29 Março 2025
Teólogos debatem sobre um livro de Jan Loffeld sobre a crescente indiferença na Europa em relação à fé. Agora, o teólogo pastoral vienense Paul Zulehner também entrou na discussão.
A reportagem é publicada por katolish.de, 26-03-2025.
Na opinião do teólogo pastoral vienense Paul Zulehner, a teologia e a Igreja não deveriam se conformar precipitadamente com o diagnóstico de que a indiferença religiosa na Europa está crescendo cada vez mais. Isso não faria jus à verdadeira pluralidade de crenças religiosas e visões de mundo, escreve Zulehner em um artigo para o portal "communio.de" (quarta-feira).
Zulehner responde assim às avaliações dos teólogos Jan-Heiner Tück e Tomas Halík sobre o livro Wenn nichts fehlt, wo Gott fehlt (Quando nada falta, onde Deus falta), publicado em 2024, do teólogo pastoral Jan Loffeld, que leciona em Tilburg, na Holanda. Essas avaliações foram também publicadas na semana passada no "communio.de". Tück e Halik consideraram o livro uma importante reflexão sobre as formas modernas de secularização.
"Jan Loffeld afirma: o tipo de indiferentes, os apateístas e igualitaristas, está se tornando cada vez mais dominante, espalhando-se de maneira implacável nas culturas da Europa e tornando todos os outros tipos religiosos e eclesiásticos irrelevantes", diz Zulehner. Ele próprio daria mais chances ao pluralismo religioso, segundo o teólogo. Um diagnóstico como esse não revela os lugares onde a religiosidade, embora muitas vezes não mais ligada à Igreja, ainda é vivida.
Se supormos teologicamente que Deus não se afastou do mundo, mas continua a atuar nele, isso poderia gerar "uma nova pesquisa social científica sobre a religião", afirma Zulehner. "Essa pesquisa tentaria descobrir os esconderijos de Deus na vida e no convívio das pessoas de hoje." Para a Igreja, por sua vez, a questão seria como encontrar esse tesouro da "presença de Deus": "O foco da ação pastoral se deslocaria de uma pastoral de importação de Deus centrada na Igreja para uma pastoral de busca de Deus" (KNA).