Fundo Norueguês desinveste da Caterpillar e de cinco bancos israelenses por violações de direitos humanos

Foto: Anadolu Ajansi

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27 Agosto 2025

Conforme explica o Comitê de Ética, o corte nos investimentos seria consequência do suposto envolvimento das empresas na destruição de propriedades palestinas em Gaza e na Cisjordânia e no financiamento necessário para a construção de assentamentos ilegais.

A informação é de Chiara Sgreccia, publicada por La Repubblica, 26-08-2025.

Máquinas produzidas pela empresa americana Caterpillar estão sendo supostamente usadas para "cometer violações generalizadas e sistemáticas do direito internacional humanitário". E a empresa "falhou em implementar quaisquer medidas para impedir seu uso".

Essas são as razões, conforme relatado pela Reuters, que levaram o fundo soberano norueguês, o fundo mais rico do mundo, com quase US$ 2 trilhões à disposição e investimentos ativos em mais de 8.600 empresas, a anunciar ontem a venda de suas ações na gigante americana, conhecida por ser a maior fabricante mundial de máquinas de construção, como tratores e escavadeiras.

Em 30 de junho, o Fundo detinha uma participação de 1,17% na Caterpillar, avaliada em US$ 2,1 bilhões, antes de se desfazer da empresa devido ao suposto envolvimento da empresa em abusos de direitos humanos cometidos por Israel na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada.

O Fundo, administrado pelo Banco Central Norueguês, disse que agiu conforme recomendação de seu Comitê de Ética, que em um comunicado esclareceu que "escavadeiras fabricadas pela Caterpillar estão sendo usadas pelas autoridades israelenses para a destruição ilegal generalizada de propriedades palestinas".

Mas o fundo mais rico do mundo não decidiu cortar investimentos apenas na empresa americana. Ontem, também anunciou os cinco bancos israelenses dos quais se retirou, novamente por razões éticas: Hapoalim, Bank Leumi, Mizrahi Tefahot Bank, First International Bank of Israel e FIBI Holdings, novamente devido ao "risco inaceitável de que as empresas contribuam para graves violações dos direitos individuais em situações de guerra e conflito".

Todos os bancos excluídos, explicou ontem o Comitê de Ética do Fundo, "ao fornecer serviços financeiros que são um pré-requisito necessário para a atividade de construção na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental... contribuíram para a manutenção dos assentamentos israelenses". Estes são considerados ilegais pela comunidade internacional, conforme reafirmado pela mais alta corte das Nações Unidas no ano passado.

Como pode ser visto em uma reportagem detalhada da Reuters, as decisões do Fundo de cortar investimentos em empresas israelenses (os cinco bancos não são os primeiros) não foram tomadas de ânimo leve e têm sido objeto de debate público, dadas as visões opostas entre partidos de direita e de esquerda que se preparam para as eleições na Noruega em 8 de setembro: "Esta é a pior crise de todos os tempos", disse Nicolai Tangen, CEO do fundo soberano norueguês, ao jornal sueco Dagens Industri há alguns dias: "É uma situação séria porque afeta a confiança".

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