15 Janeiro 2025
A reportagem é publicada por Religión Digital, 14-01-2024.
O Governo cubano anunciou esta terça-feira a libertação de 553 pessoas “sancionadas por diversos crimes”, após intermediação do Vaticano com o Executivo insular.
Segundo comunicado do Ministério de Relações Exteriores do país caribenho, o presidente, Miguel Díaz-Canel, comunicou a decisão ao Papa Francisco “nos primeiros dias de janeiro” após “uma análise cuidadosa baseada nas diferentes modalidades contempladas pela lei”. A medida, acrescenta a nota, será aplicada “gradualmente”.
A ONG Defensores dos Prisioneiros (PD) estimou em 1.148 o número de presos por motivos políticos em Cuba no final de novembro de 2024. A libertação anunciada esta terça-feira representa pouco menos de metade deles.
Por outro lado, a organização Justicia 11J garantiu no final do ano passado que 554 pessoas que participaram nos protestos antigovernamentais de julho de 2021 (11J), os maiores em décadas, permaneceram atrás das grades com penas de até mais de 20 anos na prisão.
📷 El presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, anunció la liberación de 553 presos tras conversaciones con el Vaticano, una decisión tomada de manera soberana.
— Milenio (@Milenio) January 14, 2025
"Como parte de las relaciones estrechas y fluidas con el Estado Vaticano, informé esta decisión al Papa Francisco", comentó… pic.twitter.com/DjdNuqO5dI
“O Governo de Cuba manteve-se em comunicação com o Papa Francisco e os seus representantes e, como no passado, informou Sua Santidade sobre os processos de revisão e libertação de pessoas privadas de liberdade, uma prática comum no nosso sistema de justiça”, disse o Ministério das Relações Exteriores.
Da mesma forma, o Executivo insular sublinhou que entre 2023 e 2024 “mais de 10 mil pessoas” presas receberam “diferentes tipos de benefícios previstos na lei”. E que esta decisão esteja de acordo com o “espírito do Jubileu Ordinário”, o grande acontecimento católico que se celebra a cada 25 anos.
O anúncio foi oficializado depois que o Governo dos Estados Unidos oficializou a retirada da ilha da lista de países patrocinadores do terrorismo.
Segundo altos responsáveis da administração cessante do democrata Joe Biden, Washington tomou a decisão de promover a libertação dos prisioneiros cubanos, no âmbito de um processo mediado pelo Vaticano.
Cuba sale de la lista de países que promueven el terrorismo
— DW Español (@dw_espanol) January 14, 2025
Biden tomó esta decisión para propiciar la liberación próximamente de varios presos cubanos como parte de un proceso que cuenta con la mediación del Vaticano (lgc)https://t.co/O8uj5UXsFq
Por sua vez, Havana destacou a medida, embora tenha criticado a manutenção da maior parte das sanções dos EUA contra a ilha. Salientou ainda que esta deveria ter sido tomada “sem exigir nada em troca e sem criar pretextos para justificar a inação”.
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Cuba anuncia libertação de 553 prisioneiros após intermediação do Vaticano - Instituto Humanitas Unisinos - IHU