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O perfil demográfico do Brasil até 2100 e os desafios da covid-19. Artigo de José Eustáquio Diniz Alves

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30 Abril 2020

"Neste quadro econômico que já era muito complexo, a covid-19 chegou ao país em um momento de muita instabilidade política e, tudo indica, terá um impacto mortal sobre a economia brasileira, fazendo com que o Brasil desperdice de vez a sua chance de aproveitar o bônus demográfico e de dar um salto na qualidade de vida da população brasileira", escreve José Eustáquio Diniz Alves, doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE, em artigo publicado por EcoDebate, 24-04-2020.

Eis o artigo.

“A transição demográfica é o fenômeno de comportamento de massa mais importante da história da humanidade” (ALVES, 1994)

A pandemia da covid-19 vai ter um impacto profundo no mundo, tanto em termos de morbimortalidade, quanto em termos econômicos. Contudo, por maior que seja o impacto em número de vítimas fatais, o surto pandêmico será incapaz de alterar a transição demográfica brasileira de longo prazo. Ou seja, a queda nas taxas brutas de natalidade e mortalidade vão continuar e a estrutura etária vai manter o ritmo de envelhecimento.

Todavia, a pandemia pode jogar a pá de cal na possibilidade de aproveitamento do bônus demográfico e, desta forma, pode inviabilizar a decolagem do desenvolvimento humano do país e o Brasil pode ter que abandonar o sonho de se tornar uma nação próspera e feliz.

O Brasil passou pelo fenômeno da transição demográfica (queda das altas taxas de mortalidade e natalidade), fundamentalmente, no século XX, e, em consequência, vai ter uma grande transição da estrutura etária no século XXI. A configuração demográfica do país no atual século será totalmente diferente dos primeiros 500 anos de história do país.

A Divisão de População da ONU divulgou, em junho de 2019, as novas projeções populacionais para todos os países, para as regiões e para o total mundial. E no final do ano divulgou os novos gráficos sobre o perfil demográfico dos países. As figuras abaixo mostram as pirâmides populacionais do Brasil em três momentos.

Em 1950, a população brasileira era de 53,9 milhões de habitantes, sendo 26,7 milhões de homens e 27,2 milhões de mulheres (meio milhão a mais de mulheres). A estrutura etária era jovem (alta proporção de crianças e adolescentes e baixíssima proporção de idosos) e a idade mediana era de apenas 19,2 anos (metade da população estava abaixo de 19,2 anos). Este tipo de pirâmide refletia a realidade dos primeiros 450 anos da demografia brasileira.

Em 1985 foi o último ano em que a pirâmide brasileira teve um “formato egípcio” (cada grupo etário mais jovem era maior do que o grupo imediatamente anterior). A população brasileira era de 135,3 milhões de habitantes, sendo 67,3 milhões de homens e 68 milhões de mulheres (700 mil mulheres a mais). A idade mediana subiu ligeiramente para 21,4 anos, marcando o começo muito inicial do processo de envelhecimento.

Em 2020 a pirâmide brasileira já apresentou uma redução da base e um encorpamento do meio da estrutura etária. A população brasileira foi estimada em 212,6 milhões de habitantes, sendo 104,4 milhões de homens e 108,2 milhões de mulheres (3,8 milhões de mulheres a mais). A idade mediana subiu para 33,5 anos, mostrando a rapidez do processo de envelhecimento do Brasil.

Normalmente, a ONU apresenta para o restante do século três cenários de projeções, conforme mostra o gráfico abaixo para o caso do Brasil. No cenário de projeção alta, a estimativa indica uma população de 272,7 milhões de brasileiros em 2100. No cenário de projeção média, a população brasileira seria de 180,7 milhões de habitantes em 2100. E no cenário de projeção baixa, o número ficaria em 114,4 milhões de habitantes em 2100. Nos três cenários o número de mulheres continua superando o número de homens e o processo de envelhecimento é acentuado. A idade media na projeção alta em 2100 está estimada em 42,3 anos. Na projeção baixa a idade mediana ficaria em impressionantes 62,6 anos. E na projeção média (a mais provável) a idade mediana ficaria em 51,4 anos (ou seja, metade da população ficaria abaixo de 51,4 anos e a outra metade acima desta idade). O século XXI vai ser o século do envelhecimento demográfico do Brasil.

Os gráficos abaixo detalham o perfil demográfico do Brasil entre 1950 e 2100. Nota-se que a população que era de 53,9 milhões em 1950 deve atingiu um pico de 229,6 milhões de habitantes em 2045 e depois iniciar uma trajetória de queda (a depender das taxas de fecundidade a queda pode ser menor ou maior). A população de 0-14 anos já está caindo desde o final do século XX. A população de 15-24 anos (idade de segundo grau e de universidade) já começou a cair desde o início do atual século. A população de 25-64 anos (potencialmente em idade de trabalhar) vai continuar crescendo até meados do atual século, mas vai cair na segunda metade do século. E a população idosa vai aumentar constantemente sua proporção na população total.

As taxas brutas de mortalidade (TBM) e de natalidade (TBN) vão se encontrar em 2045 e a partir desta data o crescimento vegetativo se torna negativo. A taxa de fecundidade total (TFT) ficou ao nível de reposição (2,1 filhos por mulher) em 2005 e deve ficar abaixo do nível de reposição no restante do século. As taxas de mortalidade caíram significativamente e a esperança de vida ao nascer aumentou expressivamente, sendo que as mulheres mantém uma vantagem sobre os homens em termos de anos médios de vida.

Todos os dados acima mostram que o Brasil terá uma mudança completa no seu perfil demográfico entre 1950 e 2100. Em meados do século XX, o Brasil tinha altas taxas de mortalidade e natalidade, uma estrutura etária muito rejuvenescida e altas taxas de crescimento natural. No final do século XXI, o Brasil terá baixas taxas de mortalidade e natalidade, uma estrutura etária muito envelhecida e decrescimento populacional.

Atualmente, em 2020, o Brasil tem a melhor configuração demográfica de sua estrutura etária, pois tem as razões de dependência mais baixas da história (passada e futura). Ou seja, a proporção de pessoas dependentes (crianças e idosos) é menor dos 520 anos da história brasileira e será menor em relação ao futuro, pois ela já começou a subir e vai se elevar bastante com o processo de envelhecimento. Isto quer dizer que o Brasil está no melhor momento do bônus demográfico.

Esta nova configuração demográfica exigiria que as políticas econômicas e sociais se adaptem à nova realidade populacional, fortalecendo as políticas de educação e emprego. Infelizmente a crise econômica que começou em 2014 já estava fazendo o Brasil desperdiçar este momento histórico e que é fundamental para qualquer nação que queira dar um salto de qualidade de vida para a sua população. Só é possível um país enriquecer (ter alto IDH) antes de envelhecer.

Mas com toda a crise econômica e no mercado de trabalho que acontece depois da eclosão do coronavírus, o desafio de aproveitar os momentos favoráveis da estrutura etária parece um sonho cada vez mais distante. O FMI, no relatório divulgado em abril, estimou que o mundo vai ter a maior depressão econômica da história do capitalismo e o Brasil vai ter a sua pior recessão anual da história em 2020.

Assim, neste quadro econômico que já era muito complexo, a covid-19 chegou ao país em um momento de muita instabilidade política e, tudo indica, terá um impacto mortal sobre a economia brasileira, fazendo com que o Brasil desperdice de vez a sua chance de aproveitar o bônus demográfico e de dar um salto na qualidade de vida da população brasileira.

 

Referências:

ALVES, J. E. D. Transição da fecundidade e relações de gênero no Brasil. Tese (Doutorado), Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional, UFMG, Belo Horizonte, 1994.

ALVES, J. E. D. Mitos e realidade da dinâmica populacional. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS, 12, Caxambu, MG, 2000. Anais… BH: Cedeplar/UFMG, 2000.

ALVES, J. E. D. A polêmica Malthus versus Condorcet reavaliada à luz da transição demográfica. Textos para Discussão. Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Rio de Janeiro, v. 4, p. 1-56, 2002. 

ALVES, J. E. D., Corrêa, Sonia. Demografia e ideologia: trajetos históricos e os desafios do Cairo + 10. Revista Brasileira de Estudos da População. v.20, n.2, p.129 – 156, 2003.

ALVES, J. E. D. Políticas populacionais e direitos reprodutivos: o Choque de civilizações versus progressos civilizatórios. In: CAETANO, A; J., ALVES, J ED; CORRÊA, S. (Org.). Dez anos do Cairo: tendências da fecundidade e direitos reprodutivos no Brasil. 1 ed. Campinas: ABEP/UNFPA, v. 1, p. 21-47, 2004.

ALVES, JED. Ausência de direitos reprodutivos agrava a pobreza, CLAM, RJ, 12/12/2005.

ALVES, JED. As Políticas Populacionais e o Planejamento Familiar na América Latina e no Brasil, Textos para discussão, número 21, ENCE/IBGE, 2006.

ALVES, J.E.D. População, Bem-Estar e Tecnologia: Debate Histórico e Perspectivas, Multiciência, Unicamp, 2006.

ALVES, JED, CAVENAGHI, S. Timing of childbearing in below replacement fertility regimes: how and why Brazil is different? XXVI International Population Conference of the IUSSP, Marrakech, Marrocos, 27/09 a 02/10 de 2009.

ALVES, J. E. D. The context of family planning in Brasil. In: CAVENAGHI, S. Demographic transformations and inequalities in Latin America, ALAP, 2009.

ALVES, JED. Gravidez indesejada na adolescência, Ecodebate, 27/04/2010.

ALVES, J. E. D. O Programa Bolsa Família incentiva a fecundidade no Brasil? Instituto Braudel. São Paulo, 07/11/2011. 

ALVES, JED. O Planejamento Familiar no Brasil, Ecodebate, 01/06/2010.

 

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