Mais de 1,1 mil funcionários de agência ambiental dos EUA podem ser demitidos a qualquer momento

Foto: Paul A. Fagan | Flickr

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07 Fevereiro 2025

Trump segue em seu desmonte das políticas e instituições públicas dedicadas ao meio ambiente nos Estados Unidos, enquanto republicanos aprovam “drill, baby, drill” no Congresso.

A informação é publicada por ClimaInfo, 05-02-2025.

Depois de jogar no lixo diversas políticas ambientais e climáticas, o governo do presidente Donald Trump nos Estados Unidos quer agora destruir as instituições públicas dedicadas a esses temas em Washington. Um dos alvos é a Agência de Proteção Ambiental (EPA); de acordo com o NY Times, a Casa Branca alertou que mais de 1,1 mil funcionários do órgão devem ser demitidos nos próximos dias.

A maior parte desse pessoal esteve envolvida em atividades recentes da EPA na gestão do ex-presidente Joe Biden (2021-2025), como a substituição de canos de chumbo em comunidades pobres, retirada de material tóxico e apoio a projetos de energia renovável. Todas essas atividades foram suspensas pelo governo Trump em vários “canetaços” assinados pelo presidente nos 14 primeiros dias de poder.

Ironicamente, a EPA é uma criação republicana: a agência foi fundada pelo presidente Richard Nixon em 1970, com o objetivo de regular a poluição ambiental. Desde então, o órgão se posicionou na linha de frente das políticas federais para o meio ambiente em sucessivas gestões republicanas e democratas.

Em sua primeira gestão (2017-2021), Trump também fez o possível para enfraquecer e desmontar a EPA. Servidores foram demitidos e projetos importantes foram descontinuados. Biden retomou vários deles nos últimos quatro anos e conseguiu, ao menos parcialmente, recuperar o efetivo da agência. Agora, tudo está ameaçado pela sanha vingativa de Trump contra tudo que diz respeito ao meio ambiente.

“A EPA está no centro do alvo do expurgo vingativo de servidores públicos do presidente Trump”, acusou Michelle Roos, diretora-executiva da Environmental Protection Network (EPN). “[Esta] é a transição mais caótica e vingativa na história da agência”. CBS News, Inside Climate News e The Hill também abordaram a situação da agência.

Enquanto isso, o Senado norte-americano aprovou na última 2ª feira (3/2) o ex-CEO da petrolífera Liberty Energy, Chris Wright, como novo secretário de energia dos EUA. Wright prometeu destravar novos projetos de exploração de combustíveis fósseis, fazendo eco ao “drill, baby, drill” prometido por Trump durante a campanha eleitoral.

Além da defesa cega da energia fóssil, Wright também é adepto do negacionismo da crise climática. No passado, o agora secretário de energia dos EUA afirmou que as mudanças do clima “não existem” e que as discussões sobre a necessidade de acabar com os combustíveis fósseis são “alarmistas”.

Wright também ficou famoso por beber fluido de fraturamento hidráulico (fracking) em um programa de TV para defender a “segurança” dessa técnica, a despeito de alertas médicos e relatos de problemas de saúde em comunidades próximas a esses empreendimentos. Associated Press, Bloomberg, Guardian e NY Times, entre outros, repercutiram a aprovação de Wright pelo Senado dos EUA.

Em tempo: A remoção de conteúdos relacionados ao clima dos sites do governo dos EUA, iniciada na semana passada pela gestão Trump nos EUA, deve ser mais radical do que aquela empreendida no primeiro governo do presidente negacionista. Essa é a expectativa de cientistas ouvidos pelo Guardian, que afirmaram “esperar pelo pior” agora, com a presença maciça do Big Oil e das Big Techs dentro do governo. “As chaves do carro foram dadas aos poluidores e aos plutocratas dos combustíveis fósseis e eles pretendem levá-lo ao precipício climático”, lamentou Michael Mann, cientista da Universidade da Pensilvânia e um dos principais pesquisadores internacionais do clima.

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