Três anos depois de Masha, o Irã ainda nos mata. Artigo de Narges Mohammadi

Foto: Wikimedia Commons

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18 Setembro 2024

"Convido as instituições internacionais e as pessoas de todo o mundo para que não apenas observem a situação, mas tomem iniciativas concretas. Exorto as Nações Unidas a pôr fim ao silêncio e à inação diante da opressão devastadora e da discriminação exercidas por governos religiosos e despóticos contra as mulheres, criminalizando o apartheid de gênero", escreve Narges MohammadiPrêmio Nobel da Paz de 2023, ativista iraniana de direitos humanos e vice-presidente do Centro de Defensores dos Direitos Humanos, em artigo publicado por La Stampa, 16-09-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

Dois anos se passaram desde a morte de Mahsa Jina Amini e o início do heroico e poderoso movimento “Mulher, Vida, Liberdade”.

Nesses dois anos difíceis e dolorosos, apesar de muitas feridas terem sido gravadas nos corpos daqueles que, cansados e apaixonados, sofreram opressão, discriminação e tirania, e apesar do árduo caminho que nos espera, todos sabemos que nada mais é como antes. As pessoas estão sentindo a maior mudança em suas crenças, em suas vidas e em sua sociedade. Uma situação que, embora ainda não tenha levado a uma mudança de regime na República Islâmica, abalou os alicerces do despotismo religioso.

Esse movimento tornou tangível a real separação das pessoas em relação ao governo; de fato, durante as últimas eleições (julho de 2024), um candidato presidencial admitiu em um debate público que não se pode falar de povo se 60% das pessoas nem mesmo estiveram dispostas a ir às urnas.

O movimento “Mulher, Vida, Liberdade” mostrou ao regime despótico um renovado senso de povo, uma definição que aterroriza a República Islâmica. Pessoas do Curdistão ao Sistão e Baluchistão, de Teerã ao Azerbaijão e ao Khuzistão se uniram, com uma posição coletiva e muitas vozes, visando os alicerces da tirania.

No segundo aniversário do movimento “Mulher, Vida, Liberdade”, reafirmamos nosso compromisso pela conquista da democracia, da liberdade, da igualdade e pela derrota do despotismo religioso.

Vamos elevar cada vez mais as nossas vozes e fortalecer a nossa determinação.

Convido as instituições internacionais e as pessoas de todo o mundo para que não apenas observem a situação, mas tomem iniciativas concretas. Exorto as Nações Unidas a pôr fim ao silêncio e à inação diante da opressão devastadora e da discriminação exercidas por governos religiosos e despóticos contra as mulheres, criminalizando o apartheid de gênero.

Porque libertar as mulheres das garras da opressão e da discriminação fortalece a força motriz da paz e da democracia.

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