30 Setembro 2024
Fiscais foram atacados a tiros durante ação de combate ao garimpo ilegal na TI; cinco criminosos morreram, e foram apreendidas seis armas com os criminosos.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 30-09-2024.
Um confronto entre garimpeiros e servidores do IBAMA e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Terra Indígena Sararé, no Mato Grosso, terminou com cinco criminosos mortos no sábado (28/9). As equipes de fiscalização foram atacadas a tiros durante uma ação de combate ao garimpo ilegal, iniciada na 2ª feira passada (23/9).
Segundo a PRF e o IBAMA, os homens mortos atuavam como seguranças dos garimpeiros e tentavam impedir a fiscalização, informa o g1. Após o confronto, foram apreendidos um fuzil, uma submetralhadora, uma espingarda calibre 12, duas pistolas e um revólver, carregadores e munição.
Um balanço da operação divulgado pelo órgão ambiental informou que até sábado foram destruídas 30 escavadeiras, 22 caminhonetes, dois caminhões, uma pá-carregadeira, seis motocicletas, 25 acampamentos e 5.000 litros de combustível, além de diversos motores e equipamentos, detalha a Folha.
No dia em que a fiscalização começou na TI, quatro pessoas morreram e uma ficou ferida na área do garimpo ilegal. De acordo com as investigações, a chacina teria sido motivada após uma briga entre os próprios garimpeiros por área de exploração. Uma das linhas de investigação da polícia é que os envolvidos tenham ligação com organizações criminosas.
Com 67 mil hectares, a Terra Sararé é habitada por cerca de 250 indígenas nambikwara e foi homologada em 1985. A região vem sofrendo há anos com a invasão de garimpeiros, que avançam sobre a área e cercam as aldeias.
De 2020 até o 1º semestre de 2024, o território viu sua área afetada pela atividade saltar de 7,2 para 929 hectares. De acordo com o Greenpeace Brasil, responsável pelo levantamento, a intensificação do garimpo ilegal está diretamente relacionada com a presença crescente do crime organizado no território.
Em tempo: As medidas adotadas pelo Brasil no ano passado para controlar o comércio de ouro e combater o garimpo ilegal surtiram efeito: a produção de ouro registrada pelos garimpos despencou 84%, de acordo com um estudo do Instituto Escolhas. Segundo a publicação, duas medidas tiveram efeitos significativos e imediatos no mercado: a obrigatoriedade de notas fiscais eletrônicas e o fim do pressuposto da boa-fé, ambas voltadas para as transações com o ouro do garimpo, informam Projeto Colabora, Estadão, g1, O Globo e TV Cultura.
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Garimpeiros atacam equipes do IBAMA e da PRF na Terra Indígena Sararé, no Mato Grosso - Instituto Humanitas Unisinos - IHU