24 Outubro 2025
Ouvindo, em julho, 1.003 adultos frequentadores regulares de igrejas, pesquisa “Questões Sociais e Visão de Mundo”, do Centro de Pesquisa Cultural da Universidade Cristã de Arizona, constatou que 26% dos respondentes entendiam que a Bíblia era “obscura ou ambígua” sobre a homossexualidade, enquanto 16% afirmaram que a Bíblia não aborda o assunto, assim como 24% responderam que a Bíblia não aborda o transgenderismo, e 23% a veem como “obscura ou ambígua” sobre o tema.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Mais da metade (51%) disseram, no entanto, que a Bíblia tinha ensinamentos “claros e decisivos” sobre o aborto, uma queda de 14% em relação à mesma pergunta indagada em pesquisa de 2023; 21% afirmaram que os ensinamentos bíblicos sobre o aborto como “obscuros ou ambíguos”, enquanto 17% entediam que a Bíblia “não aborda” o tema, e 11% não souberam responder.
Ao comentar os resultados da pesquisa, o pastor batista Tony Perkins, do Conselho de Pesquisa Familiar, uma das promotoras do levantamento, disse ao The Christian Post que pastores tinham receio de abordar essas questões controvertidas. “O resultado é que isso cria um vácuo que está sendo preenchido pela cultura mais ampla na mídia. Então, isso está moldando a visão de muitos cristãos”. Não é que cristãos estejam “ouvindo a coisa errada na igreja”, agregou, mas “eles não estão ouvindo nada relacionado a essas questões”.
Já em outra pesquisa, coletada no início do ano consultando 2.656 adultos estadunidenses e coordenada pela Sociedade Bíblica Americana, 36% concordaram que “a Bíblia é totalmente precisa em todos os princípios que apresenta”; mas 39% discordaram. O levantamento dividiu os/as respondentes em três extratos: os cristãos praticantes, os cristãos nominais (que vão à igreja uma vez por mês) e os cristãos casuais.
Entre os cristãos praticantes, 88% acreditam na precisão total da Bíblia, enquanto 4% não acreditavam e 8% não tinham certeza. Entre os cristãos nominais, 32% não consideram a Bíblia totalmente precisa, mas 29% a consideram; e dos casuais, 45% responderam que consideram a fé muito importante e a Bíblia um livro totalmente preciso. Entre os não cristãos, apenas 12% a encaram como um livro preciso.
Quase um quarto dos/das entrevistados/as (24%) concordou que “a Bíblia é apenas mais um livro de ensinamentos escritos por pessoas que contém histórias e conselhos, e 18% concordaram que a Bíblia foi escrita “para controlar ou manipular outras pessoas”. No entanto, 58% do universo pesquisado afirmaram que a mensagem da Bíblia transformou suas vidas.
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