Ouça o chamado para a conversão. Artigo de José Antonio Pagola

Foto: Milada Vigerova / Unsplash

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16 Fevereiro 2024

  • Converter-se não é insistir em ser santos, mas aprender a viver acolhendo o reino de Deus e a sua justiça. Só então poderá começar uma verdadeira transformação em nós.
  • Não nos é pedido uma fé sublime ou uma vida perfeita; apenas que vivamos confiando no amor que Deus tem por nós.
  • Converter-se não é viver sem pecado, mas aprender a viver com perdão, sem orgulho nem tristeza, sem alimentar a insatisfação com o que deveríamos ser e não somos.

O artigo é de José Antonio Pagola, teólogo e padre espanhol, publicado por Religión Digital, 12-02-2024.

Eis o artigo.

"Converta-se, pois o reino de Deus está próximo." O que estas palavras podem dizer a um homem ou mulher dos nossos dias? Ninguém se sente atraído por ouvir um chamado à conversão. Imediatamente pensamos em algo caro e desagradável: um rompimento que nos levaria a uma vida pouco atraente e desejável, cheia apenas de sacrifícios e renúncias. É realmente assim?

Para começar, o verbo grego traduzido como “converter” na verdade significa “pensar” , “rever o foco da vida”, “reajustar a perspectiva”. As palavras de Jesus poderiam ser ouvidas assim: “Veja se não é preciso rever e reajustar algo na sua maneira de pensar e agir para que o projeto de Deus de uma vida mais humana se cumpra em você”.

Se for assim, a primeira coisa a rever é o que bloqueia a nossa vida. Converter-se é “libertar a vida”, eliminando medos, egoísmos, tensões e escravidões que nos impedem de crescer de forma saudável e harmoniosa. A conversão que não produz paz e alegria não é autêntica. Não está nos aproximando do reino de Deus.

Temos então que verificar se estamos cuidando bem das raízes. De nada adiantam grandes decisões se não alimentarmos as fontes . Não nos é pedido uma fé sublime ou uma vida perfeita; só que vivamos confiando no amor que Deus tem por nós. Converter-se não é insistir em ser santos, mas aprender a viver acolhendo o reino de Deus e a sua justiça. Só então poderá começar uma verdadeira transformação em nós.

A vida nunca é plenitude ou sucesso total. Temos que aceitar o que está “inacabado”, o que nos humilha, o que não podemos corrigir. O importante é manter o desejo, não ceder ao desânimo. Converter-se não é viver sem pecado, mas aprender a viver com perdão , sem orgulho nem tristeza, sem alimentar a insatisfação com o que deveríamos ser e não somos. Assim diz o Senhor no livro de Isaías: “Pela conversão e pela calma sereis libertados” (30,15).

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