28 Outubro 2023
Deus nos quer livres das correntes do ódio, que são mais pérfidas do que as ditaduras, mais letais do que a falta de fôlego.
A opinião é de Tonio Dell’Olio, padre italiano, jornalista e presidente da associação Pro Civitate Christiana, em artigo publicado em Mosaico di Pace, 27-10-2023. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O sonho de Deus é que cada fé sobre a face da terra transforme farinha e fermento em esperança. Que cada templo, mesquita, sinagoga, santuário, basílica... torne-se fonte de paz da qual é possível haurir um olhar novo sobre o mundo.
O sonho de Deus é que ninguém tente desfigurar sua imagem que se esconde no coração de cada ser humano. Que ninguém nunca mais pense em fazer uma guerra tecendo a horrenda mentira de que Deus lhe ordenou que a fizesse. As guerras não são nem santas, nem justas, muito menos humanitárias, porque não há mística da violência e não existem vestígios de vingança nos livros sagrados.
Deus nos quer livres das correntes do ódio, que são mais pérfidas do que as ditaduras, mais letais do que a falta de fôlego. Deus sonha que cada fé declare a violência como uma blasfêmia ou como a negação da existência do céu. E que, entre os deveres solenemente assumidos pelos seus filhos, esteja também o da não violência, que é paixão pela vida, por cada vida, até mesmo a do inimigo mais cruel.
O culto da paz é o culto ao qual todas as fés são chamadas desde os tempos em que fizeram o voto em Assis. Essa é a liturgia que as vítimas da violência pedem que seja celebrada para curar as feridas e semear um novo futuro.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Quando Deus sonha com paz. Artigo de Tonio Dell’Olio - Instituto Humanitas Unisinos - IHU