29 Mai 2025
Corrêa do Lago diz que “as respostas têm que vir da economia”, enquanto as políticas climáticas desencadeiam reações populistas.
A informação é publicada por ClimaInfo, 28-05-2025.
O mundo está enfrentando uma nova forma de negação climática, segundo o presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago. Não se trata de uma rejeição da ciência climática, mas um ataque coordenado à ideia de que a economia pode ser reorganizada para combater a crise, alertou.
Em entrevista ao Guardian, repercutida pelo InfoMoney, Corrêa do Lago disse acreditar que sua maior tarefa será combater a tentativa de alguns interesses instalados de impedir políticas climáticas que visem mudar a economia global para uma base de baixo carbono. “Há um novo tipo de oposição à ação climática. Não é uma negação científica, é uma negação econômica.”
A negação econômica pode ser tão perigosa quanto a negação científica da crise climática. Para Corrêa do Lago, não é mais possível haver negacionismo [científico] depois de tudo o que aconteceu nos últimos anos. “Portanto, há uma migração da negação científica para a negação de que medidas econômicas contra as mudanças climáticas possam ser benéficas para a economia e para as pessoas”, explicou.
Um dos grandes desafios da COP30 é avançar no financiamento climático, que tem relação com o negacionismo econômico apontado por Corrêa do Lago. E no II Fórum de Finanças Climáticas e de Natureza (FFCN), promovido pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS) e outras seis organizações no Rio de Janeiro, a CEO da conferência, Ana Toni, lembrou que o financiamento não é caridade, destacou a Agência Brasil.
“Conseguir um maior fluxo de financiamento dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento não é boa ação, bondade, caridade. O interesse em mobilizar até US$ 1,3 trilhão para os países em desenvolvimento deveria ser dos desenvolvidos, que não estão liberando esse recurso”, disse.
Quanto à outra dor de cabeça da conferência do clima, a infraestrutura, Corrêa do Lago explicou que a questão logística de Belém, que sediará o evento, não está sob sua responsabilidade, informou a TV Cultura. O presidente da COP30 apontou que o principal problema é o custo elevado das hospedagens, que não acompanha a demanda crescente. E também mencionou que o aeroporto da cidade ainda não está pronto. Mas, ainda assim, ele acredita que os governos federal e do Pará irão equacionar essas pendências até a conferência do clima.
Lideranças negras apresentam ao Itamaraty nesta 5ª feira (29/5) propostas para a COP30. O documento faz parte das ações desenvolvidas durante o II Encontro Vozes Afrodescendentes, que termina amanhã em Brasília, de acordo com o g1. O encontro reúne organizações afrodescendentes da América Latina e do Caribe. A iniciativa é organizada pela Coalizão Internacional para a Defesa dos Territórios, Meio Ambiente, Uso da Terra e Mudanças Climáticas dos Povos Afrodescendentes (CITAFRO).
As inscrições para o curso de formação de voluntários para atuar durante a COP30 foram abertas hoje (29/5), informa o Pará Terra Boa. Poderão participar moradores de Belém com mais de 18 anos de idade, conforme prevê o Edital de Voluntariado para a conferência. As inscrições, que vão até a próxima 5ª feira (5/6), serão feitas exclusivamente pelo site voluntarioscop30.pa.gov.br.