É particularmente perigoso quando as teologias e as identidades religiosa são radicalizadas e exploradas para fins políticos, clarificou a secretária geral da Federação Luterana Mundial (FLM), pastora Anne Burghardt, ao falar, no dia 13 de junho, ao novo conselho do organismo ecumênico internacional. As igrejas, frisou, devem ser modelos para um diálogo respeitoso, promover o pensamento crítico, condenar a teologia enganosa e levantar a voz profética contra as violações da dignidade humana.

A reportagem é de Edelberto Behs.

A pastora relatou suas visitas a América Central, Indonésia, Terra Santa e Ucrânia. Lembrou que “não existe uma solução única como podemos proclamar melhor o evangelho ou como as igrejas podem levantar as suas vozes em espaços públicos”. Em algumas regiões, apontou, há relatos crescentes de perseguição aos cristãos; noutras, as igrejas procuram alcançar pessoas que perderam contato devido à secularização; jovens anseiam por um espaço onde possam encontrar Deus.

No seu relato, a secretária geral da FLM manifestou preocupação com a polarização social, a erosão das estruturas democráticas, a instrumentalização da religião e a falta de vontade de explorar as causas profundas dos problemas e encontrar soluções construtivas.

Não ficou de fora da análise de Burghardt o aumento dos conflitos e das pessoas deslocadas em todo o mundo, bem como o agravamento da crise climática. Em muitos países preocupa o retrocesso nos direitos humanos das mulheres, o aumento da violência que elas sofrem baseada em questões de gênero.

Nesse contexto, admitiu, pode não parecer fácil “fornecer testemunho credível e espalhar esperança”. Ela destacou o compromisso da FLM em promover as mulheres e jovens em posição de liderança, o foco central na educação e formação teológica e a adoração, a elaboração de material litúrgico voltado a músicas e orações.

Burghardt conclamou as igrejas membro a permanecerem fiéis aos quatro pilares fundamentais da FLM: teologia, ecumenismo, missão e diaconia. Também incentivou o Conselho a convocar um grupo de trabalho para desenvolver um documento político sobre justiça climática.

O Conselho da FLM esteve reunido de 13 a 18 de junho em Chavanne, perto de Genera, sob o lema “Abundante em Esperança” – Romanos 15.13.

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