30 Janeiro 2020
Algumas considerações baseadas nos mapas fornecidos:
1) De acordo com o mapa, o futuro estado da Palestina fará fronteira exclusivamente com Israel, com exceção de uma pequena área da Faixa de Gaza que faz fronteira com o Egito. Isso significa que, para ir para à Jordânia, onde residem milhões de refugiados palestinos, os futuros cidadãos do estado da Palestina terão que atravessar o Estado de Israel por apenas dois túneis ou pontes especiais e ficar sujeitos aos controles e restrições impostos por Israel na fronteira. Em extrema síntese, pode-se dizer que o futuro estado da Palestina será, na verdade, um enclave imerso inteiramente no território israelense, onde a mobilidade será decidida por um estado estrangeiro.
A reportagem é de Damiano Serpi, publicada por Il sismografo, 29-01-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
2) Gaza e o restante do futuro estado da Palestina, ou seja, as atuais áreas A e parte desses B, serão conectados a um túnel no território israelense, ou seja, decidirá Israel quando mantê-lo aberto ou fechado. Obviamente, o requisito de continuidade territorial está ausente e, portanto, a Faixa de Gaza continuará sendo um corpo estranho em relação ao resto do território palestino.
3) Dentro do território do futuro estado da Palestina, haverá pelo menos 15 assentamentos israelenses diretamente conectados a Israel por estradas de acesso israelenses. Isso causará uma divisão interna em subáreas com limitações significativas no direito à mobilidade.
4) Porções do futuro estado da Palestina serão conectadas entre si exclusivamente com pontes e túneis (no total 11) no território israelense sem continuidade territorial própria.
5) Existem vários sítios estratégicos no território do futuro estado da Palestina que serão mantidos pelo exército israelense.
6) O futuro estado da Palestina não terá porto ou aeroporto próprio e, portanto, dependerá inteiramente das instalações de mobilidade israelenses.
7) A área residencial e industrial identificadas no Negev, por meio de uma troca de porções do território, foi projetada com o intuito exclusivo de estar próxima, mas não adjacente, para que Israel sempre possa controlá-las e isolá-las facilmente, uma vez que estão completamente imersas dentro do território israelense e têm apenas uma via de acesso.
8) Jerusalém continuará sendo a capital indivisível do Estado de Israel e a delimitação territorial seguirá a atual implantação de barreiras de concreto, ou seja, o muro construído nos últimos anos.
9) A capital do futuro estado da Palestina estará em uma das partes de Jerusalém Oriental atualmente sob controle palestino, mas não poderá ser a cidade antiga disputada desde 1967, que permanece território israelense.
Veja a seguir o mapa proposto por Trump:
(Fonte: Divulgação | Casa Branca)
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
O plano de Trump e Netanyahu (ausente a parte palestina) - Instituto Humanitas Unisinos - IHU