Emissões dos combustíveis fósseis devem bater novo recorde em 2025

Foto: Marek Piwnicki | Pexels

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14 Novembro 2025

O “Mapa do Caminho” para o fim dos combustíveis fósseis se torna mais urgente a cada dia. Em 2025, as emissões de dióxido de carbono provenientes de combustíveis fósseis aumentarão cerca de 1,1%, atingindo um recorde de 38,1 bilhões de toneladas de CO2 (GtCO2). É o que mostra a mais recente edição do relatório Global Carbon Budget, lançado na 5ª feira (13/11).

A reportagem é publicada por ClimaInfo, 13-11-2025.

O novo recorde de emissões de petróleo, gás e carvão é muito preocupante. Mas a queda nas emissões provenientes do uso da terra significa que o volume global neste ano permanecerá relativamente inalterado em comparação com 2024, de acordo com o Carbon Brief.

Nem todos os países registraram um grande aumento. As emissões da queima de petróleo, gás fóssil e carvão parecem ter permanecido praticamente estáveis na China e na Europa, mas aumentaram significativamente nos Estados Unidos e em grande parte do resto do mundo, explica o New York Times.

É verdade que o ritmo do aumento das emissões vem diminuindo desde os anos 2000, lembra a Bloomberg. Mas “já estamos repetindo isso há muito tempo”, disse Pep Canadell, diretor executivo do Global Carbon Project, organização responsável pelo relatório, e principal pesquisador do Centro de Ciências Climáticas da CSIRO, na Austrália. A extraordinária explosão das energias renováveis e o declínio gradual do crescimento das emissões de combustíveis fósseis significam que “esta não é apenas uma história negativa, mas sim uma história agridoce”, avaliou.

O relatório ainda constata que os sumidouros de carbono terrestres parecem ter recuperado sua força pré-El Niño após dois anos excepcionalmente fracos. No entanto, pesquisas publicadas com o documento sugerem que as mudanças climáticas causaram um declínio a longo prazo nos sumidouros terrestres e oceânicos, que se tornaram cerca de 15% mais fracos na última década do que seriam sem a crise do clima.

O orçamento global de carbono mostra que a margem de negociação já está muito limitada, destaca a Folha. O que resta dele, cerca de 170 bilhões de toneladas, se esgotaria antes de 2030 se as emissões de 2025 se repetirem nos próximos anos, como indicam as tendências atuais.

Business Green, Time, WION, Washington Post, ABC, Straits Times e Daily Mail também repercutiram o novo relatório sobre as emissões dos combustíveis fósseis.

Em tempo 1

Uma análise do think tank de energia renovável Ember sugere que o uso de combustíveis fósseis na geração de eletricidade se estabilizou em 2025, em grande parte graças ao rápido crescimento da energia solar, informa a BBC. A indicação reforça a ideia de que as emissões globais podem estar se aproximando de um pico – embora seja difícil dizer exatamente quando isso poderá ocorrer, ainda mais diante da sanha fóssil do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em tempo 2

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, forte defensora do “Mapa do Caminho” para o fim dos combustíveis fósseis, conseguiu na 4ª feira (12/11) alguns apoios de peso para a iniciativa, informam Agência Pública e ((o))eco. Em evento paralelo às negociações da COP30, Alemanha, Dinamarca e Reino Unido dizem concordar com a construção de tal mapa: “O que nós queremos é que esse mapa seja a nossa bússola para superarmos a dependência dos combustíveis fósseis de forma justa, ordenada e planejada, fruto de um diálogo com todos, para que ninguém fique para trás”, disse Marina.

Em tempo 3

Enquanto se tenta dar fim aos combustíveis fósseis de um lado, o Big Oil age de outro para impedir qualquer avanço nesse sentido. Segundo a Bloomberg, a estadunidense Exxon, uma das maiores petrolíferas do mundo, está pressionando por um novo método de contabilização de carbono. A empresa justifica a proposta dizendo que ela poderia permitir cálculos mais precisos da intensidade de emissões em nível de produto. No entanto, defensores do clima dizem o óbvio: é mais uma tática de uma das companhias mais “sujas” do planeta para ganhar tempo e continuar produzindo mais e mais petróleo e gás fóssil.

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