29 Abril 2021
A Igreja Católica deve promover a vacinação contra o coronavírus, pois tem “a responsabilidade de fazer as pessoas entenderem que precisam proteger a si mesmo e os outros”. A religiosa Carol Keehan, coordenadora da Força-Tarefa sobre Saúde da Comissão Vaticana Covid-19, criada pelo Papa Francisco, assegurou nesta terça-feira que “é vital convencer aquelas pessoas que rejeitam as injeções”.
A reportagem é de Darío Menor, publicada por Vida Nueva Digital, 28-04-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
“Devemos fazê-los compreender a importância de que se vacinem”, assegurou Keehan em um seminário online organizado pela União Internacional de Superioras Gerais – UISG, a organização que aglutina cerca de 2 mil institutos religiosos femininos, aos quais pertencem 658 mil irmãs de vida apostólica. Sob o título “Economia e saúde: as religiosas, líderes de um novo modelo”, este encontro marca uma série de conversas promovidas pela UISG para dar visibilidade a como as religiosas empoderam as mulheres de diversas realidades. Seu lema, mais precisamente, é #SistersEmpoweringWomen.
Fim dos paraísos fiscais
Outra das palestrantes do seminário foi a salesiana Alessandra Smerilli, subsecretária do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral e coordenadora a Força-Tarefa sobre Economia da Comissão Vaticana Covid-19. Depois de recordar o caminho percorrido com a iniciativa “A Economia de Francisco”, na qual jovens empresários e economistas exigiram o fim dos paraísos fiscais, da desigualdade salarial entre homens e mulheres e o acesso à educação de qualidade para meninas, entre outras questões, Smerilli destacou que os jovens pedem mais protagonismo à Igreja. Por isso convidou a Vida Consagrada a responder de maneira “criativa e acolhedora”.
A subsecretária do referido Dicastério deu como exemplo concreto do trabalho da Comissão Vaticana Covid-19 a ajuda a famílias, indivíduos e pequenas empresas endividadas. “Muitos com a pandemia não podem pagar os termos de seus empréstimos e hipotecas. Propusemos uma solução criativa: algumas instituições compram as casas que vão a leilão, mas as devolvem aos proprietários anteriores, que as levaram por não pagarem suas dívidas, renegociando os termos dos empréstimos”, explicou Smerilli.
Ajuda para congregações em apuros
Nesse mesmo sentido, a religiosa Patricia Murray, secretária-executiva da UISG, lembrou às congregações femininas que esta organização tem uma linha de auxílio financeiro para institutos em dificuldades devido às consequências da pandemia. “Ajudamos as comunidades mais afetadas com seus projetos, que perderam suas fontes de renda ou para fazer frente às suas necessidades alimentares. Continuamos tendo um pequeno valor para essas doações”, disse Murray, estimulando o contato com a UISG.
Participou também do seminário a religiosa Helen Alford, membro da Pontifícia Academia de Ciências Sociais e vice-reitora da Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino de Roma (Angelicum), que lembrou às mulheres consagradas que “tudo o que fizermos para empoderar as mulheres devem ser parte da nossa missão”. Por isso, incentivou o trabalho em quatro áreas: educação; promoção de organizações “que ajudam as mulheres a crescer”; crítica ao mundo contemporâneo, “no qual os direitos humanos são pisoteados”; e comunicação do trabalho que as religiosas fazem.
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O Vaticano anima os católicos a “convencerem” aqueles que rejeitam as vacinas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU