04 Setembro 2024
Ataques militares israelenses mataram mais 33 palestinos na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas, segundo autoridades palestinas. Com isso, as expectativas de negociações por um cessar-fogo no enclave se tornam mais improváveis. Segundo os serviços de emergência palestinos, quatro mulheres foram mortas em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, e oito pessoas morreram perto de um hospital na mesma cidade. As outras vítimas foram atingidas em ataques aéreos isolados no território.
A reportagem foi publicada por RFI, 03-09-2024.
O exército israelense anunciou que matou oito palestinos armados, incluindo um dirigente do braço armado do Hamas que participou do ataque do grupo islâmico a Israel, em 7 de outubro. De acordo com o Tsahal, Forças de Defesa de Israel, o ataque ocorreu em um posto de comando localizado próximo ao hospital Al-Ahli, na cidade de Gaza.
Um comunicado à imprensa do exército israelense declarou que esse oficial sênior, Ahmed Fawzi Nasser Mohammed Wadiyya, havia assumido o comando do “massacre de civis perpetrado pelos terroristas do Hamas” no vilarejo de Netiv HaAsarat, próximo à fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza.
O Hamas não se pronunciou.
Os braços armados do Hamas e da Jihad Islâmica disseram que estão em confronto com as forças israelenses no bairro de Zeitoun, na cidade de Gaza, bem como em Rafah e Khan Yunis, no sul do enclave.
Os esforços diplomáticos para garantir um cessar-fogo permanente em Gaza permanecem em um impasse, com Israel e o Hamas culpando um ao outro por não conseguirem chegar a um acordo que encerre a guerra e permita a libertação de reféns mantidos no enclave, em troca do retorno de muitos palestinos presos pelo Estado judeu.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse na segunda-feira (2) que as tropas israelenses permaneceriam no Corredor Philadelphia, uma zona de amortecimento entre o sul da Faixa de Gaza e o Egito, e um dos principais pontos de atrito para um acordo após quase 11 meses de guerra no enclave palestino.
Desencadeado pelo ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que deixou 1.200 mortos e mais de 250 reféns, o conflito já matou mais de 40.800 palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também anunciou nesta terça-feira que excedeu suas metas de vacinação contra a poliomielite no enclave, depois de imunizar cerca de um quarto das crianças com menos de 10 anos em dois dias. Até o momento, 161 mil crianças com menos de dez anos de idade foram alcançadas, “excedendo a meta estimada de 156.500 crianças”. As primeiras vacinações começaram em 31 de agosto, mas a campanha em grande escala começou no domingo.
A campanha antipólio em Gaza está indo “bem” no território, com a primeira fase de vacinação exigindo pelo menos mais dez dias. Duas fases de uma campanha de vacinação contra a pólio estão planejadas na Faixa de Gaza para evitar a disseminação do vírus de uma cepa do tipo 2 (cVDV2), atingindo 640 mil crianças durante uma série de “pausas humanitárias”.
A segunda fase está programada para “daqui a quatro semanas”, estimou Rik Peeperkorn, representante da Organização Mundial da Saúde nos Territórios Palestinos Ocupados, em uma coletiva de imprensa, acrescentando que “ainda faltam pelo menos 10 dias” para o fim da primeira fase.
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Ataques israelenses em Gaza deixam dezenas de mortos e esperança por cessar-fogo é cada vez menor - Instituto Humanitas Unisinos - IHU