31 Agosto 2020
A fome, a desigualdade, o drama dos refugiados e a guerra, as “outras pandemias”.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 29-08-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
“Desta crise não poderemos sair iguais. Em nossa mão está sairmos melhores ou piores”. Este será o eixo da nova encíclica do papa Francisco, a terceira do seu pontificado, que será lançada em 04 de outubro e abordará a construção da sociedade global pós-coronavírus. O título provisório poderá ser “Somos todos irmãos”.
Um texto que, segundo soube Religión Digital, Francisco escreveu durante o confinamento, e cujas diretrizes foram conhecidas nas quatro audiências gerais que pronunciou durante as quartas-feiras do mês de agosto, nas quais denunciou a desigualdade social e o aumento do abismo entre ricos e pobres, também em tempos de pandemia.
Qual é o mundo que nos espera depois da pandemia global do terceiro milênio? É preciso mudar as regras de uma economia que, como destacou Francisco, “está doente”? Terá vacina para todos, ou somente para os poderosos? É possível não deixar ninguém para trás? Quais são as chaves para uma autêntica fraternidade humana no século XXI? Serão algumas das chaves do texto papal, o terceiro escrito a punho durante este pontificado, depois de Lumen Fidei (2013, assinada por ele, embora deixada pela metade por seu antecessor, Bento XVI) e Laudato Si’ (2015), a primeira encíclica “verde” na história da Igreja e que marcou a primeira parte do pontificado de Francisco.
O novo escrito será o pilar da segunda parte do seu papado e contou com a assessoria de líderes sociais e religiosos de todo o mundo, na linha do Documento sobre a Fraternidade Humana para a Paz Mundial e a Convivência, assinado em 04 de fevereiro de 2019, em Abu Dhabi, com o grande imã de Al-Azhar.
Dias antes da publicação da nova encíclica, em 15 de setembro, o Papa participará, com uma vídeo-mensagem, na Assembleia das Nações Unidas, na qual esboçará alguns detalhes do novo texto, no qual também serão abordadas as “outras pandemias” que Francisco já denunciou em várias ocasiões, e que seguirão presentes depois do final desta crise: a fome, a desigualdade, o drama dos refugiados e a guerra. Neste sentido, espera-se que o Papa inclua no texto a petição para um cessar-fogo mundial.
O anúncio oficial da nova encíclica veio das mãos do bispo de Rieti, Dominico Pompili, que em uma conferência de imprensa apontou que “rumora-se que o próprio Papa publicará logo uma encíclica sobre o tema da fraternidade humana”. A Santa Sé não confirmou, nem desmentiu, a publicação do texto papal.
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Estas são as chaves de “Todos somos irmãos”, a terceira encíclica do papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU