• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

Nosso Réquiem sobre os direitos. Discurso de Stefano Massini

Mais Lidos

  • Enquanto o Estado brasileiro reluta em reconhecer os direitos dos povos indígenas, comunidades se organizam de modo autônomo na Amazônia, diz o geógrafo

    Autonomia dos povos indígenas: um processo de criação política, resistência e reinvenção de formas de vida. Entrevista especial com Fábio Alkmin

    LER MAIS
  • Estado de exceção está operativo na Palestina ocupada, onde o genocídio conduzido por Netanyahu, com apoio norte-americano e europeu, é transmitido ao vivo. Retomando Deleuze, a filosofia precisa combater a baixeza de seu tempo e, como diria Nietzsche, intervir nele

    Israel como laboratório da escalada fascista e a segunda Nakba em Gaza. Entrevista especial com Peter Pál Pelbart

    LER MAIS
  • O ataque de Israel ao Irã chocou o Vaticano: agora Leão XIV levanta o tom da língua. Artigo de Marco Politi

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    Solenidade da Santissima Trindade - Ano A - Deus Trindade se revela relação, compaixão, misericórdia

close

FECHAR

Revista ihu on-line

A extrema-direita e os novos autoritarismos: ameaças à democracia liberal

Edição: 554

Leia mais

Arte. A urgente tarefa de pensar o mundo com as mãos

Edição: 553

Leia mais

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais
Image

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • X

  • IMPRIMIR PDF

  • WHATSAPP

close CANCELAR

share

23 Março 2024

"Quanto tempo mais. E não apenas quanto, mas quantos mais, porque o massacre continua silencioso, continua escondido. Basta acessar a internet e pesquisar 'mortes no trabalho nas últimas 24 horas' e de imediato se pesca algo, como alguém que lança um anzol em um pequeno corpo d’água", afirma Stefano Massini, escritor e dramaturgo italiano.

O texto foi retirado do discurso proferido no dia 19-03-2024, na Piazza del Popolo em Roma por Stefano.

O discurso foi publicado por La Repubblica, 20-03-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o discurso.

Este é um Réquiem para todos aqueles que vocês veem representados nessa esplanada de caixões, para todos que morreram no trabalho, para todos que esquecemos. E a palavra Réquiem é composta por sete letras: R-E-Q-U-I-E-M.

R como Remoção. Sempre removemos o que não queremos ouvir, o que nos incomoda dizer, o que é chato demais para deixar ressoar.

E então o silêncio é hipocrisia. Não existe apenas o silêncio dos mortos, há também o silêncio daqueles que não querem falar sobre os mortos. Os meios de comunicação dedicam um pequeno artigo ao enésimo trabalhador, ao enésimo agricultor, ao enésimo carregador que morre. Apenas algumas linhas nos noticiários. Não poderia haver letra melhor para começar.

E como Erro. Ouvimos continuamente que aqueles que morrem no trabalho cometeram um erro.

Um erro, às vezes até procurado, se insinua.

Ouvi pessoalmente os testemunhos de colegas de trabalhadores que morreram que me disseram como na fábrica lhe fizeram perguntas do tipo: “mas o seu colega que morreu fumava às vezes na fábrica?", uma forma de insinuar que se houve um incêndio a culpa foi dele.

Q como Quanto tempo mais. E não apenas quanto, mas quantos mais, porque o massacre continua silencioso, continua escondido. Basta acessar a Internet e pesquisar “mortes no trabalho nas últimas 24 horas” e de imediato se pesca algo, como alguém que lança um anzol em um pequeno corpo d’água.

U como o italiano Umanità (humanidade). Incrivelmente, ainda existe uma necessidade de humanidade no local de trabalho, é um paradoxo: porque estamos convencidos de que um trabalhador pode ser substituído por uma máquina, que não fica doente, não fica estressada, não tem família e não morre. Em vez disso, o ser humano fica estressado, entra em depressão, felizmente sai em licença maternidade, não dá para tratá-lo como uma máquina. O humano é a força do trabalho, é o ponto mais alto em que um ser humano manifesta a si mesmo na criação de algo para os outros. A palavra grega poesia, à qual hoje damos um viés bastante lírico, significa o ato de fazer: há poesia em fazer, há poesia em trabalhar. Falamos em ganhar a vida, uma perífrase que torna inaceitável que alguém saia de casa e vá, ao invés disso, ganhar a morte.

I como o italiano Incidente (acidente). Continuamos a usar frases do tipo: um acidente deplorável, um acidente infeliz. I como o italiano Ipocrisia (hipocrisia). Não muito longe de onde moro, há três anos, morreu uma jovem depois de ser esmagada por um tear, seu nome era Luana D'Orazio. Depois de três anos, o judiciário chegou à costumeira conclusão: não foi um acidente. A proteção que tinha que estar instalada no tear para evitar precisamente os acidentes havia sido removida para obter um zero vírgula qualquer coisa a mais de produção por dia. Não é um acidente, e é hipocrisia dizer que é. Os mortos assim morrem duas vezes: uma vez quando foram mortos e uma vez quando alguém disse que foi um acidente, um erro.

E significa Evitável. E não estou falando apenas do fato de que a maioria das mortes que ocorre no trabalho são evitáveis. Estou falando de algo muito mais rasteiro e traiçoeiro. Porque no fundo, quando você fala com as pessoas, percebe que as mortes no trabalho são sentidas como uma espécie de tarifa inevitável que pagamos para o progresso.

Queremos ter tudo à mão, queremos ter tudo à disposição e o mais rápido possível. Estamos dispostos a pagar mais para anular o tempo entre o pedido e o recebimento, e pouco importa se isso comporta ritmos de trabalho insustentáveis, se alguém na rua se acidenta para cumprir prazos de entrega desumanos. O progresso nos diz que aquela morte era necessária. Como certa vez uma pessoa me disse de forma terrificante: “Bem, você sabe quantas pessoas trabalham todos os dias em uma nação como a nossa?". Está explicado. Como você pode pensar que alguém não morra?

A última letra, o M. Como o italiano Minaccia (ameaça). Uma palavra terrível, uma palavra que é crime, quem a recebe pode ir à polícia e fazer um boletim de denúncia. As pessoas que estão aqui atrás, nesses caixões, são pessoas que, como todos aqueles que vão trabalhar, ficam sujeitas durante toda a vida a uma ameaça: a manutenção que não é feita, algo que deveria ser respeitado e não é.

A ameaça continua cada vez que pedimos o respeito por um direito e esse direito nos é concedido como se fosse um luxo. A diferença entre direito e luxo é uma diferença substancial. O direito nunca é um luxo. E caso se torne: REQUIEM.

Leia mais

  • Segurança e saúde no trabalho... com quase três milhões de mortes
  • Quatro setores empresariais estão por trás de mais de um terço das mortes anuais no mundo
  • Brasil registra mais de 25 mil mortes por acidentes de trabalho
  • Mortes por trabalho e salários de fome: o cobalto “sujo” no coração do carro limpo do futuro
  • A Ponta do Iceberg. Brasil é um dos países com maior número de mortes e acidentes de trabalho no mundo
  • Mortes e acidentes de trabalho mancham produção de ferro no Maranhão
  • A cada quatro horas e meia, uma pessoa morre vítima de acidente de trabalho
  • Acidentes de trabalho matam 4 crianças por mês no Brasil
  • Acidentes de trabalho, o Papa: não nos habituemos, a vida não se vende. Alerta para o ‘carewashing’
  • O moedor de carne da JBS no Brasil: 7 acidentes de trabalho por dia
  • Acidentes de trabalho no mundo: números piores que os de qualquer guerra
  • Alvo da greve geral, terceirização responde pelo aumento de acidentes de trabalho
  • Acidentes de trabalho no Brasil: uma tragédia não denunciada
  • Brasil é quarto no mundo em acidentes de trabalho
  • Terceirização e acidentes de trabalho na construção civil
  • Acidentes de trabalho no Brasil: uma tragédia não denunciada
  • Cresce acidente de trabalho com volta das obras
  • Uma pessoa morre por acidente de trabalho a cada 3 horas e 40 minutos
  • Acidente de trabalho em São Paulo tem uma morte a cada 20 horas
  • Redução da jornada de trabalho e renda básica universal e incondicional podem romper com a escuridão da economia do lucro e o “sistema de morte”. Entrevista especial com Cesar Sanson e José Roque Junges
  • Em resposta a consulta de centrais, OIT condena reforma trabalhista
  • OIT alerta para a precarização do emprego na América Latina e no mundo

Notícias relacionadas

  • Vice-presidente Joe Biden, católico, oficializa casamento homoafetivo

    O vice-presidente Joe Biden, católico, oficializou o casamento homoafetivo esta semana, no mesmo momento em que os debates na pol[...]

    LER MAIS
  • A batalha do maracá contra o cassetete e a gravata

    "Foi gratificante acompanhar não apenas uma semana de mobilização pelos direitos dos povos e comunidades indígenas e tradicion[...]

    LER MAIS
  • “Homens trabalham mais que mulheres”: mais uma gafe de Ricardo Barros

    O ministro da Saúde, Ricardo Barros, causou mais uma polêmica ao afirmar na tarde desta quinta-feira (11), que os homens procura[...]

    LER MAIS
  • Mercado de trabalho encolhe 0,36% na RMPA em maio de 2016

    Houve a redução de 4.130 postos de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA em maio de 2016, o que representa re[...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados