01 Março 2025
Broncoespasmo repentino com vômitos, médicos forçados a aspirar os pulmões. A ventilação mecânica é ativada. “Dois dias para ter o novo quadro clínico”
A reportagem é de Andrea Gualtieri, publicada por La Repubblica, 01-03-2025.
Os alarmes soam novamente na Policlínica Gemelli. Após dois dias de melhora lenta, mas progressiva, o Papa Francisco teve uma nova crise respiratória. A nota oficial do Vaticano refere-se a um broncoespasmo que, embora “isolado”, gerou um episódio de vômitos “com inalação”. Isso resultou em uma “piora repentina da condição respiratória”. A equipe médica “realizou prontamente uma broncoaspiração”, e então o Papa foi colocado em “ventilação mecânica não invasiva”. Ou seja, passamos da máscara de ventilação dos últimos dias, que cobria apenas o nariz, para uma máscara aplicada também na boca. Mas Francisco, asseguram fontes do Vaticano, não foi entubado.
A resposta ao tratamento é considerada positiva: a oxigenação, com a ajuda do novo instrumento, voltou aos níveis pré-crise. E o Papa, relata a nota, permaneceu "vigilante e orientado" durante todas as fases, colaborando nas manobras terapêuticas. Sinais reconfortantes, no contexto de uma situação que hoje, mais do que nos últimos dias, transparece na sua complexidade.
Os médicos precisam esperar 24 ou 48 horas para entender se o que aconteceu afetará o quadro clínico. O risco é que o vômito inalado possa causar mais infecções no sistema respiratório. Enquanto isso, o prognóstico permanece reservado. E a segunda coletiva de imprensa com a equipe de saúde que estava marcada para o final da semana, depois da de sexta-feira, 21 de fevereiro, também está destinada a ser adiada.
Um dos dias mais longos
Certamente, o décimo quinto dia de internação foi um dos mais longos. A manhã transcorreu sem preocupações: a cautela em relação à situação geral permaneceu, mas a atenção parecia estar voltada para o fato de que nos últimos dois dias o décimo andar do Gemelli não se referia mais ao "momento crítico" gerado pela crise do último sábado.
O Papa acordou após uma noite tranquila e leu os jornais como de costume. Ele havia trabalhado e recebido a comunhão. Às 12 horas foi oficializada a nomeação de um bispo na África e foi divulgada uma mensagem aos participantes de um curso de liturgia, na qual pela primeira vez desde o dia da internação foi informada a atribuição na parte inferior: "da Policlínica Gemelli".
A crise explodiu às 14h. Não foi comunicado quanto tempo durou, o fato certo é que à noite a situação se acalmou com a "boa resposta" relatada na comunicação oficial. Não foi divulgado, porém, se o pontífice está acamado ou se conseguiu ficar sentado na cadeira, como nos últimos dias.
Teremos que esperar as atualizações da manhã para entender melhor a evolução. Enquanto isso, continuamos a rezar. Ontem, na Praça de São Pedro, o terço foi recitado pela quinta noite consecutiva. Depois dos cardeais Parolin, Tagle, Re e Reina, o rito foi presidido pelo argentino Victor Manuel Fernandez, que seu compatriota Bergoglio queria à frente do Dicastério para a Doutrina da Fé, antigo Santo Ofício: «Certamente - disse ele - o Santo Padre se importa que nossa oração não seja somente por ele, mas também por todos aqueles que, neste momento particular, dramático e sofrido do mundo, suportam o pesado fardo da guerra, da doença, da pobreza. Ele próprio se junta a eles em sua oração." Outro cardeal, o penitenciário-mor Angelo De Donatis, foi encarregado de substituir o Papa na cerimônia da Quarta-feira de Cinzas. A dinâmica da Igreja avança. Mas o olhar permanece fixo no Gemelli.
Leia mais