04 Julho 2024
O Google se afasta da meta de reduzir a sua pegada climática: o uso da inteligência artificial e o consumo exigido pelos data centers cruzam o seu caminho. É o que foi revelado pelo gigante tecnológico, nesta terça-feira, em seu novo relatório ambiental. A empresa admite que as suas emissões aumentaram 48% nos últimos cinco anos devido à incorporação da inteligência artificial em muitos de seus principais produtos.
A reportagem é publicada por La Marea-Climática, 03-07-2024. A tradução é do Cepat.
Em 2021, o Google estabeleceu a meta de atingir “zero emissões líquidas” em todas as suas operações até 2030, mas, ao contrário, no último ano, as suas emissões de gases do efeito estufa atingiram 14,3 milhões de toneladas de CO2, 13% mais do que no ano anterior e um aumento de 48% em relação a 2019.
A empresa afirmou que isso se deve ao aumento do consumo de energia exigido pelos data centers, grandes edifícios que necessitam de linhas de transmissão de alta voltagem, que abrigam informações provenientes de aplicativos, sites etc., com os quais as novas ferramentas de inteligência artificial generativa, como o ChatGPT, se alimentam.
“Atingir as emissões líquidas zero até 2030 é uma meta extremamente ambiciosa e sabemos que não será fácil. Nosso projeto continuará evoluindo e exigirá o enfrentamento de grandes incertezas, como a que diz respeito ao futuro impacto ambiental da inteligência artificial, que é complexo e difícil de prever”, afirma o relatório. “Além disso, atualmente não existem soluções para alguns desafios globais cruciais e dependerão, em grande parte, da transição para uma energia limpa mais ampla”.
Em um relatório de sustentabilidade da Microsoft Corp., publicado em maio, a empresa de tecnologia, que também visa atingir emissões de carbono líquidas zero até 2030, disse que as suas emissões aumentaram 29%, desde 2020, em consequência também de seus investimentos em inteligência artificial.
A inteligência artificial generativa, que recebe os conteúdos do usuário e gera outros como textos, imagens e músicas, consome muitos recursos e, conforme esta tecnologia cresce, são necessários mais data centers, gerando um aumento nas necessidades de energia, segundo um estudo da Bloomberg.
Outra pesquisa, desta vez da empresa SemiAnalysis, considera que a inteligência artificial fará os data centers utilizarem 4,5% da geração global de energia, em 2030. A Agência Internacional de Energia, por sua vez, calcula que o consumo total de eletricidade dos data centers pode ser equivalente ao nível da demanda de eletricidade do Japão, em 2026.
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As emissões do Google aumentam quase 50% em 5 anos devido ao uso da inteligência artificial - Instituto Humanitas Unisinos - IHU