Empresas viram sócias da boiada o governo está passando por cima da Amazônia

Foto: Amazônia Real/Bruno Kelly

Mais Lidos

  • Ur-Diakonia: para uma desconstrução do anacronismo sacerdotal e a restauração do 'homo diaconalis' na igreja. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • De quintal a jardim de horrores: América Latina no centro da Doutrina Donroe. Destaques da Semana no IHUCast

    LER MAIS
  • O comum: a relação de uso e a inapropiabilidade da natureza. Artigo de Castor M. M. Bartolomé Ruiz

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

11 Fevereiro 2021

"O que causou os recordes sucessivos de queimadas e desmatamento na Amazônia nos últimos dois anos não foi falta de orçamento: foi desgoverno", manifestou-se o Observatório do Clima, em nota, sobre a política ambiental do governo Bolsonaro.

Eis a nota.

O governo Jair Bolsonaro anunciou nesta terça-feira (9) o programa Adote 1 Ecocida. A iniciativa prevê que empresas privadas deem dinheiro ao Ministério do Meio Ambiente para supostamente conservar áreas protegidas enquanto o ministro Ricardo Salles planeja a extinção do Instituto Chico Mendes, reduz orçamento para combate ao desmatamento e deixa parados bilhões de reais que poderiam ser usados em ações de redução do desmatamento e atividades econômicas sustentáveis.

A primeira empresa a virar sócia da boiada que o governo está passando por cima da Amazônia foi o Carrefour. A rede de supermercados francesa deverá aportar R$ 4 milhões por ano ao programa, ajudando o governo a criar uma cortina de fumaça em todo o projeto de destruição ambiental que pratica. O Carrefour foi questionado sobre se concorda com a proposta de Salles de rever todas as 334 unidades de conservação federais e com o fechamento do Instituto Chico Mendes, mas limitou-se a dizer que “avalia positivamente” o programa anunciado hoje pelo governo.

O Brasil tem há quase duas décadas o maior programa de “adoção de parques” em florestas tropicais do mundo, o Arpa (Áreas Protegidas da Amazônia), criado em 2002 com recursos internacionais. O Arpa já executou R$ 389 milhões e tem mais US$ 215 milhões para executar em sua fase atual. O governo tem ainda R$ 2,9 bilhões do Fundo Amazônia, que não gasta em projetos de proteção da floresta e fiscalização ambiental porque não quer – e está sendo processado no STF por deixar o dinheiro parado. O orçamento para o Meio Ambiente proposto para 2021 é o menor deste século. O que causou os recordes sucessivos de queimadas e desmatamento na Amazônia nos últimos dois anos não foi falta de orçamento: foi desgoverno.

“No planalto, Bolsonaro faz marketing ambiental. No chão da floresta, seu governo estimula o desmatamento e a destruição do meio ambiente. O programa não passa de enganação. Cai quem quer. Hoje quem quis cair foi o Carrefour”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

Leia mais