Estudo associa ondas de calor a emissões causadas por combustíveis fósseis de petrolíferas

Foto: Pixabay/Canva

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12 Setembro 2025

 Um estudo publicado na Nature conecta diretamente as emissões das 180 maiores empresas de combustíveis fósseis e cimento do mundo (chamadas “carbon majors”) a 213 ondas de calor registradas entre 2000 e 2023, que se tornaram mais prováveis e mais intensas devido às mudanças climáticas. A pesquisa foi aclamada como um salto na batalha para responsabilizar judicialmente petrolíferas e outros grandes emissores pelos danos causados ​​pela crise climática, destaca o Guardian.

A reportagem é publicada por ClimaInfo, 11-09-2025.

O estudo é o primeiro a avaliar o impacto histórico das mudanças climáticas em uma grande série de ondas de calor. O levantamento mostra que as 14 maiores empresas de petróleo e gás fóssil do mundo – grupo que inclui a estadunidense Exxon Mobil, a saudita Saudi Aramco, a russa Gazprom e a brasileira Petrobras – desempenharam, por si só, um papel ativo em mais de 50 ondas de calor que, de outra forma, teriam sido quase impossíveis, informa a Bloomberg. Na prática, foram essas emissões que causaram as ondas de calor, de acordo com a pesquisa.

O estudo descobriu que, em comparação com as temperaturas anteriores à Revolução Industrial, as mudanças climáticas aumentaram a intensidade média das ondas de calor em 1,68oC entre 2010 e 2019, dos quais 0,47oC são atribuídos exclusivamente às 14 maiores empresas de combustíveis fósseis, segundo a CNN. As outras 166 “carbon majors” contribuíram com 0,38ºC para o aumento da intensidade média das ondas de calor no mesmo período.

Enquanto estudos anteriores analisaram principalmente as emissões de regiões e países, este se concentra nos principais emissores de carbono. “Ser capaz de rastrear a contribuição desses grandes emissores individuais e quantificar sua contribuição pode ser muito útil para estabelecer responsabilidades”, ressaltou a professora Sonia Seneviratne, da Universidade ETH Zurich, na Suíça, uma das autoras do relatório.

A atual pesquisa e outras mais recentes surgem em um momento em que o número de processos judiciais climáticos contra poluidores aumentou nos últimos anos. No entanto, cidadãos, comunidades e Estados que buscam justiça frequentemente enfrentam dificuldades para provar seus argumentos em juízo. “Esta pesquisa é um passo importante em direção à responsabilização”, ressaltou Friederike Otto, professora de ciência climática no Imperial College London e uma das fundadoras da World Weather Attribution (WWA), rede global de cientistas focada na análise das mudanças climáticas.

France24, AP, Carbon Brief e CBC também repercutiram o estudo.

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