07 Julho 2023
Dado que os desastres climáticos extremos ameaçam o direito universal dos humanos à alimentação, o aquecimento global converteu-se numa questão candente de direitos humanos. Quem o sustenta é o Alto Comissário da ONU, Volker Türk, num discurso perante o Conselho de Direitos Humanos, no início da semana, em que defende também que “não devemos deixar [um futuro de fome e sofrimento] para os nossos filhos resolverem – apesar de o ativismo deles ser inspirador”.
A informação é publicada por 7 Margens, 05-07-2023.
O Alto Comissário sublinhou que o direito à alimentação foi “amplamente ameaçado” pelas mudanças climáticas e lembrou que houve um aumento de 134 por cento em desastres relacionados com inundações provocados pelo clima desde o início do século.
Os eventos climáticos extremos e os desastres “destroem os ecossistemas e os meios de subsistência dos agricultores”. Por outro lado, “a sua repetição rápida e implacável torna impossível para as comunidades reconstruir-se e sustentar-se”, disse ele.
Segundo o responsável da ONU, em 2021, 828 milhões de pessoas passaram fome. Esse número deverá aumentar 80 milhões até meados deste século, mantendo-se as tendências atuais.
Os impactos, nota Turk, são mais sentidos por pequenos agricultores e pessoas na África Subsaariana, na Ásia e na América Latina. Porém, com a aceleração do aquecimento, esses impactos irão amplificar-se e “nenhum país será poupado.”
Muitos dos que passam fome não contribuíram “quase nada” para os processos industriais que estão a “matar o nosso meio ambiente e a violar direitos”. Por isso, o Alto Comissário enfatiza a urgência de acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis, transformando as instituições internacionais de desenvolvimento e financiamento em “motores de ação climática”, e fazendo da Cimeira COP28 de novembro deste ano uma “viragem decisiva”.
De acordo com ele, a geração atual dispõe das “ferramentas tecnológicas mais poderosas da história” para impedir o aquecimento do planeta em níveis que podem tornar a comida, a água e a vida humana “irreconhecíveis”.
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Aquecimento global é “questão candente de direitos humanos” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU