29 Fevereiro 2020
O grupo de especialistas e canonistas ajudará as Igrejas locais na elaboração de “diretrizes” para tornar concreta a luta contra os abusos lançada pelo Papa.
O grupo dependerá do substituto da secretaria de Estado, dom Edgar Peña Parra.
Junto com ele, trabalharão os responsáveis do encontro sobre a tutela de menores de fevereiro de 2019: os cardeais Oswald Gracias e Michael Czerny, e os arcebispos Blase Cupich e Charles Scicluna.
A reportagem é de Hernán Reyes Alcalde, publicada por Religión Digital, 28-02-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
O Vaticano apresentou hoje uma “força-tarefa” criada para ajudar as conferências episcopais de todo o mundo na luta contra abusos a menores através da elaboração de diretrizes, com foco na prevenção e educação.
“A força-tarefa deve ser vista em continuidade com o processo iniciado no ano passado. Há novas leis e as conferências episcopais, à luz destas novas leis, devem rever as diretrizes próprias, sejam jurídicas ou de orientação”, explicou ao Religión Digital o ex-porta-voz papal Federico Lombardi, ao apresentar o grupo no Vaticano.
“A força-tarefa ajudará na elaboração destas diretrizes, tendo em conta que há algumas conferências episcopais que não tem os recursos para fazer ou que em algumas ainda não apareceu esse problema, porque podem ser incapazes de estudar o tema e aprofundá-lo. É um primeiro passo para iniciar um processo de ajuda às Igrejas que querem aggiornar suas diretrizes. Nesta fase há um grupo principalmente de canonistas e responderão dando ajuda e suas opiniões sobre este trabalho. As conferências episcopais seguem sendo as responsáveis das diretrizes”, apontou o padre jesuíta.
O grupo, que funcionará durante dois anos e será sustentado por fundos doados por colaboradores, “estará coordenada pelo substituto da secretaria de Estado”, contou Lombardi.
Junto a Peña Parra, trabalharão os responsáveis do encontro sobre a tutela de menores de fevereiro de 2019: os cardeais Gracias e Czerny e os arcebispos Blase Cupich e Charles Scicluna.
O grupo de trabalho participará de conferências episcopais, institutos religiosos e sociedades de vida apostólica, conforme demandando, na preparação e atualização das diretrizes sobre proteção aos menores, de acordo com as pautas emitidas pela Congregação para a Doutrina da Fé, explicou Lombardi.
Além disso, a equipe do Vaticano será coordenada por Andrew Azzopardi, chefe da área de tutela juvenil de Malta.
Conforme detalhado posteriormente no Vaticano, as conferências episcopais que desejam a ajuda do grupo de trabalho devem solicitar assistência pelo email: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Como Azzopardi disse posteriormente ao RD, a “força-tarefa” foi criada “para ajudar as conferências episcopais a finalizarem as diretrizes, com ênfase em três pontos a serem observados: como as pessoas são ouvidas, especialmente as vítimas; a segunda é a formação de pessoas, padres religiosos e leigos e, por fim, como responder quando há uma acusação”.
Segundo o coordenador do grupo, “o papel da força-tarefa será ajudar os bispos a finalizar essas diretrizes, que devem permanecer vivas, para que a cada 3, 4, 5 anos sejam revistas”.
A criação do grupo especial havia sido prometida pelo papa Francisco em fevereiro de 2019, ao final da histórica cúpula anti-pedofilia, que foi convocada por Roma com representantes de todas as conferências episcopais.
De acordo com o Vaticano em uma nota que lembra o aniversário da cúpula, desde março de 2019 ocorreram, quase mensalmente, na Secretaria de Estado, “reuniões de continuação aos assuntos tratados, com aqueles participaram da cúpula, prefeitos de dicastérios interessados e diversos especialistas”.
Entre as medidas concretas destacadas pela Santa Sé, estão as mudanças regulatórias introduzidas por Jorge Bergoglio para endurecer as penas aos padres pedófilos e condenar vigorosamente possíveis casos de ocultação de queixas.
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O Vaticano lança sua “força-tarefa” para ajudar os bispos de todo o mundo a prevenir e erradicar os casos de abusos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU