06 Novembro 2020
Candidatas cristãs conservadoras seguem os passos da ministra e usam sua popularidade para conquistar o eleitorado.
A reportagem é de Mariama Correia, publicada por Agência Pública, 05-11-2020.
“Em São Carlos, eu tenho uma pessoa que amo muito e que tem uma preocupação muito grande com a proteção da infância”, diz a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos (MDH), Damares Alves, em vídeo publicado na página do Facebook de Thais Bertolote (PL), candidata à vereadora em São Carlos (SP). E acrescenta, endossando sua campanha: “Vamos juntas, Thais, mudar a realidade neste país”.
Uma das figuras centrais no atual governo, a ministra Damares é cabo eleitoral disputada este ano. Com a popularidade em alta e vista como o trunfo de Bolsonaro para as eleições de 2022 – seu nome está sendo apontado como um dos favoritos para a vice-presidência –, ela é hoje a principal guardiã das pautas morais no governo, que garantem o apoio do eleitorado conservador. E, embora declarações diretas de apoio a candidatas – ou amigas, como ela diz nos vídeos – sejam mais raras, nos bastidores Damares articula, desde o ano passado, o apoio de lideranças políticas e religiosas para estimular candidaturas femininas.
A ministra disse ter como meta colocar “pelo menos uma mulher” nas câmaras de vereadores de cada município brasileiro (nas eleições de 2016, as mulheres conquistaram apenas 13% das vagas) e lançou o “Maratona + Mulheres na política”, um curso para estimular candidaturas. A iniciativa é suprapartidária e sem filtro religioso, segundo MDH, que não divulgou o perfil das participantes.
Ainda assim, a investida da ministra vem sendo interpretada por críticos do governo como uma forma de atrair mais religiosas conservadoras para a política partidária. E, de fato, esta já é a eleição municipal com mais candidatas com cargo religioso desde 2008. Segundo a Justiça Eleitoral, entre os postulantes que se declararam profissionais da religião, majoritariamente vinculados a partidos de direita, como mostramos em outra reportagem, 193 são mulheres. Considerando apenas o nome de urna das candidatas, a palavra “irmã” aparece 1.159 vezes entre as 186.144 postulantes.
A ministra Damares Alves na primeira oficina do projeto Mais mulheres na política (Foto: Reprodução/Facebook)
“Damares é uma articuladora do voto feminino evangélico”, considera a antropóloga Jacqueline Teixeira, que pesquisa questões de gênero entre os evangélicos. Ela observou que a trajetória de sucesso no campo conservador, historicamente dominado por homens, fez dela inspiração para muitas candidatas do segmento, que reverenciam a ministra nas redes sociais e replicam sua cartilha política para conquistar o eleitorado.
Contar com o apoio de Damares é uma chancela política digna de slogan de campanha, como fez Maely Benedetti, candidata a vereadora em Tucumã (PA) pelo PSC. “Apoio total da ministra”, ostenta na imagem de capa de sua fanpage. A foto mostra Damares sorridente apontando para a candidata, que retribui com o mesmo gesto.
Material de divulgação da candidata a vereadora em Tucumã (PA), Maely Benedetti (Foto: Reprodução/Facebook)
“Apresentei meus projetos na área de educação infantil em audiência com a ministra, em Brasília”, disse Maely à reportagem, em entrevista pelo WhatsApp. Uma dessas iniciativas seria criar um ambiente de acesso à internet para estudantes de Tucumã. A candidata estreou na política este ano defendendo a tríade família, igualdade e justiça em uma campanha bastante movimentada nas redes sociais.
No Facebook, Maely tem uma verdadeira coleção de fotos ao lado da ministra. Em um dos posts, afirma que Damares prometeu “equipar o conselho tutelar de Tucumã”, mas não deu mais detalhes à reportagem sobre declaração. Recentemente Damares foi acusada de usar o Conselho Tutelar de São Mateus (ES) e a própria estrutura ministerial para interferir no aborto legal de uma menina de 10 anos, vítima de estupro no Espírito Santo.
Publicação da candidata Maely Benedetti em suas
redes sociais | Foto: Reprodução
Ela estaria relacionada à atuação de grupos religiosos conservadores que vazaram dados pessoais da menina e tentaram impedir o procedimento, inclusive com intimidação da família e atuação de parlamentares evangélicos, que fizeram orações na porta do hospital no Recife, para onde a criança precisou ser levada, uma vez que no Espírito Santo o hospital recusou o atendimento, alegando falta de recursos técnicos.
No Facebook, Maely fala também contra o feminismo e a “ideologia de gênero”, um termo que ganhou força nas eleições de 2018 e tem sido usado contra iniciativas de orientação sexual em escolas.
Candidata usou imagem de incêndios no Chile para fazer crítica ao feminismo (Foto: Reprodução/Facebook)
A proteção das crianças, a defesa da família heteronormativa e as pautas antiaborto são bandeiras da ministra Damares Alves que se tornaram compromissos de campanha entre mulheres do campo conservador este ano. A atuação em projetos sociais, a trajetória nos bastidores da política, como assessora parlamentar, e a própria religião evangélica também são pontos da história da ministra que se aproximam do currículo de várias dessas candidatas, e essas semelhanças costumam ganhar destaque nas campanhas.
Damares é uma inspiração também para Bruna Bahia (Avante), candidata a vereadora em Nilópolis (RJ). Depois de ter perdido duas filhas em um acidente de carro, em que ficou cega de um olho, ela se tornou evangélica e criou um projeto social para mulheres.
Ela diz que o grupo “Mães e amigas de Nilópolis”, que faz doações de roupas e comida, foi sua porta de entrada para a candidatura, embora Bruna já tenha uma história familiar na política. É filha do ex-vereador já falecido Wilson Bahia. “A ministra é uma mulher de fibra que luta pelas coisas que acredito, como a família”, disse em entrevista à Pública.
Bruna Bahia é candidata a vereadora em Nilópolis (RJ) e acredita que o governo Bolsonaro foi “escolhido por Deus” (Foto: Reprodução/Facebook)
Formada em teologia, Bruna tem 34 anos e está na segunda disputa à vaga na Câmara Municipal de Nilópolis. Perdeu a primeira, em 2016, um ano depois da morte do pai. Este ano, diz que acorda às 6 da manhã e, depois de orações e leituras bíblicas, já compartilha as coisas da campanha na lista de transmissão do WhatsApp e nas redes. “Quando saio pra trabalhar [ela vende roupas], me encontro com as pessoas pra pedir votos”, contou.
Bruna acredita que o governo Bolsonaro foi “escolhido por Deus”. Ela acha que mulheres cristãs conservadoras devem participar mais ativamente da política para “quebrar anos de coisas erradas de pessoas que não são cristãs”. “Não podemos ser governados por políticos que tentam destruir a família”, argumentou.
Protetora das crianças, em defesa da família. Assim se apresenta a candidata a vereadora em São Carlos (SP) pelo PL Thais Bertolote, para quem a ministra gravou o vídeo citado no começo da reportagem. Ela tem uma relação próxima com Damares porque suas famílias frequentaram a mesma igreja e também porque Thais se dedica a uma pauta central para a ministra, que é a questão da proteção da infância.
“Quando Deus colocou esse desejo [de ser candidata] no meu coração, falei com Damares. Na época, ela ainda era assessora de Magno Malta. Ela conhece meu trabalho com crianças”, contou Thais à reportagem. O trabalho que ela tem na área infantil é um projeto de doações para crianças da ocupação “Em busca de um sonho”, em São Carlos (SP).
Damares gravou vídeos de apoio também para outras candidatas evangélicas que tentam vagas para câmaras e prefeituras municipais. É o caso de Rita Passos, candidata à prefeita de Itu (SP) pelo MDB. Nas gravações às quais a Pública teve acesso, a ministra usa quase o mesmo texto descrito na abertura desta reportagem. Chama a candidata de “amiga” e destaca sua atuação na proteção das mulheres e das crianças e/ou no enfrentamento à violência doméstica.
Outro vídeo de Damares foi gravado em apoio a Emilliye Malavasi, candidata à vereadora pelo Podemos em Votuporanga (SP). Conhecida como Tia Mi, ela é educadora cristã, presidente do Podemos Mulher na cidade e se apresenta como “evangelista de crianças e antifeminista”. “Sou #Cristã, #Conservadora, Sou #Contra #Ideologia de #Gênero, Sou contra o #Aborto, #Defensora da #Família e da #Infância e #Antifeminista”, escreveu no Facebook. Tia Mi tem um canal infantil no YouTube, onde ensina princípios bíblicos.
Publicação no Instagram da vereadora Emillye Malavasi (Foto: Reprodução/Instagram)
Apenas o marido de Tia Mi, o presbítero da Assembleia de Deus Darley Malavasi, falou com a reportagem. Apesar de todos os apelos que fizemos para conversar diretamente com a candidata, o presbítero Malavasi, que disse atuar como coordenador da campanha dela, não deu contato de Emillye. Após semanas de conversas, informou que a candidata não concederia entrevista.
Mesmo sem a reportagem conseguir falar com Tia Mi, o perfil aberto dela no Facebook ajuda a traçar as conexões com a ministra Damares. A candidatura de Tia Mi se articula com outras candidatas que se apresentam como defensoras das crianças. São mulheres evangélicas que trabalham com ministérios infantis, como Keyla Cristina (PSD), a Tia Keyla, candidata a vereadora em Contagem (MG) pelo PSD.
Imagem de capa da página de Emillye Malavasi no Facebook (Foto: Reprodução/Facebook)
Tia Keyla, que é pedagoga especializada em prevenção de abusos e maus-tratos, fez uma live com a ministra Damares em setembro. Procuramos Keyla, mas ela também não concedeu entrevista. Na transmissão ao vivo no Facebook, a ministra deixou claro que está junto com Tia Keyla há muitos anos, “numa caminhada protegendo crianças”. “A gente tem um time no Brasil de tias e tios que fazemos eventos nos finais de semana nas igrejas. Durante a semana a gente está pelo Brasil e, nos finais de semana, a gente se encontra nas conexões”, disse, frisando que Keyla a conhece antes de ela assumir o ministério, quando era “apenas uma tia doida”.
Depois de ter assumido o ministério, Damares continuou em conexão com as “tias” do Brasil. Tia Keyla participou de uma conferência sobre infância, na Assembleia de Deus em Contagem, na qual a ministra, na época recém-empossada, era atração confirmada. De última hora, Damares não compareceu, mas os congressistas gravaram uma mensagem de apoio à escolhida de Bolsonaro, que seria entregue por outra “tia”, Joany Bentes, a Tia Jô, que se diz discípula de Damares, mas não lançou candidatura.
Embora já tenha dito que “violência não tem gênero”, a ministra Damares menciona recorrentemente a importância do combate à violência contra as mulheres. É um assunto com o qual ela também se relaciona no campo religioso, porque foi fundadora de um projeto de acolhimento de vítimas de violência doméstica na Igreja Batista de Lagoinha, onde foi pastora.
Nos últimos anos, aliás, grandes igrejas evangélicas vêm investindo em projetos de atendimento a mulheres em situação de violência, como observou a antropóloga e pesquisadora Jacqueline Teixeira. Ela estudou durante anos o projeto Raabe de acolhimento de vítimas de violência doméstica, na Igreja Universal do Reino de Deus, onde mulheres não são ordenadas pastoras.
“Esses grupos se consolidaram como laboratórios de lideranças femininas, lançando nomes para a política”, observou. “É uma iniciativa que já lançou figuras como Edna Macedo, irmã do bispo Edir Macedo e deputada federal pelo Republicanos (partido da Igreja Universal), e Maria Rosa, também deputada federal pelo Republicanos. Outro nome é Damaris Moura, deputada estadual em São Paulo, ligada a um projeto da Igreja Adventista chamado “Quebrando o Silêncio”.
Francinete Maia (Republicanos) é candidata a vereadora em Luís Correia (PI). Ela trabalhou no projeto Raabe, da Universal, antes de se tornar candidata. Anos depois, foi a primeira presidente mulher da Câmara de Vereadores do seu município, com projetos como a criação da marcha para Cristo em sua cidade e o reconhecimento de igrejas como entidades de utilidade pública. Aos 47 anos, está em sua terceira candidatura.
Para ela, o problema da violência doméstica está diretamente relacionado à questão financeira. “Muitas vezes ela depende do dinheiro do agressor. Precisamos empoderar as mulheres no sentido de dar condições para ela conseguir se sustentar. Não é pra ser melhor do que ninguém”, defendeu Francinete. “A mulher tem esse olhar de mãe, é mais atenta à questão do jovem, da criança. E, ainda como cristã, tem o temor de Deus, vai cuidar dos idosos”, considerou.
No segmento evangélico, o discurso de empoderamento feminino nem sempre dialoga com pautas feministas, explicou a pesquisadora Jacqueline Teixeira. “Para muitas mulheres, o empoderamento vem atrelado a um pertencimento familiar e até a uma liderança em um grupo religioso”, disse.
Ela explicou que, na concepção de alguns grupos evangélicos, a mulher pode trabalhar e não precisa aceitar uma relação abusiva ou violenta. “A ideia de submissão ao homem, que é defendida na Bíblia, em que o marido é o cabeça da família, não anula necessariamente essa mulher. Ela se vê como liderança na família e na igreja. Muitas dizem que, se o homem é o cabeça, elas são o pescoço, as que direcionam. É uma visão de empoderamento distanciada do pensamento feminista. A violência doméstica é vista como um tema feminino, embora também seja uma pauta feminista, assim como a própria conquista da participação feminina na política.”
Esse distanciamento do feminismo é reforçado, na avaliação da pesquisadora Jacqueline, pela associação do movimento à defesa do aborto. O combate ao aborto é um tema forte no campo religioso, que consegue unir o fragmentado campo evangélico e traz intersecções com grupos católicos. É também uma das principais pautas de Damares e da maioria das candidatas que a reportagem entrevistou.
Marisa Lobo, evangélica e candidata a prefeita pelo Avante em Curitiba (PR), quer “transformar Curitiba na capital pró-vida do país”. Ela esteve ao lado da ministra em vários embates contra a descriminalização do aborto – permitido pela lei em caso de estupro, risco de vida da gestante e anencefalia fetal – no Congresso Nacional. Foi assessora da Frente Parlamentar Evangélica na época em que Damares trabalhava para o ex-senador Magno Malta. “Nós [ela e Damares] éramos pessoas dos bastidores. Ajudamos parlamentares e candidatos. Agora estamos na linha de frente”, disse em entrevista à Pública.
Em 2014, Marisa, psicóloga cristã, teve a licença cassada pelo Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR), acusada de defender a “cura gay”, como são chamadas as terapias de reversão sexual, proibidas no Brasil pelas autoridades de saúde mental. Na época, ela foi representada por Damares Alves, que é advogada e ainda não era ministra, no julgamento do recurso. Ela conseguiu reverter a decisão de cassação.
Se eleita, a candidata bolsonarista quer criar um “comitê pró-vida” na prefeitura de Curitiba. “Mesmo em caso de violência sexual, se a mulher não quiser abortar, ela vai ter uma saída.” Damares usou um argumento semelhante no caso da menina de 10 anos vítima de violência sexual no Espírito Santo. No programa “Entrevista com Bial”, da Rede Globo, ela disse que a gravidez poderia ter sido mantida e que a menina poderia ter feito cesárea em vez de aborto.
Presidente estadual do PSC Mulher no Pará, Márcia Pojo, candidata a vereadora pela primeira vez no município de Ananindeua, ajudou a lançar candidaturas de 500 vereadoras pelo seu partido no estado apenas este ano. “São candidaturas majoritariamente evangélicas”, assegurou. “Minha luta é fazer com que as mulheres saiam dos bastidores. Não é fácil. Imagina o que é para uma mulher ter ouvido durante anos dos seus dirigentes religiosos que mulher tinha que ficar no banco da igreja, que política era coisa do diabo”, comentou.
Mulher negra de periferia, Cássia Vasconcelos, secretária estadual do Mulheres Republicanas Ceará, é outra catalisadora de candidaturas femininas no segmento evangélico. Aos 37 anos, ela resolveu se candidatar pela primeira vez a vereadora, mas já incentivava candidaturas femininas há três anos. “Nestas eleições, o Republicanos [partido da Igreja Universal do Reino de Deus] lançou mais de 150 mulheres vereadoras e duas candidatas a prefeita, em chapas majoritárias, no Ceará.”
Cássia tem ideias que dialogam com um eleitorado evangélico menos tradicionalista. Defende, por exemplo, a quebra do tabu da sexualidade nas igrejas. “Sexo é orgânico, natural. Engravidei com 17 anos. Minha mãe era evangélica, me cobrava muito para casar virgem, mas esqueceu de conversar comigo. Não foi culpa da minha mãe, fui displicente, porém acho que, se ela tivesse me orientado, provavelmente teria sido diferente”, argumentou.
“Considerar todas as mulheres evangélicas como reacionárias é um erro”, apontou a antropóloga e pesquisadora Jacqueline Teixeira. Ela explicou que há muitas vertentes no segmento evangélico e que é impossível generalizar o pensamento e o comportamento desse público.
Exemplo dessa diversidade são as candidaturas evangélicas lançadas por partidos de esquerda, que este ano cresceram na esteira do aumento da participação das mulheres na política, somando 33% dos candidatos – um número próximo das cotas obrigatórias dos partidos (30%) e ainda aquém da representatividade do eleitorado feminino, que ultrapassa 50%. As mulheres são, aliás, maioria entre os evangélicos, e Jacqueline lembra que é na disputa por esse voto feminino evangélico que candidatas com pautas progressistas, opostas ao modelo político de Damares, apareceram neste pleito.
“Depois da eleição de Bolsonaro e esse escândalo de pessoas evangélicas anticiência, pessoas de visão progressista começaram a disputar essa militância religiosa”, contextualizou a candidata à prefeitura de Osasco (SP) pelo Psol, Simony dos Anjos, integrante da Frente de Mulheres Evangélicas pela Democracia. “Estamos aqui para afirmar que homofobia é crime, que a legalização do aborto é uma questão de saúde pública, e não de religião, e defender o Estado laico”, afirmou.
Nina Rosas, professora de sociologia e pesquisadora de religião da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), observou que, apesar dessa investida da esquerda, é a ala conservadora, resistente ao aborto e a questões de gênero, que domina a representatividade dos evangélicos na política, com forte atuação dos ministros do governo Bolsonaro, entre eles a própria Damares e grande parte dos parlamentares da bancada evangélica no Congresso. Ela considerou que, por esse perfil conservador, candidaturas femininas evangélicas quase sempre se orientam por um viés de empatia e obediência, que pode ter um efeito perverso para a representatividade feminina na política.
“A candidatura da mulher é vista como uma missão religiosa, um projeto da família, muitas vezes com forte interferência do marido na atuação da candidata”, observou. “Então, ao passo que existe um movimento de posicionar as mulheres fora da esfera doméstica, se tem uma fala das próprias mulheres na reafirmação de valores patriarcais”, analisou. A despeito das ideologias e crenças das candidatas, porém, a pesquisadora lembra que “mulheres têm direito, por conquista, a lugar na política”.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
As novas Damares da política - Instituto Humanitas Unisinos - IHU