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09 Agosto 2024
"Pesquisas indicam que os mais afetados são justamente as pessoas que sofrem com a injustiça climática. Ou seja, indivíduos que sentem e sentirão mais os efeitos da crise climática de forma desigual por diferentes grupos e lugares", escreve Katia Luane, produtora de conteúdo, em artigo publicado por Alter Conteúdo, 07-08-2024.
Li recentemente um artigo no Science Arena, site do Hospital Albert Einstein, sobre uma pesquisa que foi realizada em 2021, em 10 países, com 10 mil pessoas entre 16 e 25 anos, envolvendo preocupações sobre mudanças climáticas. E 60% dos brasileiros ouvidos se diziam muito ou extremamente preocupados com as consequências da crise climática em suas vidas.
A matéria também cita reportagem publicada em abril na revista Nature. Segundo a matéria, as mudanças climáticas estão exacerbando desordens mentais que já afetam quase 1 bilhão de pessoas no mundo e estão entre as maiores causas de problemas de saúde.
De acordo com o texto do Science Arena, há vários indícios até agora sobre como as consequências das mudanças climáticas impactam a saúde mental das pessoas: de traumas causados por furacões, enchentes, secas e incêndios até a chamada ecoansiedade – o medo crônico da tragédia ambiental.
Pesquisas indicam que os mais afetados são justamente as pessoas que sofrem com a injustiça climática. Ou seja, indivíduos que sentem e sentirão mais os efeitos da crise climática de forma desigual por diferentes grupos e lugares.
Além da recente catástrofe vivida pela população de quase todas as cidades do Rio Grande do Sul, estado castigado por sucessivos temporais resultantes da crise climática, a seca extrema experimentada pela Amazônia em 2023, por exemplo, provocou acentuada queda nos níveis dos rios e impactou a vida de todos os habitantes da região, dificultando os deslocamentos das populações ribeirinhas, comprometendo o transporte de água, alimentos e outros suprimentos essenciais.
O Cerrado, o segundo maior bioma do Brasil e uma das principais fontes de água do país, corre sério risco de desertificação, graças à seca acentuada pelas mudanças climáticas que afugenta as chuvas – e as queimadas provocadas pela ação humana, colocando em xeque a sobrevivência de povos originários, quilombolas, pescadores artesanais, entre outros.
De certo que os brasileiros mais vulneráveis estejam sendo acometidos por esse sofrimento mental em resposta às mudanças climáticas. É lamentável, porém (usando uma expressão do século passado), que esse “grilo na cuca” esteja rondando a população e muito pouco os governantes do país.
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