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"Sonhar a paz de olhos abertos e pés no chão". Assis, 30 anos depois

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Por: Jéferson Ferreira Rodrigues | 27 Outubro 2016

Há 30 anos atrás, lideres religiosos de diversas tradições, convidados por João Paulo II, reuniram-se em Assis para orar pela paz. O lugar é significativo e inspirador. Nele viveu aquele "mensageiro de paz" que deixava transparecer sua plena humanidade e compromisso com os necessitados, mas sua confiança ilimitada no Deus que se faz presente nas criaturas. Nele encontra-se um itinerário de/para a paz entre as pessoas e todos os seres, entre si e com o próprio Deus.

O encontro de Assis, naquela ocasião, buscava dar continuidade aos avanços do Concílio Vaticano II. Eles consistem na abertura e na palavra positiva para as igrejas cristãs e para as demais experiências de fé. Nele aquilo que é "santo e verdadeiro" não pode ser desprezado e encontra plena ressonância na Verdade que ilumina todas as pessoas e culturas.

Tal encontro, sintonizado com o seu tempo, buscou traduzi-lo da melhor forma. É preciso situá-lo no século XX das atrocidades humanas: guerras, genocídios, ditaduras, etc. Nesse contexto, a paz torna-se um anseio profundo e a oportunidade profética de/para todas as religiões, não apenas no âmbito interno as religiões, mas no âmbito de uma paz pública e social. Tal compromisso foi assumido, na companhia um do outro, como peregrinos(as) reconciliando o passado e abrindo-se para um presente-futuro de paz.

O "espírito de Assis" era o clima favorável para a consolidação da inédita abertura. Não lhe faltaram opositores e admiradores. Mas, o que se pode constatar, nos anos subsequentes, não foi propriamente o  cultivo e a disposição de mover-se daquele "espírito" que encheu de esperança a muitos. Os retrocessos foram muitos. E voltou-se, praticamente para as cidadelas de uma Igreja autoreferencial. Apesar de tudo isso, outros encontros aconteceram, e o "espírito" mantém-se vivo e operante, outros encontros aconteceram, tanto que hoje, marcados por outro contexto, talvez mais favorável, podemos celebrar os seus 30 anos de inspiração e proposição.

Tal celebração, aconteceu na mesma Assis, no dia 20 de setembro de 2016, promovida pela Comunidade de Santo Egídio, em colaboração com as famílias franciscanas e a Diocese de Assis, contando com a presença de mais de 500 lideranças das diversas religiões que refletiram e oraram pela/sobre a "Sede de paz. Religião e Cultura em diálogo". Os cenários mudaram, mas permanece a mesma inquietação. Agora com os trajes de fanatismo, fundamentalismo, terrorismo e migrações forçadas. Para o papa Francisco, é uma "guerra em pedaços" que estamos vivendo e acaba por esmagar/arruinar aquelas pessoas mais vulneráveis.

"pensemos hoje não só nas bombas,
nos mortos, nos feridos,
mas também nas pessoas às quais
a ajuda humanitária
para comer não pode chegar.
Às quais os medicamentos
não podem chegar.
Estão famintas, doentes!
Porque as bombas impedem isso.
E, enquanto nós rezamos hoje seria bom
que cada um de nós sentisse vergonha.
Vergonha disto: que os humanos,
os[as] nossos[as] irmãos[ãs],
sejam capazes de fazer isso".
(Francisco)

Diante da "onipresença" da violência, que atinge nosso cotidiano, algumas vezes se têm a sensação de sua “onipotência” frente nossas iniciativas. Não é preciso ir muito longe. Tais dados confirmam-se, quando olhamos o “mapa da violência” brasileiro, e recentemente tem se acentuado no Rio Grande do Sul, especialmente em Porto Alegre e sua região metropolitana. O “sonho” de paz parece tão distante e inatingível.  Bom, por que a inquietação da paz de outrora, hoje nos visita com outras vestes? Por que não investiu-se na promoção e na criação de mecanismos para a neutralização e a resolução criativa da violência? Até quando vamos ficar olhando de camarote e dos gabinetes?

Quem sabe ainda estamos acostumados com o conforto de um “mundo de/para alguns”. E aqui se dá a raiz de nossos problemas contemporâneos: uma guerra de interesses (Zygmunt Bauman). Na verdade, não se quer realizar um mundo possível para todos, pois ganha-se muito mantendo pessoas acovardadas e fechadas em si mesmas. Alguns dizem que qualquer esforço é em vão, porque esses problemas sempre existirão, e preferem dificultar o máximo que podem, inventando as desculpas mais estapafúrdias para nada fazer e contentar-se com a manutenção do óbvio catastrófico. Ou seja, é melhor manter as pessoas com medo do que educá-las para uma responsabilidade criativa e livre.

E com muita facilidade, apontam para um “bode expiatório”, nesse caso, as religiões. É mais fácil encontrar desculpas e culpados, do que olhar com seriedade, para nossas estruturas de opressão. Isso não imune as religiões de sua culpabilidade, como bem demonstram os resultados obtidos pelo Pew Research Center, em recente pesquisa sobre o desenvolvimento das hostilidades provocadas por “motivação religiosa”, em dois níveis social/institucional (conflito entre pessoas) e estatal (restrição a liberdade de crer). As religiões, na vivência de seus ensinamentos e suas práticas, portam uma tensão ambivalente entre a renúncia e a disposição à violência (Alfons Fürst).

Tal feito, sustenta-se na “necessidade” religiosa de afirmar-se e julgar-se como a “verdadeira” religião, aquela que “melhor” sabe testemunhar e dizer o Mistério inesgotável. É uma postura típica das religiões do “tempo axial”, que na ânsia pelo universal, acabam violando aquilo que é santo/inédito para o outro. Nesse processo, muitas hostilidades acontecem, geralmente distinguem-se entre físicas e simbólicas, motivadas pela pretensão dominadora e pelo cultivo de um preconceito aniquilador. Isso sempre é importante dizer: “o diálogo é encontro com o outro, e não com a ideia que dele fazemos” (Claudio Monge).

As religiões precisam "despertar de seus sonos dogmáticos" e perceber que sob sua responsabilidade está aproximadamente 80% da população mundial. É verdade, são apenas números, mas se entramos no mundo real, percebemos o quanto as religiões, apesar de seus detratores, promovem sentido pra vida das pessoas. Muitas pessoas entregam sua vida e sua fé. Se as religiões, com pessoas que creem, estivessem afim, esse mundo seria diferente. E aqui não falo de "sacralizar" o mundo, mas apenas que cada religião ajude as pessoas serem mais saudáveis. Como tal, ajam no mundo com autenticidade e fidelidade a sua fé, não é preciso mais confrontos, e sim encontros profundos e duradouros.
religiões:

Para tanto, as religiões precisam revisitar suas histórias, buscando uma plena reconciliação, para que o caminho conjunto de paz seja efetivo, oportuno e profético. O “espírito de Assis” renovado, nesses nossos dias, acentua essa “nova” oportunidade para as religiões. O entusiasmo nos visita, de fato, existe a possibilidade de fazer diferença. Mas, acompanhando o encontro me perguntei: onde estava a juventude de nossas religiões? E aqui, não desmereço o encontro, enalteço sua importância, porém novamente expõe nosso real problema na concretude das ações: as religiões são pensadas e vividas na verticalidade. 

O “projeto de paz” não terá que ser composto pelas “lideranças mundiais”, mas pelas bases de nossas tradições de fé. A autêntica transformação precisa acontecer desde baixo. Inclusive é lá que encontra-se os problemas mais sérios. É tempo de um “novo” protagonismo, onde cada comunidade, faça sua parte nessa descoberta mútua na promoção da paz. É preciso encontrar caminhos para a resolução criativa dos conflitos e a neutralização das hostilidades. Caso contrário, tais momentos serão festivos e entusiasmantes, mas não passam de oportunidades para um turismo inter-religioso, até mesmo com plena piedade, sem uma real implicação no “mundo das pessoas” que creem.

Por fim, seguindo a intuição de Hans Küng, acenamos que o futuro de paz entre as religiões compõem-se, e aqui não utilizo a linguagem bélica do “lutar”, no cultivo da hospitalidade mútua. Ela é o ambiente para um encontro fecundo e duradouro (Pierre-François De Béthune). Ela permite aos que se aventuram por suas veredas abrirem-se e disporem-se numa relação qualificada: explicitando suas diferenças e compondo a profecia da “diversidade”. Nela nutre-se uma “boa curiosidade” pelo outro que crê diferente. É aquela curiosidade do “aprendizado com”, quando o outro sem receios mostra quem é e cada um se surpreende com o que está ouvindo e vivenciando. E por isso, dizemos: “sem hospitalidade inter-religiosa não há paz religiosa e social”. 

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