26 Agosto 2025
As tropas estão autorizadas a usar suas armas para autodefesa, de acordo com a diretriz aprovada na sexta-feira passada pelo secretário de Defesa Hegseth. Enquanto isso, o presidente americano continua a ameaçar outras cidades, como Chicago.
A informação é publicada por La Repubblica, 25-08-2025.
Os mais de 2 mil soldados da Guarda Nacional enviados a Washington pelo governo Trump começarão a portar armas de fogo nas próximas horas. Isso segue uma diretriz emitida semana passada pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, como parte do programa anticrime de Trump.
Um funcionário do Departamento de Defesa, não autorizado a falar publicamente, disse que algumas unidades em certas missões estarão armadas, algumas com pistolas e outras com rifles.
Anteriormente, os membros da Guarda Nacional estavam desarmados e apoiavam a polícia no patrulhamento de áreas urbanas e no controle do trânsito e do fluxo de pessoas. Um funcionário da Casa Branca disse à NBC que a Guarda Nacional, enviada à capital para ajudar a combater o crime, não efetuará prisões, mas se concentrará em proteger os ativos federais e garantir a segurança dos policiais envolvidos em operações de segurança.
O oficial de defesa que falou à Associated Press disse que apenas tropas engajadas em determinadas missões portarão armas, incluindo aquelas em patrulha para estabelecer uma presença policial em toda a capital. Aqueles que trabalham em transporte ou administração provavelmente permanecerão desarmados.
O presidente chamou Washington de "buraco infestado de crimes" e colocou a polícia local sob controle federal, gerando forte controvérsia e protestos. No entanto, estatísticas oficiais e dados do Ministério Público não mostram aumento significativo na criminalidade, e o prefeito Bowser respondeu que "a cidade está registrando os menores índices de criminalidade em trinta anos". Enquanto isso, tropas da Guarda Nacional estão cada vez mais visíveis, mesmo em áreas turísticas não consideradas de alto risco.
De acordo com o Washington Post, Trump estaria considerando medidas semelhantes para Chicago, administradas pelo prefeito democrata Brandon Johnson, que chamou a possível mobilização de "ilegítima" e "descoordenada", alertando que "a mobilização ilegal da Guarda Nacional corre o risco de exacerbar as tensões entre moradores e autoridades policiais". Johnson também enfatizou que homicídios, roubos e tiroteios na cidade "diminuíram significativamente no último ano".
Durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca, Trump, respondendo às críticas por enviar a Guarda Nacional a Washington, argumentou que, enquanto alguns o atacam como ditador, outros dizem: "Talvez queiramos um ditador. Eu não gosto deles. Eu não sou um ditador. Sou um homem de grande bom senso e sou uma pessoa inteligente".
"Quando vejo o que aconteceu com nossas cidades, envio tropas e, em vez de serem elogiadas, elas me dizem: 'Você está tentando tomar conta da República'. Essas pessoas são doentes", concluiu o presidente dos EUA.
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