Honduras. Autor do assassinato de Berta Cáceres é condenado a 30 anos de prisão

Berta Cáceres (Fonte: Wikimedia Commons)

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11 Fevereiro 2025

O plenário da Suprema Corte de Justiça de Honduras confirmou que Sergio Ramón Rodríguez Orellana é culpado de assassinato agravado pelo crime contra a defensora ambiental.

A reportagem é de Maria Fernanda Ruiz, publicada por Once Noticias, 08-02-2025. A tradução é do Cepat.

Nesta sexta-feira, 08 de fevereiro, ocorreu o anúncio de que o plenário do Supremo Tribunal de Justiça de Honduras confirmou a pena de 30 anos para Sergio Ramón Rodríguez Orellana, por ser o autor material do assassinato de Berta Cáceres Flores, defensora ambiental do povo Lenca no país centro-americano.

A notícia foi divulgada nas redes do Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (COPINH), organização liderada por Berta Cáceres, que anunciou que após uma espera de mais de 6 anos, o plenário confirmou a responsabilidade de Rodríguez Orellana como autor por indução.

Segundo o COPINH, em 29 de novembro de 2018, a Câmara I do Tribunal de Sentenças considerou Sergio Rodríguez, funcionário da família Atala, culpado como coautor do assassinato de Berta Cáceres.

A entidade destacou que no julgamento foram apresentadas provas indiscutíveis, como os registros de ligações e mensagens de texto em seu celular, que evidenciaram a vigilância e o assédio à defensora Lenca.

Em novembro de 2024, o caso chegou ao plenário do Supremo Tribunal de Justiça “pela falta de unanimidade na homologação da sentença, após os juízes Nelson Mairena e Walter Miranda terem proferido sentença que beneficiou o assassino”, denunciou o COPINH.

A organização comemorou a condenação e chamou-a de “vitória popular”.

Honduras deve justiça

No entanto, a organização criticou o fato de que Honduras deve justiça à família de Berta Cáceres e ao povo Lenca, visto que os autores intelectuais do crime, a poderosa família Atala Zablah, não enfrentaram a justiça.

“Não baixaremos a guarda até que todos os responsáveis pelo seu assassinato, incluindo a família Atala, enfrentem as consequências dos seus crimes”, disse o COPINH, cuja coordenação é chefiada por Bertha Zuñiga Cáceres, filha da ativista.

A organização lembrou que desde 2013 o Povo Indígena Lenca de Río Blanco vinha sendo aterrorizado pela família Atala Zablah, que tinha a intenção de impor o projeto hidrelétrico Agua Zarca.

Ressaltaram que o agora culpado, Sergio Rodríguez, era o gestor ambiental e social da empresa Desarrollos Energéticos S. A. (DESA), de propriedade da família Atala Zablah.

No entanto, “o seu papel disfarçado era infiltrar-se, criar desavenças e atacar a comunidade Lenca e vigiar e identificar as lideranças como alvo de ataque da empresa criminosa dos Atala”, afirma o comunicado do COPINH.

Esta sentença é precedida por outra proferida pelo mesmo Tribunal de Sentença, mas em 2022, contra David Castillo, que foi considerado culpado de ser o coautor intelectual do assassinato da ambientalista Lenca. Ele foi condenado a 22 anos e 6 meses de reclusão.

Berta Cáceres foi assassinada no dia 3 de março de 2016 na cidade de La Esperanza, em Honduras. A ativista ganhou visibilidade graças à defesa que empreendeu do povo indígena Lenca e do rio Gualcarque, lugar considerado sagrado. Através do COPINH, promoveu a oposição ao projeto hidrelétrico.

Em 2015, graças ao seu ativismo, Cáceres recebeu o Prêmio Ambiental Goldman. Um ano depois, ela foi assassinada, apesar de contar com medidas de proteção da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

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