Vereadora do PSOL embarca em missão com Greta que tenta furar bloqueio de Israel a Gaza

Foto: Ömer Faruk Yıldız/Unsplash

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28 Agosto 2025

A vereadora Mariana Conti (PSOL), de Campinas, viaja nesta terça (26) para a Espanha, onde participará da Global Sumud Flotilla, missão internacional que pretende furar o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza com dezenas de embarcações.

A reportagem é de Diego Alejandro, publicada por Folha de S. Paulo e reproduzida na página do Facebook de André Vallias, 27-08-2025.

A iniciativa busca reunir ativistas de mais de 40 países e deve levar medicamentos, alimentos, próteses e outros itens humanitários à região palestina. "É uma ação civil pacífica, não violenta, que busca abrir um corredor humanitário e dar visibilidade ao que está acontecendo em Gaza. O cerco estabelecido por Israel é ilegal perante o direito internacional e constitui crime de guerra", disse Conti, na segunda (25).

A parlamentar fará parte da delegação brasileira na flotilha, que também deve contar com a presença do ativista Thiago Ávila. Ele estava a bordo do barco Madleen, que foi interceptado pelo Exército israelense em junho e a tripulação, que incluía Greta Thunberg e outros dez ativistas, ficou sob custódia do Exército israelense.

Desta vez, a operação contará novamente com Thunberg, além de deputados europeus e artistas como Susan Sarandon, Gustaf Skarsgård e Liam Cunningham. Cerca de 300 ativistas são esperados no total.

Conti ressaltou que viaja com licença não remunerada da Câmara de Campinas e que todos os custos serão arcados por ela. "Não há nenhum recurso público envolvido. Fiz questão disso para evitar qualquer interpretação equivocada. É uma ação humanitária, completamente diferente das viagens de figuras da extrema-direita brasileira, como Eduardo Bolsonaro, que esteve nos EUA para conspirar contra o Brasil", afirmou.

A vereadora reconhece os riscos de participar da flotilha — só nesta segunda (25), ataques de Israel ao hospital Nasser, no sul da Faixa de Gaza, mataram pelo menos 20 pessoas, incluindo cinco jornalistas.

"Estou ciente dos riscos, mas eles não são comparáveis ao que o povo de Gaza enfrenta. É uma ação ousada, mas necessária. A cada dia, vemos jornalistas assassinados, crianças morrendo de fome e uma escalada genocida em curso", disse.

Conti também disse não temer tentativas da direita campineira de usar a viagem para desgastar seu mandato ou pedir sua cassação. "As pessoas que votaram em mim sabem das minhas posições e esperam que eu construa solidariedade com os povos oprimidos. Se a extrema-direita tentar qualquer retaliação, terá que explicar por que é contra uma ação humanitária em Gaza", afirmou.

A flotilha da Global Sumud está prevista para zarpar no domingo (31) de agosto, da Espanha, e em 4 de setembro da Tunísia para Gaza. Os organizadores esperam que a mobilização, a maior já realizada desde o início do bloqueio israelense em 2023, pressione pela abertura de corredores humanitários.

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