“Os passos espirituais do Caminho Sinodal”: Padre Adelson Araújo dos Santos apresenta em Manaus seu novo livro

Foto: Patrick Fore / Unsplash

Mais Lidos

  • O economista Branko Milanovic é um dos críticos mais incisivos da desigualdade global. Ele conversou com Jacobin sobre como o declínio da globalização neoliberal está exacerbando suas tendências mais destrutivas

    “Quando o neoliberalismo entra em colapso, destrói mais ainda”. Entrevista com Branko Milanovic

    LER MAIS
  • Abin aponta Terceiro Comando Puro, facção com símbolos evangélicos, como terceira força do crime no país

    LER MAIS
  • A farsa democrática. Artigo de Frei Betto

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

29 Janeiro 2024

Os passos espirituais do Caminho Sinodal” é o título do livro do padre Adelson Araújo dos Santos apresentado na tarde do dia 25 de janeiro na sede da Faculdade Católica do Amazonas. O jesuíta manauara, professor da Universidade Gregoriana de Roma, que participou como facilitador na primeira sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, realizada em Roma em outubro de 2023, destaca no livro os passos da espiritualidade sinodal: encontrar, escutar, discernir, inspirado em Santo Inácio.

A reportagem é de Luis Miguel Modino.

Mons. Hudson Ribeiro, diretor da Faculdade Católica do Amazonas destacou a importância de o padre Adelson voltar ao chão da Amazônia para apresentar seu livro, vendo esse gesto como responsabilidade de devolver às pessoas aquilo que refletiram. Alguém que faz parte da vida e cultura da Amazônia e que leva essas vivências a Roma, segundo o Ir. João Gutemberg Sampaio, secretário executivo da REPAM, que lembrou a importância do padre Adelson no caminho percorrido pela Igreja da Amazônia nos 10 últimos anos, com a criação da REPAM e o Sínodo para a Amazônia, uma região que precisa o cuidado da vida, também no âmbito eclesial.

Adelson Júnior (Foto: Luis Miguel Modino)

Um Sínodo que tem muito a ver com o Concílio Vaticano II, um desejo expresso do Papa Francisco. O livro pretende ser um instrumento de formação que possa nutrir o caminhar juntos e descobrir o que o Espírito Santo está inspirando à Igreja hoje e a todos os cristãos nos diversos âmbitos em que atuam, segundo o autor. Ele refletiu sobre o caminho percorrido desde a convocatória do atual Sínodo sobre a Sinodalidade, encontrando os verbos que marcam o livro na homilia da Missa de convocatória em outubro de 2021.

O autor analisou os três passos, partindo do chamado do Papa Francisco a nos tornarmos peritos na arte do encontro como atitude necessária para entrar no caminho sinodal, encontro com o Senhor e promover encontros com os outros. O verdadeiro encontro só se realiza na escuta, que é o segundo passo, escuta da Palavra e escuta do outro, destacando a necessidade de nos escutarmos uns aos outros. Isso leva ao discernimento e o Papa Francisco chama a Igreja a um discernimento espiritual.

Apresentação do livro (Foto: Luis Miguel Modino)

Aprofundando no encontrar, o jesuíta enfatizou a importância do encontrar-se com Deus, encontrar-se com os outros, encontrar-se com a criação, vendo o caminho sinodal como um aprofundamento no encontro, expressão de uma que tem uma dimensão vertical, mas também uma dimensão espiritual. Um escutar que leva à escuta da Palavra de Deus, que tem que se traduzir em mudanças de vida; a escuta do outro, paradigma de quem sabe acolher, ajudando a superar o narcisismo; a escuta da criação; a escuta do próprio coração.

Finalmente o discernir, que é um discernimento pessoal e comunitário, que deve ser revisado desde determinados critérios, e que tem a ver com a vigilância evangélica. Um caminho sinodal que tem que nos ajudar a avançar no discernimento eclesial, onde todos, inclusive os não batizados, são chamados a participar, porque nessa Igreja sinodal que o Papa Francisco quer impulsionar ninguém fica fora.

Foto: Luis Miguel Modino

Animados por uma espiritualidade da sinodalidade, o caminho de encontro, escuta e discernimento espiritual e comunitário permitirá, assim, que se descubra o chamado que Deus nos faz nas situações históricas e existenciais de nossas realidades particulares, como momento de graça da ação do Espírito Santo, para o bem comum do Povo de Deus”, enfatizou o jesuíta. Ele afirmou que esse caminhar junto levará espaços de consenso e de decisão conjunta, maior corresponsabilidade entre todos os membros da comunidade eclesial e um espírito de serviço e não de carreirismo.

Leia mais