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26 Janeiro 2024

"A educação relacional é obviamente necessária em primeiro lugar. Mas, em geral, é preciso derrubar a subordinação social e econômica das mulheres, combater a sua subalternidade como status dado como certo, considerado "natural", porque natural parece no sexo a submissão feminina", escreve Rosella Postorino, escritora italiana, em artigo publicado por La Repubblica, 24-01-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

No livro A Woman in Berlin, diário da primavera de 1945 em Berlim, que publicou de forma anônima após a guerra, Marta Hillers conta que, enquanto aguardavam a chegada dos russos, as mulheres alemãs diziam, para exorcizar a ameaça do estupro: melhor um russo em cima do que um americano na cabeça. Infelizmente – sabemos – a ameaça tornou-se realidade; os estupros em massa do Exército Vermelho provavelmente foram cerca de dois milhões, mas quase não se falou disso nos processos de Nüremberg. Nos andares mais altos dos prédios em ruinas ficavam escondidas as virgens, como se o que precisasse ser protegido fosse a virgindade, não o corpo, a dignidade de uma mulher. Uma senhora guardava a aliança dentro da roupa íntima para que não fosse roubada: de qualquer forma, ela dizia, se chegarem ali não terá mais sentido - como se um casamento perdesse a validade porque a esposa tinha sido possuída por um outro (é de posse, de propriedade, que se trata?).

Ao retornar do front, descobrindo o que ela e outras mulheres haviam vivenciado (as violências, mas também a possibilidade de conseguir comida em uma cidade destruída, caso se tornassem a “amante” constante de um soldado Ivan), o noivo de Marta as definiu despudoradas como cadelas. Poucos dias depois foi embora.

Por que ele não conseguia sentir empatia? Porque os homens, e muitas vezes também as mulheres, acreditam (mesmo quando não têm consciência disso, mesmo que não o declarem) que o estupro implica uma culpa da vítima? Será que pensariam o mesmo sobre a tortura de um prisioneiro? Sobre qualquer outra forma de violência física? É compreensível para todos que alguém sofra um espancamento sem reagir, permanecendo inerte para se salvar; em vez disso, uma mulher deve opor-se com todas as suas forças, correndo o risco de morrer, para não ser estuprada. Alice Sebold explicou bem isso em Lucky: “Quem fala que preferiria lutar até a morte em vez de se deixar violentar é uma idiota [...]. Eu me tornei um só com aquele homem. Aquele homem segurava a minha vida em suas mãos”.

Há algo na violência sexual que impede ver a vítima apenas como vítima, e é justamente o sexo. Aquela violência passa pelo sexo: algo misterioso, que se inspira nos fantasmas do inconsciente; acima de tudo: algo que, no imaginário comum, se relaciona ao prazer, por isso associá-lo ao abuso cria um curto-circuito.

Como Catharine A. MacKinnon – a jurista e filósofa estadunidense que, depois da guerra na Bósnia, obteve o reconhecimento internacional do estupro como crime de guerra – eu não acredito que a violência sexual seja separada do sexo. (Caso contrário, pergunta MacKinnon, porque ele simplesmente não a espancou?)

De acordo com alguns antropólogos, a frequência dos estupros numa sociedade poderia ser prevista com base na sua propensão para entrar em guerra. Li testemunhos de veteranos no livro, Ho paura di me [Tenho medo de mim], da psicanalista Marina Valcarenghi. “Quase todos nós fazemos isso, você não é obrigado, mas se não o fizer não é bem visto, isso também faz parte do espírito de corpo", conta um deles, "raramente se desejam as mulheres que se estupram [...], se deseja apenas estuprar”. O veterano que mais me marcou, confessa: “Era algo que se faz porque há o desejo, não era a mulher, a mulher não tem nada a ver com isso, mas o estupro em si, como se fosse um desejo que geralmente fica escondido em algum lugar e na guerra aparece”.

Em Stupro, Joanna Bourke relembra os resultados de uma pesquisa de 1981, na qual um terço dos estudantes de uma faculdade admitia que teria estuprado uma mulher se tivesse certeza de que não seria preso. Valcarenghi acredita que a violência faz parte do patrimônio instintivo, porque é instintivo tentar satisfazer um desejo mesmo quando é mal visto. O problema não está no desejo violento, mas na “falha da inibição”, que deveria derivar do processo de educação, ou seja, da cultura.

A questão é que a cultura em que vivemos sempre foi ambivalente em relação à violência sexual contra as mulheres. Segundo MacKinnon, as relações de gênero não podem ser separadas da sua dimensão sexual. A dominação sexual dos homens sobre as mulheres estrutura o mundo social como um todo e vice-versa.

A sociedade patriarcal baseia-se numa relação de poder e exploração; isso a torna hierárquica, racista, classista e misógina.

A dessexualização do estupro obscureceria o seu papel na construção da hierarquia dos sexos, em vez de enfraquecê-lo, como escreveu a filósofa Ann J. Cahill. Se, como MacKinnon, reconhecemos uma reciprocidade entre a sexualidade e a organização social, então também acreditamos que modificar a sociedade possa contribuir para mudar os comportamentos sexuais, que foram historicamente estabelecidas pelo masculino: começam quando tem uma ereção e terminam quando tem um orgasmo. “Você o quer tanto quanto eu quero”: quantas de nós já ouvimos isso? Realmente os homens são tão incapazes de reconhecer a condição emocional da mulher que está à sua frente?

“Quem são as prostitutas?” Valcarenghi perguntou a um agressor sexual que acabara de mencioná-las numa sessão. "Aquelas que me excitam”. A educação relacional é obviamente necessária em primeiro lugar. Mas, em geral, é preciso derrubar a subordinação social e econômica das mulheres, combater a sua subalternidade como status dado como certo, considerado "natural", porque natural parece no sexo a submissão feminina.

Ao contrário do que acontece entre os animais, no entanto, o sexo entre pessoas é sempre um fenômeno cultural. A complexidade da sexualidade masculina em relação às mulheres transparece em uma cena inesquecível de A História de Elsa Morante, pois só a literatura permite uma inteligência tão profunda das coisas humanas, de sua natureza contraditória inextricável. Primeiro, o soldado da Wehrmacht diz a Ida que quer “fazer amor” num “desabafo infantil" – é um jovem inquieto, ganancioso, predador: não é muito diferente de seu filho Nino – e depois a estupra com raiva, "como se quisesse matá-la". Mas depois do orgasmo, acalmado, libertado da excitação, a cobre de beijos no rosto, explorando-a "no centro da sua doçura materna".

Leia mais

  • “Violência sexual como arma na guerra. Por que tanta crueldade?”, pergunta o arcebispo greco-católico de Kiev
  • “A mulher hoje é o símbolo da força e da coragem da Ucrânia”. Videomensagem de Sviatoslav Shevchuk, Chefe e Pai da Igreja Greco-Católica Ucraniana
  • O que revelam os estupros de guerra. Artigo de Dacia Maraini
  • “A guerra é sempre sobre o corpo das mulheres.” Entrevista com Marta Sanz
  • Arcebispo tcheco Duka defende soldados russos por estupro de mulheres ucranianas
  • Bucha: As mulheres
  • Estupros de guerra
  • O que revelam os estupros de guerra. Artigo de Dacia Maraini
  • Combater o estupro e defender a vida
  • Estupros e violência sexual usados como armas de guerra. Artigo de Lucetta Scaraffia
  • Prêmio Nobel da Paz contra o estupro como arma de guerra. Entrevista com Denis Mukwege e Nadia Murad
  • Quando julgamos a vítima do estupro, agimos como o estuprador
  • “O problema da violência sexual é político, não moral”. Entrevista com Rita Segato 
  • “Violência e misoginia nas plataformas web: assim triunfa a cultura do estupro”. Entrevista com Lucia Bainotti e Silvia Semenzin
  • "As pessoas não estupram porque estão loucas, estupram porque são machistas"
  • “A condenação das violências sexuais representa um leitmotiv do discurso eclesial desde os primeiros séculos da Igreja”

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