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Horror em Gaza: genocídio, bioética e saúde pública

Foto: Anadolu Ajansi

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21 Outubro 2025

Diante das evidências do genocídio em Gaza, tornam-se inadiáveis algumas perguntas: trabalhar com temas de ética nos torna mais responsáveis? Como nos posicionar como profissionais que pesquisam ética e saúde pública?

O artigo é de Ester Massó Guijarro, Cristian Moyano, Lydia Feito, Maite Cruz e Ramón Ortega, em nome da Rede ESPACyOS (Ética Sanitarista para a Ação, o Cuidado e a Observação Social), publicado por El Salto, 21-10-2025. 

Eis o artigo.

“Ofereço-te abrigo sabendo
que o pó se assentará,
e aqueles que se amaram e morreram juntos
um dia rirão”
Hiba Kamal Abu Nada, Ofereço-te abrigo (2023)

No filme A Zona de Interesse (2023), do diretor inglês Jonathan Glazer, retrata-se o cotidiano de uma família que vive ao lado de um campo de concentração nazista. Não há closes de seus protagonistas, apenas os observamos à distância, assim como não veremos os rostos das vítimas do extermínio. Apenas nos chega o som da atrocidade.

Desde 07-10-2023, temos assistido ao vivo à matança de mais de 65 mil pessoas na Palestina, embora, segundo estimativas de algumas fontes, esse número possa ser entre três e quinze vezes maior, se somarmos as mortes indiretas causadas pela destruição da infraestrutura sanitária, pela grave escassez de alimentos e água, ou pelo aumento geral de doenças, transmissíveis e não transmissíveis.

Não apenas ouvimos os tiros, golpes, gritos e explosões transmitidos pelos meios de comunicação, como também vimos os rostos e os corpos. O governo de Israel inaugura a exibição aberta e pública das violações de direitos humanos ao vivo, como se fosse um videogame.

Diante desses acontecimentos, é necessário elevar uma reflexão conjunta e pública. Entre outros aspectos, perguntamo-nos: como agir diante desse genocídio? Trabalhar com temas de ética nos torna mais responsáveis? Como nos posicionar como profissionais que pesquisam ética e saúde pública? Devemos nos envolver neste assunto, entre tantos outros, frente a esta catástrofe humanitária intolerável?

A ocupação ilegal e o controle de Gaza pelo exército de Israel impõem consequências fatais para a vida e a saúde da população, como é tristemente notório. Trata-se, sem dúvida, de uma questão inerente à ética da saúde pública, e como tal tem sido denunciada. Todos os conflitos bélicos, e não são poucos os que ocorrem atualmente em nosso mundo, dizem respeito à saúde da população, e por isso é imprescindível analisá-los sob essa ótica.

Afirmar que se trata de um problema de “saúde pública” pode parecer até trivial, já que estamos diante de um genocídio em que o todo, qualquer forma de vida ou cultura, se vê ameaçado e aniquilado.

No caso de Gaza, a situação é especialmente dramática. Assim tem sido há anos, desde o colapso do sistema de saúde. Relatórios de entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS), UNICEF, Médicos Sem Fronteiras, OXFAM e a Federação Mundial de Associações de Saúde Pública confirmam o que ocorre na Faixa de Gaza: destruição intencional e sistemática do sistema de saúde, epidemias, fome, torturas, crimes contra a humanidade e todo tipo de atrocidade que nos permitem qualificar a situação não apenas como genocídio, mas também como epistemicídio, escolasticídio, culturicídio, ecocídio, infanticídio e femigenocídio, entre tantas faces possíveis desse poliedro.

A destruição deliberada de hospitais é, de fato, um ataque frontal a princípios humanitários fundamentais. Trata-se, sobretudo, de uma perversão do princípio ético fundamental primum non nocere (“primeiro, não causar dano”), que foi substituído pelo primum nocere (“primeiro, causar dano”), à luz da política do governo Netanyahu, que deixa morrer por inanição e impede a entrada de ajuda humanitária. Tudo isso atinge pessoas em situação de extrema vulnerabilidade, doentes, incapazes de qualquer deslocamento.

A ocupação ilegal de Gaza por Israel é, em última instância, um conflito entre o respeito e a proteção dos direitos humanos, de um lado, e os interesses econômicos de diversos atores empresariais e financeiros, do outro. Em junho de 2025, um relatório do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas apontava quais corporações e empresas internacionais têm lucrado com a economia da ocupação e agora com a economia do genocídio. O deslocamento, a despossessão e a limpeza étnica do povo palestino são lucrativos para companhias de vários países, muitas dos Estados Unidos, algumas espanholas, e para entidades financeiras. Para que sejam responsabilizadas e sancionadas, é crucial a pressão da sociedade civil internacional.

Todos esses temas têm sido centrais na bioética, que não pode se desinteressar dos problemas que as guerras geram, uma vez que constituem uma questão de saúde pública e, portanto, tocam a saúde e os valores humanos de maneira estrutural e essencial.

O enfrentamento dessas situações pode se apoiar em seis grandes princípios.

Primeiro, saúde justa, distribuição equitativa dos benefícios e encargos relacionados à saúde, com especial atenção às populações mais vulneráveis.

Segundo, prestação de contas, responsabilidade dos beligerantes pelos efeitos da guerra na população civil, estendida à comunidade internacional.

Terceiro, vidas dignas, garantir condições para que as populações em zonas de guerra possam desenvolver vidas dignas, com base nas capacidades centrais propostas pela filósofa Martha Nussbaum.

Quarto, sustentabilidade da saúde pública, manutenção da capacidade de assegurar a saúde das populações afetadas pela guerra, durante e após o conflito, especialmente desafiador em guerras assimétricas.

Quinto, limitação dos danos aos não combatentes.

Sexto, maximização da saúde pública, análise das consequências da guerra em termos de saúde pública, avaliando alternativas eficazes para proteger os direitos humanos e a equidade.

O que podemos e devemos fazer, afinal? O silêncio e a inação não são opção. A neutralidade, mesmo tácita, é uma forma de cumplicidade. Sempre foi. Em setembro de 2025, a Federação Mundial de Associações de Saúde Pública reiterou isso ao exigir cessar-fogo, proteção de infraestruturas e de pessoal de saúde, entre outras medidas. A saúde pública deve sempre se basear na equidade e na justiça. É inadiável a responsabilidade de proteger a população diante de crimes de guerra, limpeza étnica e genocídio, um imperativo que cabe à comunidade internacional como um todo.

Esse princípio, como é tristemente visível, não foi respeitado em Gaza. Ao longo de dois anos, aqueles que poderiam intervir ou mediar para pôr fim à ocupação ilegal e ao genocídio não assumiram sua responsabilidade direta. O que se perpetra em Gaza é, sem dúvida, um fracasso político e moral. Resta ainda a responsabilidade indireta de proteger, que cabe, agora como antes, à sociedade civil de todos os países. Desde 1998, perseguir e punir os responsáveis por crimes contra a humanidade, apartheid e genocídio é responsabilidade do Tribunal Penal Internacional.

O conflito bélico que ainda assola Gaza é uma questão bioética e de saúde pública, entre tantas outras faces dessa situação complexa. Apesar das recentes novidades sobre o conflito, sua possível resolução e, esperamos, o fim da guerra, as imensas e irreparáveis perdas e a gravidade do que ainda ocorre permanecem sobre a mesa.

Desejamos expressar, enfim, nosso profundo e absoluto repúdio ao genocídio de que é vítima o povo palestino. Queremos encerrar com uma homenagem e um canto de esperança por meio da poesia. A homenagem é para a jovem poeta palestina Hiba Kamal Abu Nada, assassinada em Gaza em 2023, vítima de um bombardeio israelense, citada no início deste texto, e em memória de seu romance O oxigênio não é para os mortos (2017), tragicamente premonitório.

E o canto de esperança vem pela voz do poeta palestino Marwan Makhoul, cujos versos tornaram-se um emblema nestes dias sombrios:

“Para escrever uma poesia que não seja política,
devo ouvir os pássaros
Mas para ouvir os pássaros
os bombardeios devem cessar”

Leia mais

  • "A maior violação bioética do século XXI". Carta de médicos americanos revela situação da saúde na Faixa de Gaza
  • “Nenhum profissional de saúde pode se calar sobre Gaza”
  • Gaza enfrenta ameaça de bactérias resistentes a antibióticos: "Isso significa um risco maior de morte por infecções"
  • A cidade de Gaza fica sem assistência médica após a saída de Médicos Sem Fronteiras
  • O primeiro estudo científico em Gaza examina um massacre indiscriminado: "Vemos ferimentos raramente vistos na história recente"
  • A morte “lenta e silenciosa” nos hospitais de Gaza
  • Pesquisa feita entre equipes de Médicos Sem Fronteiras em Gaza e suas famílias revela que quase metade dos mortos por explosões na guerra são crianças
  • O tempo está se esgotando para as crianças famintas de Gaza: o mundo agirá para salvá-las?
  • Encurralados pela morte em Gaza: relatório de MSF expõe a campanha israelense de destruição total
  • Gaza: sob os escombros de 125 mil toneladas de bombas, palestinos tentam resistir à fome e à sede. Entrevista especial com Arlene Clemesha
  • “Capitalismo canibal”: Como o genocídio de Gaza prediz um futuro global sombrio
  • “Nenhum profissional de saúde pode se calar sobre Gaza”
  • "Gaza é uma carnificina. O plano de Trump deve envolver os palestinos", afirma Pietro Parolin, secretário de estado do Vaticano
  • O Vaticano abençoa os protestos contra a "carnificina" em Gaza: "É um sinal de que não estamos condenados à indiferença"
  • "A devastação em Gaza tem sido sistemática. Agora é um deserto", constata relatório da ONU
  • A nova flotilha perto de Gaza com 90 médicos: "Estamos levando um hospital flutuante cheio de medicamentos"

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