19 Fevereiro 2024
Um novo documentário sobre a Virgem de Guadalupe – a visão de Maria, a mãe de Jesus, vista por um camponês mexicano do século XVI – fez a sua estreia no dia 13 de fevereiro em um evento em Los Angeles com a presença do arcebispo da cidade.
A reportagem é de Aleja Hertzler-McCain, publicada em National Catholic Reporter, 14-02-2024. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
“Guadalupe: Madre de la Humanidad”, em espanhol com legendas em inglês, será exibido em mais de 100 cinemas nos Estados Unidos de 22 a 28 de fevereiro. O filme, produzido pela empresa espanhola Goya Producciones, apresenta cenas dramatizadas das aparições de Nossa Senhora de Guadalupe e entrevistas com pessoas impactadas por ela, incluindo o arcebispo de Los Angeles, José Gomez.
O filme também será lançado em centenas de cinemas na América Latina e na Espanha.
Narrado por Pepe Alonso, apresentador da Eternal Word Television Network (EWTN), o documentário é estrelado pelos atores mexicanos Karyme Lozano, a apresentadora do documentário, conhecida por papéis principais em diversas novelas, Angelica Chong como a Virgem de Guadalupe e Mario Alberto Hernández como o homem que viu a virgem, Juan Diego.
Os cineastas recolheram testemunhos sobre os milagres da Virgem de Guadalupe nos Estados Unidos e no México, assim como na Alemanha, uma referência ao título do documentário que reconhece o impacto de Nossa Senhora de Guadalupe até mesmo muito longe do Monte Tepeyac, no México, onde ocorreu a aparição.
Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira do México, apareceu a São Juan Diego, um indígena convertido ao catolicismo, em dezembro de 1531.
Quando o bispo não acreditou no relato de Juan Diego de que Maria havia solicitado a construção de um santuário no Monte Tepeyac, ela apareceu uma segunda vez a Juan Diego e ordenou-lhe que colhesse rosas. Quando Juan Diego abriu seu manto na presença do bispo para revelar as rosas, a agora famosa imagem de Nossa Senhora de Guadalupe de pele morena estava exposta em seu manto.
De acordo com a Goya Producciones, o longa-metragem anterior da empresa, “Corazón de Padre”, foi visto por 220 mil pessoas em todo o mundo, incluindo mais de 40 mil espectadores nos Estados Unidos durante dois dias.
Andrés Garrigó, ex-jornalista, sentiu-se inspirado a fundar a empresa espanhola Goya Producciones há mais de duas décadas, depois de conhecer a fundadora da EWTN, Madre Maria Angélica da Anunciação, uma irmã das Clarissas da Adoração Perpétua, que, segundo ele, “parecia uma santa” para ele.
Como já há muitos documentários que contam a história de Nossa Senhora de Guadalupe, Garrigó nunca esperava que a Goya Producciones fizesse um, disse ele, mas finalmente atendeu aos muitos pedidos que recebeu, inclusive de mexicanos.
Ele disse que o filme dramatiza a vida no México antes da chegada dos espanhóis, para ilustrar o impacto de Nossa Senhora de Guadalupe. Garrigó disse que o sacrifício de Jesus na cruz “abole completamente os sacrifícios humanos dos indígenas, dos astecas e de outras tribos pré-hispânicas que mataram milhares e milhares de pessoas”.
“Naquele período, o diabo estava muito ativo”, disse Garrigó.
Quando questionado se o filme retrata a violência colonial espanhola, Garrigó contestou essa violência e referiu-se à Lenda Negra – a ideia de que o preconceito antiespanhol e anticatólico moldou a história do México colonial, incluindo relatos do missionário dominicano Las Casas.
O Papa Francisco, o primeiro papa latino-americano, tem falado frequentemente sobre a história violenta do colonialismo e o papel da Igreja nele.
“Muitos pecados graves foram cometidos contra os povos nativos da América em nome de Deus”, disse Francisco durante um discurso em Santa Cruz, Bolívia, em 2015.