foi publicado em Chiesa di Tutti, Chiesa dei Poveri, 01-12-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

 

Eis o texto.

 

Faz sentido falar de uma crise da Igreja Católica no que diz respeito à capacidade de se defrontar com os desafios do nosso tempo, tornados ainda mais dramáticos pela pandemia que criou uma fase de suspensão no fluxo das dinâmicas sociais e das relações entre as pessoas?

 

Foi a partir dessa e de outras interrogações que partiu o Colóquio realizado em Camaldoli no início de novembro [1] e que contou com a participação de estudiosos de diversas origens, que debateram os principais temas que hoje interrogam os fiéis e veem a Igreja Católica atravessada por divisões e incertezas em tornar visível e eficaz o caminho empreendido pelo Concílio Vaticano II.

 

A crise da Igreja havia sido comentada explicitamente em um dos livros [2] de Andrea Riccardi, fundador da Comunidade de Santo Egídio, historiador e observador participante da realidade recente do mundo católico na Itália: o livro examina, comparando também teses contrapostas, os motivos que correm o risco de levar a Igreja a um declínio; um risco de irrelevância não apenas pela perda quantitativa de participação (visível na diminuição da prática religiosa, sobretudo entre os jovens, e na crise das vocações), mas sobretudo pela dificuldade de levar em frente a sua missão evangelizadora em um mundo em profunda mudança.

 

Em outra contribuição, Giuseppe De Rita [3], partindo da posição assumida pela Igreja italiana de aceitação das decisões do governo para combater a pandemia (incluindo a suspensão das práticas cotidianas da vida eclesial), detectou um crescimento do senso de desorientação presente há muito tempo “no descolamento da sociedade real, a distância entre fiéis e pastores, a irrelevância do pensamento sociopolítico”; isso sem negar a presença de um forte envolvimento de religiosos e leigos em ações exemplares de solidariedade e de compromisso concreto.

 

Uma pesquisa citada pelo texto indica, entre outras coisas, que 50% dos praticantes (e 38% de toda a amostra entrevistada, incluindo os não crentes) disseram estar muito ou bastante de acordo com a afirmação: “A Igreja aceitou acriticamente demais a decisão de suspender todas as funções e os ritos”; e mais uma vez a Igreja é julgada em último lugar em relação ao fato de ter sabido interpretar as dificuldades da pandemia (apenas 11% dos católicos), precedida pelo mundo da solidariedade e do voluntariado (36,7%), pelo governo e pelo mundo da cultura e da comunicação; e, finalmente, quase 60% dos praticantes (68% do total de entrevistados) se declaram muito ou bastante de acordo com a afirmação de que a Igreja italiana está passando por um período de declínio.

 

Mas qual Igreja está perdendo relevância? Aquela institucional construída com um sistema de regras e de normas, que muitas vezes caem de cima, da hierarquia, com pouca disposição a se pôr em discussão? Ou aquela da comunidade dos fiéis que vive imersa em uma realidade que muda rapidamente, apresentando desafios inimagináveis até poucos anos atrás?

 

Na sua fala em Camaldoli, Luigi Accattoli afirmou que a pandemia também foi uma oportunidade, porque permitiu trazer à tona, perante uma suposta perda de capacidade da Igreja de incidir no nível sociopolítico, o extraordinário testemunho oferecido pela vivência dos “moribundos, dos curados e de quem deu a vida para socorrer o próximo”. As Igrejas cristãs estão destinadas a ser cada vez menos visíveis na cena pública e a contar pouco em termos políticos, mas isso poderá chamar mais atenção para os testemunhos de vida dos fiéis do que para os pronunciamentos da hierarquia [4].

 

Poucos meses depois da sua eleição, o Papa Francisco, em uma entrevista concedida ao Pe. Spadaro [5], havia traçado com clareza algumas linhas que serão reencontradas depois nas cartas encíclicas e, sobretudo, no seu modo de entender o pontificado:

 

“Eu vejo com clareza – afirmava o Papa Francisco naquela entrevista – que aquilo de que a Igreja mais precisa hoje é a capacidade de curar as feridas e de aquecer o coração dos fiéis, a vizinhança, a proximidade. Eu vejo a Igreja como um hospital de campanha depois de uma batalha. Curar as feridas, curar as feridas... E é preciso começar de baixo... Sonho com uma Igreja mãe e pastora. Os ministros da Igreja devem ser misericordiosos, encarregar-se das pessoas, acompanhando-as como o bom samaritano que lava, limpa, levanta o seu próximo. Isso é Evangelho puro. Deus é maior do que o pecado. As reformas organizacionais e estruturais são secundárias, isto é, vêm depois. A primeira reforma deve ser a da atitude. Os ministros do Evangelho devem ser pessoas capazes de aquecer o coração das pessoas, de caminhar na noite com elas, de saber dialogar e até de descer à sua noite, à sua escuridão, sem se perderem. O povo de Deus quer pastores e não funcionários ou clérigos de Estado. Os bispos, particularmente, devem ser homens capazes de suportar com paciência os passos de Deus no seu povo, de modo que ninguém fique para trás, mas também para acompanhar o rebanho que tem o faro para encontrar novas estradas. Em vez de ser apenas uma Igreja que acolhe e que recebe, mantendo as portas abertas, procuremos ser também uma Igreja que encontra novas estradas, que é capaz de sair de si mesma e ir ao encontro de quem não a frequenta, de quem foi embora dela ou lhe é indiferente”.

 

Uma Igreja em saída. Que tenta encontrar novas estradas com uma fidelidade criativa ao Evangelho, superando os formalismos jurídicos e o clericalismo. Nisso, é preciso retomar o caminho iniciado com o Concílio Vaticano II, que o papa julgou como um processo de renovação irreversível, mas que não foi completamente implementado, também pela presença de várias formas de oposição e resistência por parte da hierarquia eclesiástica.

 

No congresso de Camaldoli, discutiu-se sobre como o processo iniciado pelo Concílio foi marcado por atrasos e carências [6]: sobre questões como a colegialidade episcopal, a sinodalidade, o papel dos leigos nem todas as premissas e as intuições contidas em alguns documentos conciliares foram desenvolvidas. A questão do papel das mulheres, que se tornou urgente hoje, mal havia sido tocado no Concílio, e nenhum grande passo foi dado. Reencontrar o espírito do Concílio, porém, requer uma releitura do Evangelho em relação às radicais mudanças ocorridas nos mais de 50 anos que se passaram.

 

Trata-se de mudanças profundas ligadas à difusão das tecnologias, à crise ambiental e, em geral, aos diversos equilíbrios geopolíticos iniciados com a globalização e ainda fortemente em movimento nas transformações do poder político e econômico. Mas, sobretudo, trata-se de mudanças ocorridas nos estilos de vida cotidiana, por efeito da individualização generalizada das opiniões e das escolhas de vida das pessoas: além de olhar “para dentro” da Igreja e da comunidade dos fiéis, é preciso reconhecer como ambas devem lidar com a “liquidez” da sociedade (segundo a definição de Zygmunt Bauman) e a fluidez das atitudes mentais e dos comportamentos sociais relacionados, muitas vezes capazes de nos surpreender também pela sua imprevisibilidade.

 

Em relação a esses temas, em uma de suas reflexões recentes [7], Enzo Bianchi introduziu a categoria do desencanto de uma parte dos cristãos que também estiveram fortemente envolvidos na renovação conciliar. A partir de um artigo escrito imediatamente após o Concílio (“Le troisième homme”, Etudes, 1967) pelo jesuíta François Roustang, que falava de três figuras emergentes no Concílio – um católico conservador e reticente; um cristão conquistado pela reforma conciliar; e um “terceiro homem” inédito e inesperado, um simples cristão, discípulo convicto de Jesus, certo, capaz de ser um sujeito adulto na Igreja, mas sem querer ser gregário ou militante eclesial –, Enzo Bianchi escreve:

 

“O primeiro homem ainda existe em uma grande representação de cristãos fortemente ligados à tradição; quanto ao ‘segundo homem’, o católico convicto da graça do Concílio e da reforma iniciada com Paulo VI, deve-se dizer que ele pertence a uma geração que em parte desapareceu por razões de idade: restaram apenas aqueles que, na temporada conciliar, eram ‘jovens’. Hoje, estão muito apagados, não são mais os protagonistas ativos das comunidades pós-conciliares. E a sua voz na Igreja é pouco perceptível e, além disso, diferenciada. Alguns – poucos, para dizer a verdade – ainda são capazes de contestação e de manifestar insatisfação diante de fatos e palavras não aderentes ao espírito do Vaticano II. Mas a maioria dos outros chega a se definir como ‘rebanho perdido’, lamenta-se da hierarquia... É precisamente a partir deles que se gera o ‘quarto homem’, um católico inédito, mas hoje emergente e que ocupa o lugar ocupado também pelo ‘terceiro homem’, em relação ao qual não está em contraposição, mas nem em continuidade: é um sujeito que testemunha um drama! Porque o ‘quarto homem’ é, acima de tudo, um cristão desencantado. Ele viveu a graça de um Concílio sem anátemas e sem dogmas; um Concílio que mostrou uma Igreja que iniciava a se pôr à escuta do mundo. Cheio de entusiasmo e de esperanças, participou nos trabalhos do grande canteiro de obras eclesial; viu e fez discernimento de contestações e protestos que pediam um retorno ao Evangelho; com fadiga, dialogou com o mundo, derrubando muros e bastiões... Mas, à distância de 50 anos, esse ‘quarto homem’ acusa o seu cansaço, conhece o desencanto e vê um refluxo inexorável das formas da Igreja que podiam ser reformadas... E, então, o desencanto assola e envenena o ‘quarto homem’. Ele não rejeita a Igreja, e a Igreja não o rejeita, mas vive etsi ecclesia non daretur, caminha na penumbra da tarde e, muitas vezes, conhece a noite. Mantém um amor vivo e um forte vínculo com Jesus Cristo, seu único Senhor, mas Deus é para ele uma palavra ainda confusa demais com a religião. Um Deus não confessado como encarnado, mas invocado demais como antropomórfico. E a Igreja é para ele um mistério que sobrevive à Igreja instituição, em relação à qual não sente nenhuma atração. E nem lhe dá ouvidos...”

 

Portanto, dois aspectos que convergem para uma mesma situação de dificuldade: por um lado, a Igreja institucional (seria melhor dizer as Igrejas) que busca percursos de autorreforma, mas custa a sair de uma posição estática substancial; por outro, os fiéis, praticantes ou não, com uma fisionomia cada vez mais variada, em sua maioria distantes das problemáticas internas da Igreja, mas em busca de inspiração e de valores que os possam guiar na busca de sentido e de construção do futuro. Repropõe-se a questão dos princípios inegociáveis em alternativa a uma visão aberta à modernidade.

 

A Igreja (novamente, as Igrejas) não encontra mais a margem das alianças com o poder [8]; a Igreja italiana, depois de ter construído diversas formas de colateralismos com os governos, permanece ancorada a uma relação jurídica de proteção garantida pela Concordata, em um esquema substancialmente defensivo de privilégios adquiridos: grandes patrimônios, raramente valorizados por serviços de utilidade coletiva; uma gestão opaca dos serviços (saúde, escola, até mesmo receptividade turística) e um escasso apoio às reivindicações de solidariedade disseminadas em muitas comunidades locais.

 

Ampliando o olhar ao mundo, vemos crescer as diferenças entre as Igrejas locais, com reivindicações de autonomia em relação ao Vaticano, com dilacerações sobre temas fortes (pensemos nos escândalos da pedofilia), com obstáculos para prosseguir no diálogo inter-religioso, apesar dos passos dados pelos pronunciamentos dos últimos papas.

 

Enquanto isso, redesenha-se o mapa geográfico das religiões, também por efeito das migrações: o embate com o Islã, por exemplo, torna-se mais próximo, e nos descobrimos substancialmente despreparados por déficit de conhecimento dessa realidade e das suas articulações internas.

 

Na encíclica Evangelii gaudium, o Papa Francisco escreveu:

 

“A Igreja ‘em saída’ é a comunidade de discípulos missionários que ‘primeireiam’, que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festejam” [n. 24]; e ainda:

 

“Ser Igreja significa ser povo de Deus, de acordo com o grande projeto de amor do Pai. Isto implica ser o fermento de Deus no meio da humanidade; quer dizer anunciar e levar a salvação de Deus a este nosso mundo, que muitas vezes se sente perdido, necessitado de ter respostas que encorajem, deem esperança e novo vigor para o caminho. A Igreja deve ser o lugar da misericórdia gratuita, onde todos possam se sentir acolhidos, amados, perdoados e animados a viverem segundo a vida boa do Evangelho” [n. 114].

 

Com o seu pontificado, o Papa Francisco pretende exercer um forte apelo a ler os tempos de modo dinâmico, sem ficar escravo de uma tradição imóvel e autorreferencial.

 

Ele fez isso em relação aos temas sociais, com o horizonte preciso dos pobres como destinatários privilegiados da mensagem do Evangelho e convidando a responder aos desafios do mundo atual combatendo a economia da exclusão, a nova idolatria do dinheiro (o dinheiro que governa ao invés de servir), as desigualdades que geram violência.

 

Ele se encontrou com os movimentos populares pondo-se à escuta das reivindicações de libertação das diversas formas de opressão; explicou em muitas ocasiões a necessidade de se encarregar dos migrantes, sem álibis, com quatro verbos simples: “Acolher, proteger, promover e integrar”; encarregou-se da dor do mundo pela pandemia com um gesto fortemente simbólico (a sua presença, sozinho, na Praça de São Pedro), mais incisivo do que muitos discursos.

 

Com a encíclica Laudato si’, ele abriu uma reflexão no mundo da Igreja sobre a relação com a natureza e a defesa da casa comum, colocando-se um dos pontos de referência no atormentado debate mundial sobre a crise ambiental [9].

 

Com a outra encíclica, Fratelli tutti, atualizou a parábola do bom samaritano, explicando que o impulso ao individualismo das nossas sociedades é uma falsa afirmação de liberdade:

 

“A fraternidade não é resultado apenas de situações em que se respeitam as liberdades individuais, nem mesmo da prática de uma certa equidade. Embora sejam condições que a tornam possível, não bastam para que surja como resultado necessário a fraternidade. Esta tem algo de positivo a oferecer à liberdade e à igualdade. O que acontece quando não há a fraternidade conscientemente cultivada, quando não há uma vontade política de fraternidade, traduzida em uma educação para a fraternidade, o diálogo, a descoberta da reciprocidade e enriquecimento mútuo como valores? Acontece que a liberdade se atenua, predominando assim uma condição de solidão, de pura autonomia para pertencer a alguém ou a alguma coisa, ou apenas para possuir e desfrutar. Isso não esgota de maneira alguma a riqueza da liberdade, que se orienta sobretudo para o amor” [n. 103].

 

Costuma-se dizer que essas mensagens simples e claras, mas poderosas, levaram o Papa Francisco a ser considerado um líder político em nível mundial (apreciado ou combatido, como todos os líderes), em vez de incidir na vida da Igreja: certamente, o papa encontrou não poucas resistências em uma parte da hierarquia eclesiástica, mas também abriu cenários de esperança e confiança em grande parte das realidades eclesiais e, sobretudo, nos muitos grupos de cristãos de base empenhados no compromisso cotidiano de apoio aos últimos.

 

Sem falar daquela parte que apela à defesa dos valores católicos, expressada de modo claramente instrumental por uma parte da sociedade civil e política (infelizmente numerosa e barulhenta) e que se confia a terços improváveis exibidos em manifestações políticas (por parte de pessoas que haviam começado a parir de posições fortemente anticlericais), a supostas defesas da família tradicional e aos vários personagens públicos que ostentam devoção ao Padre Pio ou peregrinações a Medjugorje. Mas mesmo isso, infelizmente, contribui para desorientar.

 

A virada promovida pelo Papa Francisco, no entanto, é evidente e interpela todos os católicos.

 

De que mais precisamos?

 

O Sínodo que está se abrindo prevê um longo processo de escuta, segundo uma metodologia processual desejada pelo próprio papa. Um Sínodo que ainda não está delineado em todas as suas passagens [10].

 

Em Camaldoli, Francesco Ferrari, presidente da associação Viandanti, falou do Sínodo como uma oportunidade para removermos o afã e para reencontrarmos o caminho, parcialmente interrompido, iniciado com o Concílio. Acima de tudo, para dar voz novamente aos leigos, para ir além do clericalismo e da autorreferencialidade. Será possível ter um espaço de debate e de aprofundamento se efetivamente, nas diversas realidades eclesiais locais, forem criadas as condições para se expressar publicamente sobre uma leitura das mudanças em curso, sobre temas também complexos, como as questões de gênero, a crise ecológica, a inteligência artificial e outros. E, naturalmente, se houver uma adesão a esses percursos.

 

Um processo que talvez levará a redesenhar a Igreja a partir de uma pluralidade de formas organizacionais, de acordo com as sensibilidades locais, com um esforço para ler de modo mais atento os sinais dos tempos, preservando a fidelidade ao Evangelho.

 

Notas:

 

1. “Ser cristão na Igreja Católica”, XX Colóquio do grupo “Oggi la Parola”, Camaldoli, 29 de outubro a 3 de novembro de 2021. O registro completo das intervenções no colóquio está disponível no site das Edizioni Camaldoli (em italiano aqui), onde também é possível comprar o link para o arquivo de áudio.

 

2. Andrea Riccardi. La Chiesa brucia: crisi e futuro del cristianesimo. Laterza, 2021.

 

3. “Essere qui, Il gregge smarrito. Chiesa e Società nell’anno della pandemia” (Rubettino, 2021). A publicação é fruto do debate que De Rita promoveu ao criar a associação “Essere Qui”, composta por vários intelectuais, com o objetivo de refletir sobre a necessidade de relançar uma presença da cultura católica na sociedade italiana.

 

4. Alguns desses testemunhos foram coletados no livro editado por Luigi Accattoli e Ciro Fusco, “Fatti di Vangelo in Pandemia. Settantadue storie italiane di morte e risurrezione nella stagione del Covid-19” (ViTrenD, 2021).

 

5. “Entrevista com o Papa Francisco”, concedida a Antonio Spadaro SJ, La Civiltà Cattolica, 19 de setembro de 2013.

 

6. Uma sessão do Colóquio foi dedicada ao tema da implementação do Concílio Vaticano II segundo o Papa Bergoglio, com as intervenções de Daniele Menozzi e Luigi Sandri.

 

7. Enzo Bianchi. “Il disincanto attuale del quarto uomo.” Vita Pastorale, agosto-setembro de 2021.

 

8. Uma sessão do Colóquio de Camaldoli foi dedicada ao tema “As variantes da aliança entre trono e altar nas diversas Igrejas”. Giuseppe Cassini apresentou um interessante excurso histórico a partir das origens do catolicismo até os nossos dias, destacando as diferenças a esse respeito entre as Igrejas ocidentais e as orientais. Francis Tiso se debruçou, entre outras coisas, sobre a Igreja estadunidense e sobre a crise da tradição judaico-cristã, que deu lugar a posições de neoconservadorismo em contraposição ao papa, travando batalhas sobre temas sensíveis, como o aborto e a homossexualidade.

 

9. O franciscano Giuseppe Buffon falou sobre esse tema em Camaldoli com uma intervenção sobre “Moral e costumes entre natureza e fidelidade evangélica”, recordando como são necessárias escolhas radicais de uma nova abordagem na relação com a natureza e de categorias culturais renovadas que superem o modelo antropocêntrico, sem se iludir de que uma simples redistribuição de recursos será suficiente.

 

10. Sobre o complicado percurso que deu início ao Sínodo, veja-se o artigo de Giampiero Forcesi, “Francesco, i vescovi italiani ed il Sinodo”, Il Tetto, n. 344-345, julho-outubro de 2021.

 

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