30 Janeiro 2020
O secretário geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Rev. Dr. Olav Fykse Tveit, no dia 29 de janeiro, pediu à comunidade internacional que não apoie uma proposta do presidente dos EUA, Trump, e do presidente de Israel, Netanyahu, para dividir a Palestina e Israel – um plano desenvolvido sem qualquer participação significativa do povo palestino.
A nota é publicada por Conselho Mundial de Igrejas (CMI), 29-01-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
“O CMI urge os membros da comunidade internacional a não apoiarem essa proposta ou a reconhecerem a sua implementação, a menos e até que um plano melhor seja negociado e acordado com representantes do povo palestino e em conformidade com os princípios do direito internacional sobre ocupação beligerante e direitos humanos”, disse Tveit.
“Essa proposta foi desenvolvida sem a participação significativa de representantes do povo palestino, e principalmente de acordo com os objetivos israelenses há muito tempo estabelecidos."
A proposta, chamada de “Paz para a prosperidade: uma visão para melhorar as vidas do povo palestino e israelense”, foi apresentada no dia 28 de janeiro.
“Ela constitui um ultimato, e não uma solução real, sustentável ou justa”, disse Tveit. “Em última análise, qualquer ‘solução’ que não se baseia na justiça e no acordo negociado será uma imposição e um instrumento de opressão.”
O CMI continua estudando o documento e recebendo análises e reações das Igrejas membros e de parceiros da região. “Essa proposta reconhece a força como direito e não leva em consideração os princípios do direito, da justiça e da responsabilidade internacionais”, disse Tveit.
“Os territórios ‘alocados’ aos palestinos de acordo com esse plano são pequenos enclaves isolados sem nenhuma contiguidade territorial, separados por assentamentos israelenses e conectados apenas por desvios sob controle israelense.”
O CMI considera a “solução dos dois Estados” o melhor caminho rumo à coexistência pacífica entre palestinos e israelenses. “Mas deve ser uma solução real dos dois Estados, envolvendo o estabelecimento de um Estado palestino viável, independente e autogovernado, conforme previsto em resoluções relevantes da ONU, não simplesmente renomeando o atual sistema de ocupação e controle como um Estado palestino’”, disse Tveit.
“Convocamos o governo de Israel e a Autoridade Palestina a se comprometerem com um processo de diálogo e negociações com base nesses fundamentos.”
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Plano Trump-Netanyahu para a Palestina e Israel: um “ultimato”, afirma secretário-geral do Conselho Mundial de Igrejas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU