COP30 entra na semana decisiva com impasses e cobranças por ação

Foto: Uesly Marcelino/COP30 | FotosPúblicas

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17 Novembro 2025

E começa a segunda semana da COP30. Já apertou os cintos? Com a chegada de ministros de Estado a Belém, os temas que dominam a semana são financiamento, adaptação e a proposta de criar um roadmap para eliminação gradual dos combustíveis fósseis.

 A informação é publicada por ClimaInfo, 17-11-2025. 

A primeira semana não trouxe avanços para quatro pontos críticos: financiamento climático; medidas unilaterais de comércio; e NDCs não alinhadas com as metas do Acordo de Paris.

Frente a este impasse, o presidente André Corrêa do Lago sugeriu reflexão sobre o Acordo, informa a CNN Brasil: “Estamos de acordo com as diretrizes do Acordo de Paris? As negociações para a implementação das políticas do Acordo estão funcionando? Estamos respondendo à urgência do tema, acelerando ações e temos solidariedade internacional? A ver se voltar às bases do Acordo vai mesmo ajudar.”

Uma das prioridades da presidência brasileira, o pacote de adaptação, também está empacada na questão do financiamento. O Poder 360 explica o porquê: a Meta Global de Adaptação (GGA) depende diretamente de recursos financeiros.

E então chegamos a uma discussão já conhecida: países em desenvolvimento cobram de países ricos o dinheiro para poderem implementar as medidas. E os países ricos acham que países em desenvolvimento e altamente poluidores, como China e Índia, precisam pagar também. O ping-pong acaba por dificultar acordo entre as partes neste assunto tão importante para o sucesso das negociações.

Na COP29, em Baku, foram definidos apenas US$ 300 bilhões para adaptação de várias fontes. Em Belém, países em desenvolvimento querem triplicar esse valor.

Em entrevista ao Globo, Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa resume bem os grupos e seus conflitos: o Umbrella Group (Reino Unido, Canadá, Austrália, Japão, Nova Zelândia, Noruega e Rússia) muitas vezes contrapõe-se a países menos desenvolvidos e a blocos de alta vulnerabilidade climática, como a HAC (High Ambition Coalition), bloco de países progressistas criado pelas Ilhas Marshall em 2014 e fundamental no Acordo de Paris. O Like-Minded Developing Countries (Argelia, Bangladesh, Bolivia, China, Cuba, Equador, Egito, El Salvador, Índia, Indonésia, Irã, Iraque, Jordânia, Kuwait, Malásia, Mali, Nicarágua, Paquistão, Arábia Saudita, Sri Lanka, Sudão, Síria, Venezuela e Vietnam), resiste à transição energética.

Uma das entregas esperadas em Belém foi o relatório formulado pelas presidências da COP29 e da COP30 com sugestões para o mundo chegar a US$ 1,3 trilhão por ano necessários para o financiamento climático.

Mas, como a Folha conta, o documento causou (pasmem) divisão entre países. Apesar disso, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, se disse feliz, pois não houve muita resistência técnica. O estranhamento está mais pelo fato do documento abordar outros setores do governo, o que gera a necessidade de mais consultas, pois há temas que podem afetar instituições multilaterais.

Na noite de domingo, a Presidência da COP30 finalmente publicou a nota de síntese das consultas realizadas ao longo da semana passada sobre os itens que ficaram fora da agenda de negociação. O documento traz os principais pontos e argumentos levantados pelas Partes nas conversas e, pela primeira vez, sinaliza caminhos potenciais para esses temas dentro do processo diplomático da UNFCCC, com várias opções de endereçamento – que certamente serão bastante debatidas nos próximos dias, enquanto as consultas seguirão ocorrendo em Belém.

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