19 Fevereiro 2025
Entrevista com o especialista em doenças infecciosas: “A terapia envolve o uso de vários antibióticos. A ausência de febre é positiva, no entanto”
Massimo Andreoni é o diretor científico da Sociedade Italiana de Doenças Infecciosas e professor emérito da Tor Vergata.
A entrevista é de Michael Bocci, publicada por Repubblica, 19-02-2025.
O boletim fala sobre um quadro de bronquiectasia e bronquite asmática, o que isso significa?
Significa que a infecção localizada nos brônquios se desenvolveu em uma situação de doença pulmonar crônica, caracterizada por bronquiectasia, ou seja, dilatação das vias aéreas do sistema respiratório, mas também por asma. Isso, por sua vez, causa um espasmo brônquico, que causa insuficiência respiratória, pois não permite que o oxigênio chegue aos pulmões adequadamente.
Esses são problemas crônicos generalizados?
Sim, eles são bastante comuns na população mais velha. Além disso, os problemas pulmonares, juntamente com os problemas cardíacos, são os mais comuns entre as pessoas que já passaram de uma certa idade.
Por que o tratamento é complexo?
Porque a infecção é causada por diferentes germes e o componente asmático simultâneo exige tratamento com cortisona, que por um lado reduz os sintomas daquela patologia, mas por outro provoca uma redução das defesas do organismo, justamente no momento em que há necessidade de combater a bactéria.
Os antibióticos são eficazes nesses casos? A terapia é difícil?
A terapia envolve o uso de diferentes antibióticos ao mesmo tempo precisamente para controlar a infecção causada por diferentes germes. Isto determina obviamente um quadro de maior toxicidade farmacológica que no entanto na maioria dos casos é muito bem tolerado.
Os médicos Gemelli mudaram a terapia novamente, o que isso significa?
Provavelmente existem novos testes microbiológicos que demonstram maior atividade, e portanto maior eficácia, de antibióticos que não foram usados até agora.
Agora é oficial que temos pneumonia, o que significa bilateral?
Ela afeta ambos os pulmões e, portanto, é logicamente mais grave porque é mais extensa. O tratamento, no entanto, continua o mesmo. O quadro é bastante complexo.
Vemos muitos casos como este?
Sim, não é raro, muitos deles acabam no hospital. A idade do Santo Padre não facilita o trabalho dos meus colegas, porque representa um elemento significativo no desfecho da doença.
A situação é complexa, há algum elemento positivo?
O fato de o Papa não parecer ter febre, de continuar a desenvolver o seu trabalho. Este é um bom sinal, todos estes são elementos que sugerem que o corpo está reagindo bem aos tratamentos administrados. E o sistema cardiovascular também parece estar intacto.
A internação será longa com esse estado de saúde?
Certamente o quadro exigirá uma internação hospitalar bastante longa, pois a solução para a pneumonia exige tratamentos que duram muitos dias. Uma evolução mais clara do quadro clínico e, portanto, das perspectivas de hospitalização, será vista nas próximas horas, quando os efeitos das terapias serão melhor compreendidos.