Os gastos militares mundiais somaram 2,44 trilhões de dólares em 2023 (cerca de 12,4 trilhões de reais), segundo o Instituto de Investigação para a Paz (SIPRI), de Estocolomo, um incremente sem precedentes puxado pelas guerras na Ucrânia e em Gaza.

A reportagem é de Edelberto Behs.

O Brasil, sob o governo Lula da Silva, incrementou em 10,24% o seu orçamento militar em 2023, comparado ao ano anterior. Foram investidos 22,8 bilhões de dólares – o equivalente a 1,1% do seu Produto Interno Bruto (PIB), para a modernização de frota e equipamento. Embora represente o maior orçamento militar entre os países da América Latina, ainda assim ele fica abaixo da média mundial de 2,3% do PIB.

Também o México aumentou em 14,8% o seu pressuposto em defesa em 2023 comparado ao ano anterior – equivalente a 11,8 bilhões de dólares – e a Colômbia investiu no período 10,7 bilhões, ou 9,71% a mais do que investira no ano anterior. Surpreendente é o gasto militar argentino sob o governo Milei, um país em super crise, que adquiriu da Dinamarca, segundo o jornal La Nación, 24 aviões de caça F1-6 por 650 milhões de dólares.

Na análise do sociólogo colombiano Armando Borrero, divulgada pelo editor Octavio Enríquez, do Portal Connectas, o governo de extrema direita de Milei adquiriu as aeronaves por pressão dos militares, rompendo a prática de seus antecessores de debilitar as Forças Armadas por temor ao velho militarismo golpista.

Em coluna no diário El Pais, o analista venezuelano calculou que com os recursos que o mundo gasta no orçamento militar daria para cumprir as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, estabelecido pela ONU, orçado, em2015, em 3 trilhões de dólares.

Um outro dado comparativo, lembrado por Octavio Enríquez, vem da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal): em novembro de 2023, mais de 180 milhões de pessoas – 29% da população do continente – não tinham ganhos suficientes para cobrir suas necessidades básicas.

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