14 Dezembro 2023
O conselho do Sínodo dos Bispos pedirá ao Papa Francisco que autorize estudos sobre a necessidade de atualizar o direito canônico, de revisar as regras para a formação sacerdotal, de aprofundar uma reflexão teológica sobre o diaconato – incluindo a possibilidade de ordenar mulheres diáconas – e de considerar a revisão de um documento que estabelece normas para a relação de um bispo com os membros das ordens religiosas em sua diocese.
A reportagem é de Cindy Wooden, publicada por Catholic News Service, 12-12-2023. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
“São assuntos de grande importância, alguns dos quais devem ser considerados no nível da Igreja como um todo e em colaboração com os dicastérios da Cúria Romana”, afirmou um comunicado do Conselho Ordinário da Secretaria Geral do Sínodo.
O conselho reuniu-se no Vaticano no dia 5 de dezembro para discutir os preparativos para a segunda assembleia do Sínodo sobre a Sinodalidade, que Francisco convocou para outubro de 2024. As datas exatas não foram definidas.
Na declaração, publicada em 12 de dezembro, o conselho disse que a lista de temas de estudo sobre os quais pedirá a aprovação ao papa foi solicitada pelos membros da assembleia sinodal em outubro. Como parte do relatório de síntese da assembleia, cada um dos pedidos foi aprovado por mais de 80% dos membros do Sínodo.
O estudo dos temas, particularmente suas implicações teológicas, foi visto pelos membros do Sínodo como uma parte importante da resposta às questões e às preocupações levantadas pelos católicos nas sessões de escuta antes da assembleia, enquanto procuravam discernir formas de garantir que os dons e os talentos de todos os católicos batizados fossem reconhecidos e acolhidos.
“Grupos de peritos de todos os continentes, junto com os dicastérios competentes da Cúria Romana e coordenados pela Secretaria Geral do Sínodo, serão convidados a trabalhar de forma sinodal sobre os temas indicados pelo Santo Padre”, afirma o comunicado. “Um relatório sobre o progresso desse trabalho será apresentado na segunda sessão em outubro de 2024.”
Com o relatório de síntese como “o ponto de referência para a jornada do povo de Deus no período entre as duas sessões”, afirma-se, as dioceses e as conferências episcopais de todo o mundo são convidadas a se envolver em consultas adicionais, analisando especificamente as formas pelas quais se poderia ou se deveria instituir algumas das recomendações da assembleia sinodal para reunir mais pessoas na missão evangelizadora da Igreja.
“Somos chamados e enviados pelo Ressuscitado a proclamar o Evangelho ao mundo de hoje”, dizem os membros do conselho. “Crescer como uma Igreja sinodal é uma forma concreta de responder a esse chamado e a essa missão.”
Embora não se peça às dioceses e às conferências episcopais nacionais ou regionais que repitam as sessões de escuta que realizaram entre outubro de 2021 e meados de 2023, pede-se que elas reúnam pessoas para refletir sobre o relatório de síntese.
Em particular, o conselho sinodal lhes pede que discutam “como podemos ser uma Igreja sinodal em missão”.
“O objetivo destas novas reflexões é identificar os caminhos que podemos seguir e as ferramentas que podemos adotar nos nossos diferentes contextos e circunstâncias, a fim de valorizar a contribuição única de cada batizado e de cada Igreja na única missão de proclamar o Senhor Ressuscitado e seu Evangelho para o mundo de hoje”, afirma-se.
O conselho afirmou que não procura simplesmente “melhorias técnicas ou processuais para tornar as estruturas da Igreja mais eficientes, mas sim um convite à reflexão sobre as formas concretas do compromisso missionário a que somos chamados, que expressa o dinamismo entre a unidade e a diversidade próprias a uma Igreja sinodal”.
“Que formas de relação, estruturas, processos de discernimento e de tomada de decisão em relação à missão possibilitam reconhecer, moldar e promover a corresponsabilidade?”, perguntou o conselho. “Que ministérios e organismos participativos podem ser renovados ou introduzidos para expressar melhor essa corresponsabilidade?”
Reconhecendo os limites de tempo e de recursos, o conselho disse que a consulta que espera será diferente em cada diocese.
“Nesta etapa, além dos órgãos participativos em nível diocesano e da equipe sinodal já constituída, será importante envolver pessoas e grupos que expressem uma variedade de experiências, competências, carismas, ministérios dentro do povo de Deus e cujo ponto de vista seja de particular auxílio para focar no ‘como’”, afirmou. O conselho sugeriu particularmente párocos, catequistas, líderes de pequenas comunidades cristãs, religiosos e religiosas, líderes de escolas católicas, universidades e hospitais, e teólogos e canonistas.
Pede-se às dioceses que enviem suas reflexões às suas conferências episcopais nacionais ou ao Sínodo dos Bispos católicos orientais, que devem submeter um relatório de não mais de oito páginas ao escritório do Sínodo em Roma até o dia 15 de maio.
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Conselho pede autorização do papa para estudar temas-chave do Sínodo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU