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O Evangelho do exílio: a história de uma migrante deportada. Artigo de Yolanda Chávez

Foto: Giles Clarke/Ocha/ONU

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13 Novembro 2025

"Há algo que ouço há anos dos lábios de mulheres migrantes: o Evangelho floresce em meio ao desenraizamento", escreve Yolanda Chávez, teóloga católica e doutoranda no Seminário Teológico Fuller, em artigo publicado por National Catholic Reporter, 12-11-2025.

Eis o artigo.

Nenhum exílio começa no aeroporto. Começa muito antes, quando a alma pressente que algo amado está prestes a ser arrancado.

Por mais de 30 anos vivi em Los Angeles. Lá, formei minha família, meu ministério e minha comunidade. Lá, cresci entre catequistas migrantes, mulheres de fé que, com as mãos cansadas, ensinavam a ternura de Deus às novas gerações. Lá, descobri minha vocação como teóloga, acompanhando aqueles que vivem entre dois mundos.

Mas um dia, o país que por tanto tempo fora meu lar fechou-me as portas. Recebi a ordem de deportação e, com ela, um silêncio tão profundo que só pôde se transformar em oração.

No dia em que vieram me procurar, eu não estava em casa; os agentes foram recebidos pelo meu filho. Informaram-lhe que eu tinha de sair do país — e que voltariam para garantir que eu o fizesse. Não assinaram nenhum documento, não ofereceram palavras de conforto, apenas a presença gélida de uma ameaça que cruzava a soleira da nossa casa. Quando o meu filho me contou, a sua voz tremia.

Naquela noite, percebi que ficar significaria colocar esse peso sobre os ombros daqueles que mais amo. Então decidi partir, não por medo, mas por amor, para que meus filhos não tivessem que suportar a vergonha ou o terror que tantas famílias migrantes conhecem.

Foi uma despedida sem aeroporto: um êxodo doméstico, o início do meu exílio interior.

O retorno ao México foi uma jornada sem mapas. Empacotei três décadas de vida em algumas malas. Deixei para trás meu marido, meus filhos adultos e minhas irmãs no ministério. Deixei a casa onde meus sonhos haviam criado raízes.

Retornei a uma terra ao mesmo tempo familiar e estranha. As ruas falavam comigo com um sotaque ancestral, mas minha alma havia mudado. Fui enviado de volta ao ponto de partida para compreender tudo de novo. A princípio, senti como se o chão sob meus pés tivesse se dissolvido; eu não pertencia completamente a lugar nenhum. Contudo, nesse vazio, algo novo começou a criar raízes: uma fé mais profunda, desprovida de certezas. Aprendi que o desenraizamento não é apenas perda, é também revelação.

Em meio à confusão, Deus falou comigo de forma diferente, sem templo, sem púlpito, sem microfone, apenas com a presença obstinada do silêncio. Nesse silêncio, compreendi que o exílio não é apenas um lugar geográfico, mas uma condição espiritual. Qualquer pessoa que tenha tido que abandonar uma vida, uma certeza ou uma terra familiar também passou por seu próprio exílio interior.

Descobri que a fé autêntica não se alimenta da estabilidade, mas da confiança. Lembrei-me de Maria correndo para a montanha; de Rute caminhando atrás de Noemi; de Agar no deserto ouvindo seu nome ser pronunciado por Deus. Todas elas vivenciaram a perda como um limiar sagrado.

E eu compreendi que o Evangelho, quando vivido à margem, se torna uma semente de esperança radical. Onde o mundo diz "fracasso", Deus diz "florescimento".

Na solidão do retorno, essa promessa começou a pulsar em mim: a certeza de que a fé pode renascer mesmo em meio às ruínas, e que cada pessoa deslocada, incompreendida ou ferida carrega dentro de si uma revelação de Deus que o mundo — e a igreja — ainda precisam ouvir.

Tenho visto como a atual política de imigração se tornou um deserto onde a dignidade humana se evapora. Pessoas que durante anos trabalharam, oraram e serviram em silêncio são repentinamente tratadas como ameaças. O sistema que deporta aqueles que sustentam a vida cotidiana das comunidades por meio de seu trabalho e fé fere não apenas os corpos, mas também as almas. Quando o poder decide quem pode ficar e quem deve desaparecer, Jesus é crucificado mais uma vez à margem da sociedade.

E, no entanto, mesmo ali, a esperança surge. Há algo que ouço há anos dos lábios de mulheres migrantes: o Evangelho floresce em meio ao desenraizamento.

Vi isso nos rostos daqueles que servem à Igreja sem reconhecimento, nas mães que rezam em voz baixa enquanto seus filhos são perseguidos como criminosos por causa da cor de seus rostos, nos catequistas que preparam as aulas depois de limparem casas alheias. Em cada um deles, descobri que a fé não precisa de estabilidade para ser frutífera. Essa verdade, que tantas vezes ajudei outros a nomear, tornou-se minha.

Do México, continuo acompanhando minhas irmãs migrantes — agora por meio de encontros e retiros online. Nossas conversas são uma liturgia tecida de nostalgia, resistência e esperança. Elas, com sua sabedoria silenciosa, me lembram que Deus não tem passaporte e não conhece fronteiras: Deus viaja com o seu povo, atravessa muros e habita onde o amor é bem-vindo.

Meu exílio se tornou meu altar.

Eu não a buscava, mas ela me devolveu o coração do Evangelho, pregado não pelo poder, mas pela fragilidade. Deus não me trouxe de volta para encerrar uma história, mas para continuá-la em outra terra. Continuo acreditando no Deus que atravessa fronteiras, no Deus que permanece com aqueles que permanecem. E nesta nova etapa, mais interior do que geográfica, descubro que retornar depois de décadas é também uma forma de partir, que a promessa permanece viva naqueles que escolhem crer mesmo quando tudo parece perdido.

"O Senhor guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre" (Salmo 121,8).

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